65° ANTONELLA

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xxx: bom dia, sou a Bruna.

Antonella: tô ligada canal de fofoca e tals. - Theo riu.

Bru: eu era agora sou de um programa de investigação etc, - concordei. - vamos começar?

Antonella: não precisa ficar nervosa, não vou te matar não moça, olha o tamanho da grade entre a gente. - sorri.

Bru: vou fazer as perguntas e você responde só as que se sentir confortável. - concordei.

xxx: tá gravando.

Bru: bom primeiro como que você quer que eu te chame? Antonella, patricinha, primeira dama?- sorri.

Antonella: pode ser Antonella.

Bru: bom Antonella, agora você tem quantos anos?

Antonella: 23.

Bru: quantos anos você foi condenada?

Antonella: 140 anos. - balançava a perna por causa da ansiedade.

Bru: você pode nos contar como você entrou nisso tudo? - eu ri, tudo que eu vivi até aqui passava pela minha cabeça.

Antonella: eu era adolescente ainda quando eu pisei a primeira vez no baile da neblina, lá eu conheci o P7 me apaixonei logo de cara, - dei um sorriso bobo. - a ideia de ter um namorado traficante era um máximo.

Bru: você foi sozinha nesse baile?

Antonella: não levei uma amiga e uma outra qualquer, mas ai pouco tempo depois meu pai descobriu e me mandou pra Dubai pra estudar e tomar conta da empresa, fiquei lá por dois quase três anos, voltei e em duas semanas mais ou menos eu larguei tudo e voltei pro morro, minha amiga já tava com um dos sub do morro.

Bru: e quando você começou a praticar os crimes? - eu ri mais uma vez.

Antonella: logo na primeira semana, roubei uns milhões de um dos sócios da empresa, depois carro forte e quando eu fui ver já tava envolvida até o último fio de cabelo.

Bru: e os assassinatos, a gente viu que tem várias acusações contra você de lesão corporal.

Antonella: olha matar alguém só pesa na cabeça a primeira vez, depois tu vai fazendo mais e mais e quando vai ver nem liga mais e as lesões corporais é porque eu namorava o dono do morro, eu sou ciumenta todo mundo sabe aí as mina chegava junto do meu namorado eu só dava um tiro na perna ou então batia na mina só pra assustar.- todos me olham assustados.

Bru: e como era seu "trabalho" e seu relacionamento com o P7, g3 e o Dinho?

Antonella: meu trampo era de boa, nada demais não era um bicho de sete cabeças e minha relação com eles era a melhor de todas, a gente era uma família mesmo claro tinha uma briga ali outra aqui mas era muito boa.

Bru: você se arrepende de tudo o que você fez?

Antonella: claro que não, eu me arrependo de não ter percebido que a Jully era traíra, me arrependo de não ter matado ela.- eles arregala os olhos e eu ri.

Bru: de quem ou do que você sente mais falta?

Antonella: sinto falta da minha filha, não é de sangue mas é de coração morro de saudade dela, sinto saudade do P7, g3, Dinho, Jason, do Billy dos meus amigos em geral, principalmente da maluquinha que ficou comigo em todos os momentos da minha vida, sinto falta do baile, de tudo sabe.

Bru: no caso você fala da Luna?

Antonella: sim.

Bru: há mais ou menos uns seis meses, a sua amiga Jully sumiu muitos dizem que você que mandou matar ela, é verdade? - gargalhei.

Antonella: claro que não, nem sei onde ela tá ah cara ela traiu a segunda facção mais forte de SP, ela traiu a pessoa que ela chamava de amiga, a pessoa que ajudou ela quando ela apanhava do noivo. - ri debochada. - se ela for esperta ela tá bem longe daqui.

Bru: e você tem alguém aí dentro?

Antonella: tenho sim, Any é o nome dela.

Bru: vocês namoram?

Antonella: aqui a gente vive um dia de cada vez, a gente se conhece faz seus meses não dá pra deixar todo sentimento pelo pai da minha filha de lado entende, digamos que a gente tá ficando.

Bru: bom você disse que não se arrepende de nada do que você fez, agora eu te pergunto porque dessas mortes, roubos, o porque de tudo isso.

Antonella: uma palavra define isso tudo. - sorri e olhei pra câmera. - amor, - olhei pra ela de novo. - quando a gente ama a gente de ferra todinho, quando a gente ama a gente tolera coisas, faz coisas e pensa coisas que até Deus duvida.

Bru: em uma entrevista com o delegado ele disse que te deu a opção de entregar o P7 e em troca eles reduziram sua pena, o amor foi o motivo de não ter entregado ele?

Antonella: claro que foi, não só por ele mas pela minha filha também, 'assim como no jogo de xadrez, a rainha sempre defende o rei' e vai continuar assim eu fico 140 anos aqui, perco aniversários, dias das mães, Carnaval, Natal, ano novo e tudo que for data comemorativa, mas nem ele e nem os outros eu entrego, o que muitos chamam de loucura, burrice etc eu chamo de fidelidade.

Bru: você não entregaria os do seu morro, mas entregaria alguém da facção? - ri.

Antonella: claro que não, um médico faz juramento pra salvar vidas um soldado faz juramento pra salvar a patroa e eu fiz um juramento pra ser fiel a facção.

Bru: você acha que eles fariam a mesma coisa por você? - essa vaca tá debochando de mim?

Antonella: tu é casada? - ela confirma. - tu jurou ser fiel ao seu marido? - ela confirma. - tu acha que ele vai ser fiel a ti? - ela arqueia as sobrancelhas. - viu aqui podemos dizer três coisas primeira, tu pode responder apenas por ti, segunda tudo é questão de confiança eles confiam em mim assim como eu confio neles e terceiro, caráter é uma coisa que vem de berço a partir do momento que tu traí a confiança de alguém automaticamente tu acaba totalmente com seu caráter.

Bru: bom obrigado pela entrevista, foi um prazer saber seu lado da história.

Antonella: espero que possamos nos encontrar mais vezes. - sorri e saí, voltei pra minha cela e as meninas cochichavam alguma coisa.

Any: vem cá amor. - ela me puxa. - tem como a gente fugir daqui. - arqueei as sobrancelhas surpresa.

Antonella: como?

Sasá: no pavilhão do lado tem uma cela que as meninas estão trabalhando, faz uns três meses e finalmente elas chegaram na parte debaixo da prisão, o buraco fica embaixo do colchão tem essa cela tá com superlotação.

Mand: se a gente conseguir uma rebelião a gente foge e só vão descobrir quando estivermos bem longe. - um carga de ansiedade me invade de novo.

Antonella: vamos trabalhar nisso então, vamos espalhar a discórdia meninas. - rimos.

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