Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1

CAPÍTULO 24

HECTOR

Tomo mais um longo gole de vinho para tentar aliviar o tédio que me domina a essa hora da madrugada, desde de que cheguei em casa eu me recuso a fechar os olhos, tudo isso para evitar que Lisa e a dançarina máscarada invadam meu pensamento. Não quero pensar nelas, mas também não consigo não pensar. É como se elas tivessem se unindo para me atormentar.

Quando segurei o rosto da dançarina e olhei no fundo dos seus olhos eu me lembrei da Lisa e o mais engraçado é que quando Lisa foi no meu quarto me provocar eu também olhei nos olhos dela e lembrei da dançarina máscarada e isso é oque vem me tirando do sério.

Como posso pensar em duas mulheres ao mesmo tempo? O que mais me surpreende é que elas são totalmente diferentes uma da outra, enquanto a dançarina é uma mulher sedutora e altamente envolvente, Lisa já é mais controlada, mas também tem um ar sexy e isso vem sendo minha desgraça. Porque estou pensando nela?

Eu quero a dama máscarada e não a princesa que vive no castelo cor de rosa. Quero a mulher que dançou para mim hoje vestindo uma lagerie altamente sexy, quero essa maldita dançarina que me deixou duro encima do palco onde ela se esfregava em mim enquanto outros homens babacas a comiam com os olhos, mas por mais que eu queira essa maldita máquina de sedução tem um lado idiota que grita dentro de mim falando que não é ela quem eu quero e sim Lisa Adams Lonnie.

Meu lado babaca grita para ter aquele corpinho pequeno suando em baixo do meu, talvez isso seja apenas porque quero engravida-lá, que aliás é meu único objetivo nesse casamento tolo que eu mesmo inventei e que por mais sem noção que seja eu me recuso a pedir o divórcio.

- Eu sou um desgraçado! - Grito ao mesmo tempo que rio descontroladamente em um claro sinal que a essa altura as três garrafas de vinho que bebi já estão fazendo efeito.

Isso se torna algo totalmente vergonhoso para mim, um homem de 39 anos como eu não deveria está jogado na sala ao lado de três garrafas vazias se lamentando por duas mulheres invadirem seu pensamento e sim resolvendo sua vida, estabelecendo planos para alcançar metas, isso é oque o Hector de antes faria, mas acontece que eu me pedir no meio do caminho e não estou conseguindo me encontrar.

Cansado de me afogar nas amarguras eu me levanto cambaleando do sofá e movo minhas pernas até a escada forçando-as a subir degrau por degrau, mesmo que isso seja algo difícil para uma pessoa bêbada como eu. Paro enfrente a porta do quarto de Lisa e penso em entrar e acorda-la aos gritos chamando-a de maldita e colocando de uma vez por todas na cabeça dela que o dever dela como mulher é me dá um filho, mas chego a conclusão que o melhor remédio para mim agora é me jogar na cama, também não há dúvidas que meu cérebro está trabalhando com uma dose exagerada de álcool.

Me sento na cama, tirando minha camisa ainda com o cheiro da dançarina máscarada e quando a aroma me invade eu a jogo longe como se isso fosse joga-la para fora do meu pensamento também e isso de fato a jogou, mas trouxe Lisa com mais intensidade a me atormentar, porque agora vou até onde minha camisa está jogada e pego a pequena blusa dela que ainda está no meu quarto.

Como um verdeiro idiota eu cheiro sua blusa e logo o perfume de flores me invade. Não sei porque ando comparando Lisa com a dançarina, mas meu outro lado sente a necessidade de me dizer que Lisa é melhor e que é real, mas em contrapartida meu lado cafajeste prefere quem se esfregou em mim na boate, mesmo que ela seja uma espécie de fantasia pela qual me apeguei.

Jogo a blusa dela no chão e me deito forçando meu pensamento maluco a parar de causar essa confusão de comparações idiotas que não vão me levar a lugar nenhum.

(...)

Como o previsto acordei com uma terrível dor de cabeça resultado da minha bebedeira de ontem e agora tudo oque estou fazendo é tomar xícaras e mais xícaras de café forte e amargo, me concentrando para não fazer nenhum movimento brusco, mas minha tentiva se torna frustrada quando vejo Lisa aparecer no meu campo de visão com a cara toda amassada de sono...