A filha do patrão - Da cor de Jade³

Capítulo 46- Bônus Bianca

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4 meses depois

Bianca

Nesses quatro meses muita coisa andou acontecendo.
Depois da descoberta do Xamã, ele pegou suas coisas e caiu fora com a maior cara lavada.
As coisas não andam faceis pra mim, confesso que tenho muito medo do pior.

Meu pai corre o risco de perder tudo, nem ao menos ficar com a metade que já era nossa.

A Premium e a gold drinks era uma sociedade do meu pai; Diogo. E o pai do Xamã, o Paulo.

Já tivemos uma audiência, onde o advogado deles saiu na frente. O Henrike, que defende nosso caso está esperançoso.
Porem a Sienna acha que o Xamã leva essa.
Sienna defende exclusivamente os interesses do Ravi, então apenas observa os interesses próprios, assim como o advogado do Tiago.

Nesse exato momento está acontecendo outra sessão, o que pegou a gente desprevenido na madrugada.
Parece que o juiz quis da andamento ao caso.

Henrike: Senhorita Bianca! Você concorda? -mexi em mim.

Bianca: Vamos perder... - suspiro falando baixinho. Observo o Xamã do outro lado da mesa, não adianta ele me olhar com solidariedade, eu sinto ódio.

Depois da morte do pai dele, passamos 20 anos erguendo e batalhando por tudo isso. Do nada, ele chega e toma tudo que eu tenho e conquistei.

Henrike: Concorda, Bianca? - meu celular apita e vejo a mensagem da Sienna "concorda, Bianca".

Bianca: Como isso iria ficar? - nessa briga, estamos apenas ambos. Já que tudo esta em meu nome, meu pai sempre pensou no pior.

Xxxx: Senhorita, repetindo mais uma única vez. O senhor Aleixo, foi vítima de um golpe a 20 anos atrás, quando tinha apenas 4 anos de idade. Por mais que seu pai foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, manchando projetos sociais dos demais sentados em volta da mesa, ele ainda assim era seu legítimo herdeiro. A conta do senhor Paulo Victor Aleixo foi paga, com juros e correção, antes mesmo da sua morte. Assim todo bem material - ele ler em seu papel- 50% de duas boates, 51% multinacional de bebidas e derivados, 1 casa e 2 carros. São dadas em seu testamento para o seu filho. Diante da lei, vemos que não só o senhor Paulo Victor cometeu um crime, como também o senhor Diogo Rodrigues, aproveitando de sua morte e tomando posse ilegitima dos seus bens.

Olho para Sienna buscando conforto, mas ela já havia me dito o que aconteceria. Eu sei que meu pai foi errado, mas o Paulo manchou o nome dele naquela época e o Xamã era um garotinho.

Ravi me olha como quem dissesse "anda logo com isso" e o Duca tenta conectar o carregador portatil no celular. O que é falho já que também vejo a luz vermelha, denunciando estar sem bateria, é claro que ele ta bem "to nem ai, é minha amiga e meu ex cunhado"

Xxxxx: Assim, entre acordo de ambos sugiro que voltem com suas partes de 20 anos atrás. Meio a meio, para o seu próprio bem senhorita Rodrigues.

Bianca: A gente batalhou por 20 anos...

Xamã: Eu cresci conhecido como o filho de um bandido. Nas segundas dividiamos a comida, na terça supria fome com agua, nas quartas a unica refeição era a da escola, nas quintas meu avô conseguia bolacha, na sexta era o meu dia mais feliz. Eu carregava galiota na feira e com o trocado conseguiamos a refeição do fim de semana até a segunda feira. Aos meus 15 anos conseguir meu primeiro emprego como segurança e coincidentemente conheci o meu tio. Eu conseguir tirar minha carteira de jogador profissional e tirava um lucro da serie B, pra ajudar na casa do meu tio e da o que comer para os filhos dele que passaram pelo mesmo que eu. E então o meu avô morreu e tudo que eu havia juntado foi para seu funeral, que até hoje pago. Não quero pagar pra ver quem sofreu mais ou menos, eu quero deixar claro que eu também sempre batalhei e não batalhei ao seu lado ou vivir sem dificuldades por culpa de vocês. Até hoje sustento o meu passado, pessoas que vivem na miseria, reconheço os erros do Paulo Victor, mas eu não sou ele. Eu cresci!
Não adianta citar os crimes do meu pai, não se tampa um buraco abrindo outro. A Cesar o que é de Cesar, a Deus o que é de Deus e a Xamã o que é de Xamã. Não paga de louca Bianca, no meu lugar você faria o mesmo.