Capítulo 41

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Pov. Christian Grey

Quando ouvir Anastácia gritar vermelho meu corpo congelou. Não percebi que estava indo demais até que ela gritou. Larguei o chicote que caiu no chão, minha respiração estava rápida e ofegante. Retirei as mãos dela da corda, seu corpo mole caiu sobre o meu. O que eu fiz? Dilacerei a minha mulher, a mulher que eu devia proteger, e cuidar e amar. Grey você é um fodido.

Enrolei seu corpo no robe branco, foi quando começou a escorrer sangue entre suas pernas. Sai em disparada para fora do quarto.

– Taylor. – Gritei tão alto que o prédio inteiro deve ter escutado.

Taylor apareceu em segundos, quando viu o corpo de Anastácia nos meus braços seus olhos se arregalaram. Eu nem me importei por eu estar nu. Coloquei-a nos braços dele e ordenei que ele fosse para o carro, vestir a primeira roupa que encontrei no closet. Meu corpo inteiro estava trêmulo, a culpa me dilacerando por dentro.

Corri para a garagem, Taylor estava a minha espera. Entrei no fundo do carro com Anastácia e Taylor correu para o hospital. Durante todo o caminho fiquei chamando-a, desculpando-me por ser um monstro com ela. Eu não queria ter feito o que eu fiz, mas foi mais forte que eu. Juntou sua ida até o apartamento de Eliot com e as fotos, com a exposição de Jose onde milhares de olhos vão estar voltados para minha mulher. Eu não conseguir me controlar e a única coisa que iria me fazer parar seria a palavra de segurança. Deixei meu lado dominador falar mais alto, deixei que isso destruísse a pessoa mais importante da minha vida.

Chegamos ao hospital às duas da manhã e pelo horário minha mãe já deve estar em casa, melhor assim, não quero ter que explicar nada a ninguém. Só o que eu preciso é que minha mulher fique bem.

Coloco-a na maca e a levam para ser examinada. Fico andando de um lado para o outro, não consigo ficar quieto. Passaram meia hora, mas parece que tem horas que estou aqui sem ninguém me dizer nada.

– Senhor Grey, posso falar com você na minha sala. – O médico diz.

Sigo-o, e me sento na sua sala. Imagino que ele vá me perguntar das contusões que Ana tem nas costas.

– A senhorita Steele está com algumas marcas nas costas, imagino que vocês estavam fazendo algo quando isso aconteceu. – Diz e me olha. O que ele me diz não é nenhuma novidade.

– Eu quero saber o motivo do sangramento. – Murmuro.

– Ela teve um aborto espontâneo. – Diz. Sinto como se todo o meu sangue estivesse saído do meu corpo. Meus olhos marejaram, mas me esforcei para não quebrar.

– Isso que aconteceu foi causado pelo que a gente estava fazendo? Pergunto e sinto meu coração disparar.

– Um sexo selvagem não causa aborto espontâneo, ela estava no início da gravidez, então, posso dizer que isso foi causado pela má formação do embrião.

Não sinto o alivio que deveria sentir. Se não tivesse levado ela para o quarto de jogos nada disso teria acontecido. Vou para o quarto onde minha mulher está dormindo por causa do remédio que lhe foi dado. Sento-me ao seu lado e pego sua mão. As lágrimas descem pelo meu rosto e eu me entrego ao desespero. Encosto minha cabeça na sua cama e choro, choro como se tivesse perdido um pedaço de mim mesmo.

Não percebi que eu tinha dormindo até ouvir minha mãe chamando-me pela manhã. Levanto-me e quando ela vê meus olhos vermelhos e inchado ela me abraça.

– Sei o que aconteceu filho. Sinto muito. – Diz e me abraça.

– Foi minha culpa, mãe. Foi por minha culpa que ela perdeu o bebê. – Digo com a voz rouca. Ela me abraça e sinto meus ombros tremerem de desespero. Eu nem me importo se o médico contou a ela sobre os machucados nas costas de Ana, eu mereço passar por qualquer tipo de vergonha pelo que eu fiz. O pior de tudo é não saber se Anastácia ainda vai querer algo comigo quando ela acorda. Se ela se afastar dessa vez, não vou atrás dela, afinal, quem vai querer ficar com um homem fodido. Eu prefiro morrer a fazer algum mal a ela novamente, prefiro morrer.

Cinquenta tons de Desavença.Onde histórias criam vida. Descubra agora