Ainda sem rotina

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Era sexta feira e tinha combinado de ir para casa de Adrien depois de sair do trabalho. Mais cedo ou mais tarde iriam se enjoar saindo com essa frequência, mas por enquanto, quanto mais, melhor! A droga é que Gabriel tinha entupido ela de trabalho depois do almoço e tudo era para ontem. Deve ter feito de propósito! Às vezes, parecia criança! E para melhorar a situação o carro dela tinha quebrado na quarta e ela levou para uma oficina há três quarteirões dali que ela já conhecia. O carro ficou pronto, ela avisou ao mecânico que sairia tarde do trabalho, mas como o negócio era próprio e ele não tinha pressa disse que esperaria ou ligaria antes de sair da oficina.

- Mari? Estou saindo daqui agora, quer uma carona até a oficina?

-Ah, Adrien, não precisa estou terminando algumas coisas ainda devo demorar um pouco, pode ir, te encontro na sua casa. - Preferia que fosse hoje à dela, mas ele pareceu empolgado e droga, tinha mesmo que não dizer o que tinha em mente? Iria ter que aprender controlar sua curiosidade com ele...

-Princesa, as imediações da Agreste são vazias a noite, não é um trajeto tão seguro e já está escuro. Eu espero um pouco, te dou uma carona não custa nada.

-Não, antes de sair daqui melhor cada um na sua. Você sabe o tamanho da encrenca que esse tipo de coisa pode dar e seu pai já está no seu pé. - Queria insistir, mas já tinha um vídeo de segurança indiscreto deles saindo juntos na segunda passada, que tomara Gabriel não se desse ao trabalho de procurar. São apenas três quarteirões...

- Tudo bem, qualquer problema, me ligue no celular. Vemo-nos mais tarde então.

Não se preocupe não devo demorar muito, só uma meia hora ainda, te mando uma mensagem quando estiver de saída.

[...]

Ela continuou por mais ou menos uns trinta minutos ajustando as imagens na tela quando se deu por satisfeita, enviou uma mensagem para ele avisando estar de saída, logo depois recebeu uma resposta "Já está tudo pronto te aguardando em casa..." E outra para avisar o mecânico que estava a caminho.

Quando saiu da Agreste o vento de temperatura amena fez com que levantasse a gola do casaco. Andou por cerca de vinte metros se afastando do trabalho quando notou que havia alguém na ponta do quarteirão seguindo pela mesma direção que ela. Droga, caso voltasse agora acabaria por esbarrar na pessoa antes que conseguisse entrar na portaria! Apertou o passo na direção do mecânico, talvez devesse ter aceitado que Adrien a esperasse.

Pela altura era um homem, bem mais alto que ela, mas isso não era novidade, sempre foi tampinha. Estava com um moletom preto com capuz que impediria que visse mais detalhes mesmo que pudesse olhar e prestar atenção. Merda, merda! Alguém mais alto tem passos mais largos! Sentia que ele deveria estar se aproximando dela. A adrenalina começava a correr por seu corpo facilitando que aumentasse mais um pouco a velocidade para se afastar. Conseguiu andar os dois quarteirões mantendo a distância dele. Não queria se precipitar, pois se fizesse isso e ele corresse também seria uma questão de tempo, para que a alcançasse. Mas pouco antes do final do segundo quarteirão, em um trecho que a iluminação da rua era pior, ele apertou o passo um pouco mais, se aproximando. Talvez fosse só alguém indo para o mesmo lado que ela... Claro, e porque iria andar mais rápido?

Marinette sentia o coração saltar tão forte que tinha medo que o peito pudesse explodir de desespero. A oficina tinha a porta da garagem na perpendicular e uma porta de entrada na rua que estava logo depois de um beco sem saída. Uma merda de um beco para onde aquele cara poderia arrastá-la. Olhando de relance, quando passou a esquina, ela viu que o portão da garagem estava fechado, o melhor era tentar chegar logo a porta da frente, mas teria que passar pelo beco. Um pensamento bizarro lhe ocorreu, poderia ser o idiota do Agreste querendo lhe dar um susto, mas caralho, e se não fosse?! Então, passou um carro com o som extremamente alto na via, o que desviou a atenção do cara. Nunca mais vou reclamar da música brega e insuportável do carro do lado!! Aquela distração foi o suficiente para que conseguisse numa corrida alcançar, passar pela porta da oficina e bater atrás de si. Graças aos céus estava só encostada! O Sr. Fournier, o mecânico estava ali e viu assim que ela entrou.

Pole DanceOnde histórias criam vida. Descubra agora