Capítulo 21

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– Escute-me, mas não comente nada com Christian. Eliot já se lembrou de tudo, e ele quer falar com você... Meu coração acelera na mesma hora, minhas pernas ficam bambas. Será que vou ter coragem de enfrentá-lo.

– Ok, Mia. – Sussurro e desligo.

– O que ela queria? – Christian pergunta assim que desligo.

– Vou ir almoçar com ela – Digo.

– Você não respondeu minha pergunta. – Diz sem retirar os olhos de mim, eu sei que ele está tentando ler minha expressão. Não adianta eu tentar mentir, ele sempre acaba descobrindo.

– Ela me chamou para almoçar... E, suspiro. – Não adianta mentir Anastácia. Sibila meu subconsciente.

– E? Christian questiona.

– Eliot se lembrou de tudo e quer falar comigo. – Murmuro por fim. A expressão do rosto de Christian muda, olhos frios e rosto impassível.

– Não quero que fale com ele. – Grunhir.

– Você não pode me pedir isso, Christian. – Digo. Isso é inaceitável. Não acredito que ele ainda tem ciúmes de Eliot. Nós o machucamos tanto, isso é o mínimo que posso fazer.

– Você não vai – Grunhir e sai furioso para o banheiro.

– Você querendo ou não, eu vou – Grito quando ele bate a porta do banheiro.

Arrumo a cama do quarto e em seguida vou para a cozinha, chego à mesma e começo a preparar um suco de laranja fresquinho. Ligo o rádio e canto baixinho enquanto preparo algo para comer.

Estava colocando o suco numa jarra, quando sentir a presença de Christian. Virei-me e ele estava-me observando. O rosto impassível da mesma forma. Ele estava lindo, com calça social preta, blusa branca e um colete preto por cima e o terno estava dobrado no seu braço. Ficamos nos encarando por uma eternidade, ele passou a mão pelo cabelo e foi embora sem me dizer uma palavra. Sei que ainda está irritado pelo fato de eu ir ver Eliot, mas isso não vou deixar de fazer.

Encontrei Mia em um restaurante próximo ao hospital, nos sentamos e fizemos nossos pedidos.

– Eliot ficou furioso quando se lembrou de tudo – Mia diz quando o garçom se retira.

– Estou apavorada, eu pensei que ele não ia querer me ver nunca mais, - Digo.

– Até ontem a noite ele não queria ver ninguém, não sei por que mudou de idéia. – Diz.

– Só o que eu quero é que ele me perdoe e seja feliz. – Digo.

– Sabe Ana, estou cansada disso tudo, acho que preciso de uma viaje a Paris. – Murmura. Sorriu.

– Eu também queria poder sumir por um tempo – Digo. – E como estão seus pais? - Pergunto.

– Eles estão muito mais calmos – Sussurra. O garçom aparece com nossos pedidos, continuamos conversando enquanto almoçamos...

Estou em frente à porta do quarto de Eliot. Respiro fundo e abro a porta, quando entro no mesmo, vejo Eliot deitado no leito e com os olhos fechados. Aproximo-me lentamente, meu coração parece que vai sair do peito. Cada batida sinto uma dor profunda no peito, toda vez que o vejo a culpa vem como um tsunami. Engulo a vontade de chorar. Chego ao seu leito, observo a sua face. Suspendo minha mão direita que está trêmula e começo a acariciar o seu rosto. Do nada Eliot abre os olhos, se eu não tivesse petrificada no chão teria saído correndo, serio mesmo, sairia correndo.

Assim que ele abre os olhos retiro a minha mão, olho nos seus olhos, mas não por muito tempo, não consigo encará-lo, minha culpa é maior. Engulo em seco. O silêncio que está presente é torturante, não consigo dizer uma palavra.

Cinquenta tons de Desavença.Onde histórias criam vida. Descubra agora