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Depois que a Antonella viu a Flávia no meu colo, depois que ela deu um tiro na mina eu não consigo pensar em mais nada, ela falou um quilo de coisas e eu não entendi uma grama, ela falava alguma coisa sobre o roubo dela, quando que ela virou essa mina, quando que ela aprendeu a atirar, eu só consigo ver a boca dela mexendo e as lágrimas caindo dos olhos dela, ela me olha mais uma vez e sai, eu levanto e vou atrás.

Dinho: ei pera aí, - fala entrando na minha frente. - deixa ela esfriar a cabeça mano, depois tu fala com ela.

P7: ela precisa saber que eu não fiz nada Kauê, ela tem que saber que eu não trai ela mano, e se ela for embora? - ele me olha sério.

Dinho: ela não vai embora, não depois de ter roubado trezentos mil dólares. - ele sorriu. - tu ganhou na loteria quando se apaixonou por essa mina, ela te ama, ama sua filha, faz de tudo por vocês e pela quebrada, o que mais um dono de morro ia querer?

P7: não quero ela metida nisso Dinho. - falei sério.

Dinho: devia ter pensado nisso antes de pedir pra ela largar tudo pra ficar com você, agora neguinho tu aguenta. - falou e começou a contar e separar o dinheiro, terminamos tudo já era meia noite. - pronto agora tu vai pra casa e fica de boa mano, sem brigar com a mina porque o errado é você não esquece. - fiz um toque com ele e fui pra casa, a noite tá fria mesmo de noite da pra ver as nuvens carregadas essa noite vai ter tempestade, cumprimento os soldados na porta de casa, estacionou minha moto e entro em casa, tá tudo quieto, lavo as mãos e janto, subo e passo no quarto da Ya ela tá dormindo com a baixinha, pego a baixinha e coloco na cama, volto e dou um beijo na minha filha, tomo um banho e antes que comece a chover eu acendo um baseado e curto minha brisa na varanda, volto pro quarto e a Antonella tá acordada no canto da cama, respiro fundo e fecho a porta.

P7: acho que a gente precisa conversar. - sento na cama e quando vou pra mais perto ela se afasta. - porra princesa não faz assim.

Antonella: se tu tivesse no meu lugar tu faria o que, me receberia de braços abertos? Transaria comigo a noite toda, e falaria que eu sou o amor da sua vida? - ela fala e chora.

P7: amor não aconteceu nada eu juro.

Antonella: como não aconteceu nada Caio, ela tava no seu colo.

P7: eu tava virando o rosto, tu viu morena, tu viu que eu não queria nada com ela.

Antonella: eu porque tu não empurrou ela antes? Porque tu teve que me ver pra tomar atitude? Nós dois a sabemos que tu tem força pra tirar qualquer uma do seu colo. - ela chora mais ainda.

P7: amor ela tinha acabado de chegar, para com isso, tu acha que eu ia zoar você logo agora que tu veio pra ficar com a gente, ficar comigo de vez? - ela me olha séria e seca as lágrimas.

Antonella: espero mesmo que tu não tire uma com a minha cara, tive que sacrificar muita coisa pra tá aqui - ela levanta da cama. - e é bom que você fique sabendo, a partir do momento que eu pisei nesse morro, aquela Antonella doce, meiga e patricinha que tu conheceu morreu, eu não sou mais a Antonella Andrade filha de empresário, agora eu sou Antonella Andrade namorada de um traficante, e provavelmente amanhã vou ter mais um crime na minha ficha, então por favor para de me subestimar acho que hoje eu te mostrei 1% do que eu sou capaz.- ela fala e pega travesseiro e coberta.

P7: pera aí amor, - peguei no braço dela. - onde tu vai?

Antonella: vou dormir na sala. - peguei ela pela cintura e beijei ela.

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