CAPÍTULO 45

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RODRIGO

- Podemos ajudar, pois sabemos quem é A Nota.

Essa frase martelou no meu psicológico nas últimas semanas me tirando o sono. Estávamos de volta na Universidade, naquela mesma sala desorganizada de antes e com o mesmo grupo de jovens nada ortodoxos.

Como Matias não pôde estar presente, devido uma grande apreensão de documentos, coube a mim e a Figueiredo nos responsabilizarmos pela continuidade da investigação. Mas aquele senhor robusto estava atrasado mais de vinte minutos. Sem muita paciência, os jovens mexiam em ritmo acelerado nos seus celulares e pouco interagiam comigo. Sentei-me em uma cadeira ao lado da porta e fechei os olhos, recordando o que aconteceu no fatídico dia que conhecemos o CSI RIO.

Após a fala da jovem Kalinda, líder daquele misterioso grupo, eu olhei para Figueiredo e Matias e ambos me devolveram o olhar espantados com a notícia. Ficamos entusiasmados com a resposta, então Matias tomou a frente e começou a encher a jovem de indagações, mas rapidamente Kalinda o interrompeu com o levantar de sua mão e disse com simplicidade:

- A Nota é um Padre e Missionário da Igreja Católica Apostólica Romana. Seu nome é Lindomar Jesus de Oliveira e hoje com a idade avançada, reside em um asilo público.

Mal tive tempo de reagir a tais informações quando Figueiredo saltou da cadeira ao meu lado e disse com um tom de voz muito seguro:

- Não é ele, vocês estão errados.

Kalinda revirou os olhos com a contradição.

- Não é porque o senhor foi o responsável pelas investigações da Nota nos últimos anos que pode vim aqui e dizer que estamos errados. - Kauê disse em tom acusador. Eu estava prestes a intervir quando Figueiredo continuou a sua indignação.

- Vocês são jovens e não entendem de investigação. Estamos perdendo o nosso tempo aqui. Eu fui sim o responsável do caso nos últimos anos e antes de mim foi o saudoso Doutor Silva, delegado experiente e incorruptível. No entanto, eu entendo que as suas opiniões sobre o caso tenham levado a crer que o Lindomar seja o culpado, mas eu tenho diversas provas do contrário.

Por um breve momento eu desliguei a minha mente daquele lugar. De fato, eu lembrava da documentação que o Dr. Figueiredo me entregou e que havia menção em tal nome como sendo um suspeito infundado. Não dei importância no momento, pois me pareceu "chover no molhado", já que ele tinha sido inocentado ainda na investigação policial.

- O senhor não quer é admitir que pode estar errado e deixou esse monstro impune. - Iara tomou a frente do grupo e disse muito determinada.

- Eu não estou errado. - Figueiredo jogou as palavras entre os dentes. - Eu vou provar, me dê apenas alguns dias para pegar todas as provas que eu preciso e eu vou ampliar de modo gigante e colar nessas paredes para vocês entenderem de uma vez por todas.

Três integrantes do grupo riram divertidos com a cena, menos Diego. Ele estava muito sério e apenas finalizou aquela discussão: - Traga as provas que têm, traremos as nossas indagações sobre cada uma, assim saberemos quem está no caminho certo.

O assunto morreu ali, mas logo outro assunto entrou na roda.

- Fale para eles Iara sobre o seu plano. - Kalinda cutucou a jovem.

Iara nos olhou timidamente e disse: - Precisamos nos encontrar com a única pessoa viva que viu A Nota, assim nossas investigações podem tomar rumos inesperados. E podemos provar de uma vez por todas quem está certo.

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