CAPÍTULO 4

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H E C T O R

Estaciono o carro e saio deixando Lisa para trás, pensei que ela ia reclamar por eu não ter sido cavalheiro e ter aberto a porta para ela, mas isso não aconteceu. Ela mesma abriu a porta sem ao menos reclamar ou esboçar um sinal de repressão, e isso de algum modo me incomodou.

No fundo eu torcia para que ela se esperneasse, exigindo que eu voltasse para abrir a porta para ela, como um bom cavalheiro faria, mas de qualquer modo eu não ia dar esse gostinho à ela.

Quando ela passa pela grande porta de madeira seu rosto ganha uma expressão de espanto e admiração, isso não me surpreende em nada, todos que pisam na minha casa reagem do mesmo modo, talvez para eles essa seja a casa dos sonhos ou aquela típica casa de filmes, onde cada mínimo detalhe esbanja perfeição, mas para mim esta é só mais uma casa como outra qualquer.

- Sua casa é linda. - me olha sorrindo. - Você mora aqui sozinho?

- Não mais. - Sorrio de lado - Você mora aqui comigo agora.

- Eu... Estou com um pouco de dor de cabeça, você pode me mostrar onde fica meu quarto?

Vejo seu rosto corando enquanto as palavras saíam da sua boca delicada, causando em mim uma forte vontade de deixá-la ainda mais constrangida. Não é possível que ela seja uma mulher tímida.

- O NOSSO quarto é o primeiro do corredor. - como eu imaginava seu rosto cora ainda mais e seus dedos movem-se frenéticos em um claro gesto de nervosismo.

- Nós vamos dormir juntos?

- Mas é claro que sim, nós somos casados, isso é absolutamente normal. - A passos lentos vou encurralando ela na parede e quando finalmente ela fica sem saída faço questão de me aproximar ainda mais. - Algum problema?

- Sim, muitos problemas. - quebra nosso contato visual. - Eu não vou me sentir bem dormindo com você, eu nem te conheço direito e eu...

- Não se preocupe, não irei tentar nada, você não faz meu tipo. - dou-lhe as costas e começo a subir as escadas fazendo um sinal com a mão mostrando que ela deve me seguir.

- E mesmo se tentasse não ia conseguir, você também não faz meu tipo, além do mais você é muito velho. - passa por mim esbarrando em meu ombro, me deixando atônito no lugar.

Então quer dizer que ela sabe ser cruel quando quer? Aquele ar de mulher tímida é apenas para enganar, por um lado até gostei de vê-la com as garras de fora, isso mostra que minhas provocações irão irritá-la e isso me enche de satisfação. Quando abro a porta do quarto me deparo com ela deitada na cama olhando para o teto.

- Pensando em como será dormir ao lado de um velho?- Decido provocá-la.

Eu sei muito bem que ela só falou isso da boca para fora, posso estar chegando aos quarenta, mas minha forma física está em ótimo estado, assim como minha aparência também, então pouco me importa alguém me chamar de velho. Modéstia à parte, sou bem atraente aos olhos femininos, não é à toa que mulheres se jogam aos meus pés.

- Deixe suas provações para depois, Hector. - me lança um olhar sério - Amanhã quero o contrato nas minhas mãos, quero ler e ver os absurdos que você mandou incluir nele.

- Isso não será necessário, tudo o que quiser saber eu mesmo posso te informar.

- Tudo bem ... Então me explique porque se casou com uma estranha? Você é rico, Hector, deveria se casar com alguém a altura, eu não faço parte do seu mundo.

- Preciso apresentar uma certidão de casamento para o advogado do meu pai e, bom, você é perfeita para ser minha esposa, agora o porque você não precisa saber e mais adiante preciso conversar sério com você.

Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1 Onde histórias criam vida. Descubra agora