Tudo Começou Com Uma Taça De Vinho #1

CAPÍTULO 32

HECTOR

Depois que saí do quarto de Lisa eu me tranquei aqui dentro de meu e não estou disposto a deixá-lo até que eu tome coragem e saia não dando a mínima caso eu encontre a mulher que ontem me deu banho. A mulher que eu beijei com carinho, que eu chamei de anjo e a mulher que me viu mais uma vez agindo como um fraco.

Lisa está me desestabilizando e por mais que eu não queira, devo admitir que ela está tendo um grande poder sobre mim. A todo momento ela está aqui, rondando constantemente meus pensamentos obscuros e é nessa horas que minha vida ganha um pouco mais de luz. A luz que foi apagada no exato momento em que o coração da minha jóia rara parou de bater. No exato momento em que vi em câmera lenta o chão cedendo sobre meus pés e um grande buraco negro me puxando para as sombras.

- Para de ser covarde, Hector, ela é só uma virgem. - balbucio me olhando no espelho do banheiro...

Eu sei que estou sendo um idiota tentando me agarrar nas palavras mentirosas que forço a deixarem minha garganta, mas eu preciso me convencer que ainda continuo blindado aos encantos femininos, preciso acreditar que ainda sou o mesmo do dia em que decidi me fechar para o mundo e todo sentimento bom que habita nele, mas não, isso não está funcionando, porque sei que Lisa conseguiu chegar no meu coração que eu julgava ser impenetrável.

Sei que isso que sinto por Lisa e tento a todo custo negar é um sentimento forte, intenso e inexplicável. Está claro como águas de um rio cristalino que Lisa Adams veio devastando minha vida de uma forma boa, isso sem ao menos trocarmos carícias e toques, apenas alguns beijos que podem ser contados nos dedos.

- Você acabou de admitir que gosta dela, Hector - resmungo mais uma vez para meu reflexo desleixado no espelho.

Devo dizer que admitir isso me dá uma sensação mais intensa de fraqueza, que mostra que minhas barreiras foram quebradas e minha armadura retirada. Agora eu estou vulnerável e não gosto disso porque sinto como se fosse preciso a todo momento ficar na defensiva, pronto a atacar caso preciso for e sendo sincero eu PRECISO SIM atacar esse sentimento chamado amor que um dia me destruiu, mas precisar é diferente de quer e eu agora NÃO quero.

Agora eu só desejo parar de ser covarde, só desejo ir até a área da piscina onde Lisa está sentada tomando sol e dizer em alto e bom som que estou apaixonado por ela. Mas o medo de ser rejeitado bate com tudo em mim, então me acovardo novamente e continuo apenas a observando através da janela do meu quarto.

O quão estúpido soa eu falando que tenho medo de ser rejeitado? Está óbvio que provavelmente isso vá acontecer. Fui um cretino com ela, um grande filho da puta e um monstro que a mantém acorrentada aos meus pés. É até estúpido eu está falando que estou com medo do desprezo dá mulher que só recebeu isso de mim.

Com passos falsamente esbanjando indiferença e confiança, eu deixo meu quarto e vou até a sala, pretendendo nesta manhã de segunda-feira me afogar em mais uma deliciosa garrafa de vinho, que ultimamente venho bebendo até mais do que eu gostaria. Só me faltava essa, eu um homem com quase quarenta anos nas costa virar um alcoólatra por não ter coragem de declarar meus sentimentos a uma mulher. Isso é patético!

- Hector...

Sua voz receosa chega até mim, me fazendo largar a taça de vinho de lado e pousar meus olhos nela que está parada a minha frente, me fazendo sorrir internamente por ver o quão baixinha ela é. Lisa é delicada até mesmo na altura e isso agora faz meus lábios se esticarem em um meio sorriso verdadeiro. Minha vontade é de puxá-la com vontade para meu colo e tomar seu lábios com avidez, enquanto minhas mãos passeiam sobre sua pele branquinha e aparentemente bem hidratada.