Capítulo 30

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Christian o que ouve? Pergunto e me ajoelho entre suas pernas. Pego na sua mão. Ele apenas me olha, Olha, olha, mas não diz nada...

Passo a mão pelo seu rosto. – Me diz o que ouve meu amor? Peço com a voz chorosa. Ver o seu estado está-me matando. Ele estava bem até ontem à noite. Eu não fiz nada que pudesse deixa-lo assim. Ou fiz? Meu deus me ajude.

Ele fecha os olhos como se não estivesse conseguido suportar a dor.

–Vamos para um hospital, Christian. - Levanto-me e enxugo as lágrimas que já começam a cair. Se ele não quer me dizer o aconteceu, tudo bem. Mas vou cuidar dele.

Tiro a camisola para poder colocar outra roupa, mas Christian me impede. Ele pega-me pelo braço e me beija. Eu não lhe nego, o beijo com a mesma intensidade. Porém as lágrimas não param de descer e eu não sei explicar o motivo.

– Por favor, não vamos resolver isso com sexo. – Digo, entre nossos beijos. Ele joga a camisa que estava estacando o sangue da sua mão no chão e puxa-me para seus braços.

Debato-me dele, ele ainda não me disse uma palavra e quer fazer amor. Não posso, não assim. Estou sentindo um aperto tão grande no peito que não consigo me entregar. Toda vez que lhe pergunto algo, ele tentar desvia do assunto com sexo.

– Christian, por favor, não consigo, por favor... – Imploro. Ele parece me ouvir. – Se você não quer falar... Seco as lágrimas. – Então vá embora e só volte quando quiser me dizer a verdade. Ele se afasta e fica me olhando, seu olhar de menino perdido me faz perder o chão. Tenho vontade de o deixa resolver com sexo e fazer eu me perder nos seus braços, mas não pode ser sempre assim. Tento me fazer de durona e manter minha palavra.

Ele para na minha frente e olha nos meus olhos pânico, e, de repente, ele está de joelhos diante de mim, a cabeça abaixada, as mãos espalmadas nas coxas. Ele respira fundo e não se move.

O quê?

— Christian, o que você está fazendo?

Ele continua a olhar para o chão, sem erguer os olhos para mim.

— Christian! O que você está fazendo? — repito, numa voz aguda. Ele não se move. — Christian, olhe para mim! — ordeno, em pânico.

Ele ergue a cabeça, sem qualquer hesitação, e me encara passivo com seus olhos frios e cinzentos... Está quase sereno, em expectativa.

Puta merda... Christian. O submisso.

Respiro fundo, chocada. Não. Não, isso é errado, errado e inquietante.

— Christian, por favor, não faça isso. Não quero isso.

Ele continua a me observar passivamente, sem se mover, sem dizer nada.

Ah, droga. Meu pobre Christian. Meu coração se aperta. O que eu fiz com ele? Lágrimas brotam em meus olhos.

— Por que você está fazendo isso? Fale comigo — sussurro. Eu só quero saber o que está acontecendo, por que sua mão está ferida? Por que ele não fala e nem me responde?

Ele pisca uma vez.

— Você disse que nunca iria me deixar e estar me rejeitando. — Murmura suavemente, sem emoção, e por um instante fico aliviada de que ele esteja falando, mas não desse jeito... Não. Não.

A imagem de um homem poderoso que, na verdade, ainda é só um garoto, um garoto que foi terrivelmente abusado e negligenciado, que não se sente merecedor do amor de sua família perfeita e de sua muito menos do que perfeita namorada... Meu menino perdido... é de partir o coração

Cinquenta tons de Desavença.Onde histórias criam vida. Descubra agora