Capítulo 35

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Ouço vozes, mas não tenho vontade de abrir os olhos. Não quero enfrentar a realidade, eu sei o que me espera do outro lado. Lembro-me do acidente, o carro batendo, e o frio, muito frio.

– Ela ainda está dormindo, mas a febre baixou. Quando ela acordar decidirá o que fazer. Tchau, Mia. – Vejo Eliot falando pelo telefone. O que estou fazendo aqui? E onde estou?

Vejo que estou em um quarto, um quarto grande e muito bonito. A luz da varanda entra suavemente no quarto, olhei em volta, mas não reconheço o lugar. Eliot está no pé da cama me olhando. Imagino que foi ele que me tirou do carro. Fitamo-nos por um longo tempo, nenhum dos dois sabe o que dizer.

– Vou buscar algo para você comer. – Diz e sai do quarto.

Ele sai em disparada do quarto. Eu ainda não entendo porque estou aqui. Devia estar na minha casa. Tento mexer meu pé, mas dói demais. Gemo de dor. Vejo que estou vestida com a camisa dele e meu biquíni sumiu, não acredito que ele me despiu. Meu rosto fica da cor da bandeira chinesa.

Eliot entra no quarto com uma bandeja, o cheiro da comida é bom, mas não sinto fome.

– Toma. – Diz e me entrega um comprimido para dor. Pego o mesmo sem dizer uma palavra.

Ele ajuda-me a senta e coloca uma almofada em baixo do meu pé.

– Você deve estar se perguntando o motivo de ta aqui no meu prédio. – Murmura e eu o olho. Eu nem sabia que esse era o apartamento dele. No tempo em que namorei eu nunca tinha vindo aqui.

– Eu fui atrás de você quando saio em disparada com aquele carro, quando te achei foi com o carro batido. Tirei-lhe de lá e estava-te levando de volta para a casa dos meus pais. Porém Mia me ligou e disse que... Ele faz uma pausa e me olha.

– Christian estava lá. Eu não queria vê-lo e achei que você também não. – Diz.

Ao ouvir o nome de Christian meus olhos marejam na hora. Ele me traiu e ainda vai ser pai, meu deus, como esse homem mentiu para mim. Quantos segredos mais ele esconde, será que o nome dele é Christian? Limpo as lágrimas do meu rosto.

– Por que está fazendo isso Eliot? Você devia-me odiar. – Digo e o olho.

– Devia Anastácia, mas não consigo. Nesse momento fico pensando em como estaríamos se Christian não tivesse-se envolvido entre nós. – Sussurra. As lágrimas já descem pelo meu rosto.

– Eu sabia que ele ia te magoa, tinha certeza disso. – Diz irritado. Limpo meu rosto.

– Eu também te magoei e agora você está aqui me ajudando. - Preciso ir para casa. – Digo.

– Christian veio aqui, mas dei ordens para ele não entrar. Se você for para casa, ele vai atrás de você. – Diz

– Não quero vê-lo. – Digo com a voz chorosa,

– Então fica. – Sussurra e me fita.

Como posso ficar? Como posso buscar apoio com meu ex-namorado que é irmão do homem que amo, pois eu ainda amo Christian. Não posso. Quando ia responder Eliot disse.

– Fica como minha Amiga, Anastácia. Quero-te ajudar e irritar Christian também, afinal, ele merece. – Diz.

– Quando meu pé fica melhor vou ir embora. – Digo.

– Combinado. Vamos fazer o seguinte, não vamos falar do passado enquanto estivermos aqui. – Diz.

– Combinado. – Digo e sorriu fraco. Isso tudo é meio estranho, mas é bom te ló como amigo.

Eliot conta-me tudo o que aconteceu ontem, quando me trouxe para sua casa. Mia veio aqui com uma médica que examinou meu pé e limpou o corte na minha cabeça. Foi Mia que tirou meu biquíni e vestiu-me com a camisa de Eliot. Ela disse que voltaria mais tarde com algumas roupas minha e também ficou de avisar a Kate onde estou. Um atestado já foi enviado para SIP e Jack já foi avisado do ocorrido.

Cinquenta tons de Desavença.Onde histórias criam vida. Descubra agora