Capítulo 37

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Pov. Kate

Dês do dia em que cheguei a Seattle minha vida estava caminhando muito bem. Nunca mais vi ou falei com Eliot e até hoje não tive coragem de falar a Ana o que aconteceu em Aspen. Para que vou falar se ele não se lembra de nada e eu não vou o fazer lembrar, o melhor é que fique enterrado no passado.

Estava na minha sala no The Seattle Times, quando meu chefe entrou e disse que tinha agendado para mim uma entrevista na segunda que vem com Eliot Grey. Acho que o destino está de brincadeira comigo.

Sei que a entrevista é só semana que vem, mas fiquei nervosa durante toda a semana. Anastácia nem percebeu meu nervosismo no decorrer da semana, pois estava acontecendo algo entre ela e Christian. Eu a enche de perguntas,mas ela não quis-me dizer o que estava acontecendo.

Era sábado à noite e eu estava sentada no sofá pesquisando tudo o que eu pudesse sobre a vida de Eliot. No google imagens havia várias fotos dele, sozinho e acompanhado. Altas, baixinhas, magras, morenas, ruivas, loira, arg... Aposto que ele deve se lembrar de todas, menos que passou a noite comigo. Desgraçado. Assustei-me quando Anastácia abriu a porta aos prantos e correu para o quarto. Fiquei sem entender nada, Christian teve aqui na noite passada e pela noite que tiveram achei que já estivessem resolvidos. Fui atrás de Anastácia, mas ela não abriu a porta. Deixei-a em paz e fui para o meu quarto.

Segunda-feira pela manhã, eu acordei atrasada. Ontem fiz de tudo para tirar Anastácia da cama. Chamei Ethan e os amigos dela, Mia e Jose, que agora são meus amigos também e tivemos uma noite descontraída e animada. Durante a noite anotei várias perguntas no meu bloco de notas e tem algumas perguntas que não vou ter coragem de fazer, conclusão, fui dormir muito tarde. Pela manhã Anastácia me pediu para que não comentasse com Eliot o que havia acontecido entre ela e Christian, como se eu fosse dizer algo. Tenho até medo da reação que ele pode ter, vai doer muito vê-lo correndo atrás de Anastácia e querendo namorá-la novamente. Não quero ter que passar por isso.

Cheguei à construtora no horário marcado. Uma senhora que parece ser a assistente dele me encaminha até sua sala. Repito comigo mentalmente para manter a calma e agir profissionalmente.

– Senhor Eliot, a senhorita Kate. – A senhora anuncia.

– Obrigada Lúcia. – Responde e a senhora sai.

Ele fita-me com aqueles olhos verdes e meus olhos percorrem o de cima a baixo, meu corpo inteiro reconhece o seu, mas a reciproca não deve ser igual já que ele nem se lembra de mim. Esse pensamento faz com que eu fique o mais profissional possível.

– Podemos começar? – Pergunto.

– Sente-se. – Diz e se senta.

Sento-me e pego meu gravador e meu bloco de notas com as perguntas na bolsa. Quando olho-o ele tem um sorriso no rosto.

– Algum problema? Pergunto desconfiada.

– Ver você agindo toda profissional comigo é engraçado. – Ele diz e o meu coração palpita. Será que ele se lembrou?

– Por qual motivo? Pergunto esperançosa e um sorriso de leve brota no meu rosto.

– Não foi assim que você agiu comigo em búzios, apesar de ter sido ríspida em Aspen sem eu saber o motivo. – Diz e contínua com aquele sorriso idiota.

Idiota! Tenho vontade de gritar na cara dele, mas me contenho.

Faço algumas perguntas sobre sua família atual, mas não toco na adoção. Apesar de ele ter dito que não poderia ter tido família melhor. Faço algumas perguntas sobre o seu projeto no Rio de Janeiro e ele fala um pouco sobre seu trabalho e o meio ambiente. Agora faltam algumas perguntas pessoais.

Cinquenta tons de Desavença.Onde histórias criam vida. Descubra agora