Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1

CAPÍTULO 20

LISA

Aos poucos vou despertando e quando movo minha mão sinto ela tocar em algo, então, abro meus olhos com dificuldade e dou de cara com Hector que parece dormir como um bebê, o que me deixa confusa, na minha cabeça ele estaria andando no meio da plantação de uvas, usando tudo que sabe para aumentar a produção, mas acabei me enganando.

Quando noto o quão próximos estamos saio da cama em um pulo e me prontifico a correr até o banheiro, mas paro quando passo as mãos pelo meu corpo e não sinto o tecido grosso do casaco que eu usava ontem. Me viro para o espelho ao meu lado e tomo um susto quando me vejo dentro da camisa que Hector usava.

Eu não estou acreditando nisso! O quê estou fazendo com essa roupa?

- Minha camisa fica tentadoramente sexy em você. - um arrepio passa por mim quando sua voz rouca ainda de sono invade meus ouvidos.

- Co...Como? Vo..Você trocou minha roupa!

- Sim, você estava em um sono profundo, então fiz o favor de te vestir em algo mais confortável. - todo meu nervosismo aumenta quando Hector levanta da cama vestindo apenas uma cueca branca.

- Se vista por favor. - Levo minhas mãos ao rosto, arrancando uma risada debochada dele que me faz ferver de raiva .

- Estou bem assim - dá de ombros, parando a minha frente - O que acha de fazer nosso filho aqui em Portugal em um quarto repleto de luxo?

Seu tom manso me causa mais arrepios do que quando ele está bravo. Engulo a seco quando seus dedos contornam minha boca, meus olhos se prendem a imensidão azul sobria dele me causando uma sensação estranha.

Involuntariamente meus olhos se fecham enquanto sinto sua boca bem próxima ao meu pescoço. Quando sua respiração quente bate em minha pele, uma forte e inesperada vontade de gritar toma conta de mim ao mesmo tempo em que sinto meu corpo querendo derreter com essa aproximação toda e não saber oque é isso se torna algo assustador para, em toda minha vida eu nunca senti algo assim ou até mesmo parecido.

Largo meus pensamentos de lado quando Hector se mostra decidido a seguir em frente e agora ele distribui pequenos beijos nos meus ombros e pescoço, me deixando totalmente incapaz de empurrá-lo para longe, por mais que eu queira distância eu não consigo reagir e me odeio por isso está acontecendo, essa não é a melhor hora para eu simplesmente ficar sem reação.

Aperto os olhos enquanto ele continua a beijar minha pele que agora é tomada por um forte formigamento fazendo com que eu lute para obrigar minhas pernas a sustentarem meu corpo, que estranhamente não me obedece mais.

Todo meu nervosismo e tensão ganham ainda mais intensidade quando sinto algo duro encostando em minha barriga, sei bem o que isso é e arregalo os olhos ao mesmo tempo em que tento fugir, mas Hector me segura pela cintura com suas mãos grandes e firmes.

- Por que está querendo fugir?

Penso em respondê-lo, mas quando sinto seu aperto um líquido escorre de dentro de mim ao mesmo tempo em que sinto a necessidade de esfregar minhas pernas uma na outra e isso acaba me deixando assustada. Mas o quê é isso? Não pode ser excitação! Não posso estar sentindo isso por um homem como Hector, não depois de tudo oque ele me disse. Isso não pode acontecer!

Por mais que eu tente desesperadamente encontrar algo que me faça entender que isso é apenas ilusão da minha cabeça, a verdade vem com tudo em minha direção, deixando claro como água que estou de fato desejando um homem pela primeira vez na vida. Chegando a essa triste e vergonhosa conclusão eu me xingo mentalmente por esse homem a quem desejo ser um que só lança ódio em minha direção.