Acordo mais tarde que o habitual naquela manhã. Demoro uns segundos para me lembrar do que ocorrera na noite passada. Mas quando eu lembro das mãos de Akinli por meu corpo... Uma sensação mais quente que poder me percorre.
Ele é tão agilidoso, carinhoso e torturante com aquelas mãos, imagina....
Me cubro com o lençol, o que eu estou pensando? Devia estar treinando, planejando uma guerra...
Certo, talvez seja errado comparar com os outros machos com quem já estive, mas Akinli é espetacular. Despertara em mim sensações que jamais achara que seria possível. Ouvi dizer que com um parceiro tudo fica muito melhor.
Solto um resmungo frustada, é impossível parar de pensar nesse cafajeste!
É impossível não querer mais, agora estou sedenta, quero tudo que ele possa oferecer.
Mala que me salve.
Ou, talvez, eu possa me salvar, aceitando o laço de parceria. Será que essa sensação forte na minha alma em relação a ele é amor ou desejo? Céus! Achei que descobrir isso seria mais fácil.
Suspiro fundo, acho que já está na hora de ter uma conversa séria sobre o laço de parceria com Akinli. Não vou conseguir esperar até o final dessa guerra, nem sei quando terá um fim.
Sim, já está na hora.
✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
Vou patrulhar os limites do acampamento, eu preciso falar com meu parceiro, mas não tenho a mínima ideia de por onde começar. Sequer consigo olhar em seu rosto sem corar.
Patético, fecho os olhos com força. Eu, Serina Galathynius, com medo de uma conversa.
Está decidido, irei agora.
Estou pronta para ir atrás de Akin quando avisto meu pai, praticamente corro em sua direção.
Patético, repito de novo.
— Se — ele sorri para mim. — Acordou tarde hoje.
— Estava cansada — faço uma careta. — Muitos acontecimentos para quase dois meses.
— Tem razão — suspira. — Tudo isso me deixa tão cansado. Lutei em tantas guerras e só queria viver em paz com a nossa família, mas então isso acontece.
— O senhor sempre patrulha para espairecer — dou um meio sorriso.
— Você também — ergo o cenho. — Ah, vamos lá Serina, eu sou seu pai, sei quando está mentindo. Acordou tarde porque dormiu tarde — suas narinas dilatam. — Está com o cheiro de Akinli, não tão forte para indicar que aceitou a parceria...
— Por Mala, pai! — interrompo — Pare com isso, é constrangedor.
— Você pode me contar essas coisas — dá de ombros. — Nunca perguntei dos outros, porque são os outros. Mas Akinli é seu parceiro, e isso me deixa um pouco mais superprotetor — cruza os braços e encara o chão. — O laço realmente significa que você cresceu, que não é mais minha garotinha e sim uma fêmea adulta. É engraçado, não é? Achamos que temos todo o tempo do mundo, por ser quem somos, mas certo dia acordamos e vemos que metade da nossa vida passou em um piscar de olhos.
Sopro lentamente, então abraço meu pai. Rowan Whitethorn vem ficando cada vez mais sentimental.
— Eu sempre serei sua garotinha — digo.
— Amo você, Se.
— Amo você, pai — nos afastamos. — Quero te perguntar algo.
— Vá em frente.
— Quando você descobriu que amava a mamãe? — minha voz não passa de um sussurro, ele fica confuso por uns segundos, mas logo abre um grande sorriso.
— A partir do momento em que vi Aelin totalmente quebrada, sem esperanças, mas de algum modo — ele balança a cabeça. — De algum modo eu conseguia sentir a chama da coragem dentro dela, aquela chama tão linda... Que mesmo depois da perda, morte e tudo mais se recusava a estilhaçar, e eu percebi. Percebi que eu queria ficar com Aelin, para qualquer fim, porque eu amava.
— É tão romântico, que chega a me dar náuseas — rimos.
— Você está perdida, não é? — papai pergunta — Quer aceitar o laço, mas não sabe se é amor — concordo. — Você simplesmente saberá quando acontecer, assim como eu, assim como todas as pessoas, todos sabem quando é amor. Não precisa ter medo do laço, Serina.
Dou um meio sorriso. Alluka também dissera algo igual.
Eu não preciso ter medo.
Acho que já sei o que falar para Akinli.
— O senhor é incrível — o abraço novamente.
— Eu tento — ri.
Encaro o céu ainda agarrada ao aperto do meu pai. É nesse momento que avisto um portal pequeno se abrindo encima do acampamento.
— Maldição — praguejo — Um portal, olhe! — nos afastamos — Os Duegons vão atacar?
— Temos que ir — ele dispara entre as árvores, eu vou atrás.
Tento ver se há feéricos saindo daquela coisa oval, mas nada acontece.
Passamos pelas tendas, poucos guerreiros estão espalhados com as suas espadas, a maioria está aglomerada em volta de algo, perco meu pai de vista quando começa a passar por eles.
— O que está havendo? — questiono a Rallen que se aproxima também.
— Uma feérica caiu do portal, todos foram imediatamente para cima dela, mas ninguém está atacando — balança a cabeça. — Não sei mais, ninguém me deixa passar para frente.
— Deixe comigo — ele concorda. — Me dêem licença — ordeno.
Um macho que certamente ia dizer algumas asneira, se cala quando vira e me vê. Imediatamente grita:
— A princesa quer passar!
A multidão se abre, faço um sinal para que Rallen venha atrás de mim. Quando finalmente chego a frente, fico boquiaberta. Uma prisão feita de magia está sendo formada por Helion para uma feérica, que está parada sem o menor sinal de resistência. A Noturna está observando — não noto a presença de Akinli — minha corte está ao canto, falando algo com a fêmea.
— O que está acontecendo? — pergunto alto demais, percebo, atraio a atenção de todos ali, inclusive da feérica.
Sua beleza não é algo normal. Ela possue grande olhos vermelhos e cabelos castanhos escuros, sua pele é branca e um sorriso toma forma em seu rosto.
— É um prazer conhecê-la — diz para mim.
— Não sei quem você é — ergo o cenho.
— Não, mas no meu mundo, você é conhecida Serina Galathynius — faz uma pausa. — Você é a única pessoa em todos os mundos que meu irmão tem medo de verdade. E qualquer pessoa que cause esse sentimento nele, eu fico encantada em conhecer.
✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶
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Corte de Chamas e Luz Estelar 𝙖𝙘𝙤𝙩𝙖𝙧 + 𝙩𝙤𝙜
FanfictionDuzentos e dois anos se passaram desde que Prythian se libertou das garras afiadas de Hybern. Feyre e Rhysand tiveram filhos e o segundo é Akinli um dos jovens mais poderosos do mundo. Desde muito novo Akinli procurava pelo o amor, mas o que ele não...