CAPÍTULO 37

247 65 9
                                    

RODRIGO

Passaram-se alguns dias desde que eu e Helena começamos um relacionamento, mas infelizmente, eu pouco a vi, nesses últimos dias, em decorrência das investigações que estou trabalhando. Matias chegou ao nosso pequeno grupo e acrescentou algo que ainda não sabíamos e agora tínhamos um caminho novo a trilhar.

Quatro estudantes do Rio de Janeiro, que se intitulavam: CSI RIO, sabiam muito sobre a nota. Eles tinham algo como uma fascinação sobre o seu modus operandi.

Sabíamos que A Nota era estudado nas faculdades de direito. Os professores transmitiam o conhecimento para os acadêmicos, detalhando que o serial killer havia cometido o crime perfeito, ou seja, aquele que não deixou nenhuma pista e que saiu impune.

Encontrei Figueiredo na porta da Diretoria da Polícia Civil e ele entrou no meu carro. Ele estava vestido formalmente, e como de costume trajava um terno preto, camisa azul e um pesado relógio de ouro no pulso. Assim que ele colocou o cinto, agradeci internamente de ter colocado o meu único terno.
Seguimos para a faculdade em uma conversa animada sobre futebol, já que passaríamos perto do Maracanã.

- ... não há o que discutir Figueiredo, o Flamengo é o melhor time do Brasil.

O homem de rosto arredondado e bochechas rosadas, com um olhar divertido e um espírito ímpar de liderança, gargalhou divertido.

- Concordo que o Flamengo é o melhor time, mas só tem nome, na hora de ganhar títulos só fica no cheirinho. - Sua risada alta ecoava pelo carro.

- Não perderei o meu tempo discutindo com alguém que torce para o time do maior tapetão da história.

Sua risada cessou no mesmo instante e de canto de olho eu o vi ficar vermelho. Antes que ele pudesse continuar a discussão, estacionei o carro na faculdade.
Descemos e andamos lado a lado até a entrada principal. Chegando próximo, conseguimos avistar o Matias. Um imponente delegado federal, trajado com uma calça jeans escura, polo preta da PF e na cintura: sua arma e distintivo. Só me dei conta que sentia falta daqueles objetos, quando eles estavam bem ali, na minha frente, mas não eram meus. Matias tinha mais ou menos a minha altura, cerca de 1 metro e noventa, um cabelo bem cortado preto, olhos arredondados castanho claro e uma pele morena.

- Gostaria de saber o que causou tanta diversão a um e tanta ira ao outro? - Disse Matias notando a diversão em meu olhar e a vermelhidão no rosto do Figueiredo.

Matias apertou a mão do Figueiredo e depois a minha. O robusto homem não deixou a história passar e começou a me acusar: - Rodrigo não sabe falar sobre futebol de maneira justa. Falei a verdade sobre o time dele e ele já apelou comigo.
Controlei a todo o custo uma risada e notei que Matias fazia o mesmo. Figueiredo olhou para a nossa expressão corporal e ficou ainda mais nervoso.
- Vamos logo fazer o nosso trabalho. - Ele disse, muito ranzinza tomando a dianteira mesmo sem saber para onde devíamos ir.

Duas noites anteriores eu chamei os dois e discutimos durante uma longa tarde sobre a nossa linha de investigação. A pior parte era: como investigar alguém que cometeu crimes tão perfeitos e não deixou nenhuma ponta solta que pudéssemos agarrar?

Quando Figueiredo pontuava sobre a perfeição dos crimes da Nota, Matias, como que pegando uma ideia no ar, lembrou do grupo que estamos prestes a conhecer.
Matias tomou a frente e nos encaminhou para uma sala reservada. Em todo o caminho mantivemos o silêncio. Acredito que o CSI RIO é um grupo sério de pesquisadores forenses, estudiosos com uma larga carreira e amplo conhecimento, apesar do nome do grupo ser no mínimo questionável. Mas em nenhum momento imaginei o que veria quando Matias girou a maçaneta e abriu a porta.

A Canção Perdida ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora