18 - NÃO SENTEM MINHA FALTA.

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Depois da última visita que o Shawn me fez ele não apareceu mais, e isso faz cerca de uns 20 dias se não me engano. E ele me disse que iria voltar mais vezes, mais ele mentiu.

Não queria admitir mais, eu sinto falta das nossas conversas, nossas risadas, as brincadeiras bobas e idiotas dele, por incrível que pareça a gente estava se dando bem. E eu nunca senti isso antes com uma pessoa estranha.

E durante esses dias como eu não tinha muito o que pensar ficava com o pensamentos em minha família e a saudade que estava menor, voltou com tudo.

Até nas drogas eu consegui diminuir, eu fumo de vez em quando, agora a cocaína, eu decidi escutar a Ash e parei de vez.

Toda semana durante a tarde eu cantava na praca, comia o básico pra não ficar com fome e o resto guardava. E toda sexta feira eu pegava esse dinheiro colocava em um envelope e levava até minha mãe.

Eu evitava entregar pessoalmente ou ir lá quando ela estava, eu não queria me magoar e eu não queria sofrer mais.

Hoje no pouco tempo que dormi, eu sonhei com elas e com meu pai. A saudade bateu mais forte.

Decidi ir até a casa dela hoje entregar o dinheiro, levei meu violão junto comigo, tentaria cantar em outro lugar para ver se ganhava um pouco mais de dinheiro.

Fui pelo caminho que já era conhecido por mim, fui o mais lento que podia. O medo de encontrar ela me deixava cada vez mais nervosa.

Parei de andar quando paro em frente a casa que vivi por 17 anos da minha vida, e agora sinto saudades de tudo, das broncas da minha mae, de brincar com Sofi, de ficar até tarde assistindo tv e muitas outras coisas que fazíamos juntas.

Estava parada ali em frente ao portão, observando e vagando em meus pensamentos, de repente eu vi a porta da frente se abrir.

Minha maet desce os degraus da escada com o carrinho de compras em mãos, e logo Sofia aparece atrás dela. Minha mãe ainda não reparou que estou ali igual uma estátua parada em choque, não sabia o que fazer e não dava mais tempo de me esconder. Até que Sofia olha em minha direção.

-KAKI - ela grita e vem correndo na minha direção.

Eu abro um sorriso do tamanho do mundo para ela, minha irmãzinha que saudade, quanto tempo que eu não a via.

-SOFIA NÃO! - grita minha mãe tentando para-la.

Com um pouco de dificuldade pela eufória, ela abre o portão e se joga nos meus braços.

Eu aperto e sinto aquele cheirinho gostoso que só ela tem.

-Sofi... Que saudade meu amor - falo distribuindo beijos no seu rosto inteiro.

-Tava com saudade. - ela me abraça mais apertado e eu sinto as lágrima escorrendo em meu rosto.

-Eu também meu amor! - falo com a voz trêmula.

De repente sinto um puxão, e Sofia é levada para longe de mim.

-Larga ela! - minha mãe diz - Vai pra dentro agora Sofia.

Ela me olha com um bico nós lábios, como eu conhecia bem ela sabia muito bem que iria chorar. Então ela obedece e corre pra dentro.

-O que você quer aqui, posso saber? - ela diz dentro do quintal em frente ao portão.

-Eu vim te entregar isso. - tirei do meu bolso e entreguei a ela o envelope que eu deixava toda semana ali com dinheiro.

-Então é você, que deixa essa miséria aqui? - ela fala depois que abre o envelope e vê o que tem dentro.

Por Entre As Esquinas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora