17 - MOMENTO DE TRÉGUA

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Depois do ocorrido com a Camila eu tô me sentindo diferente.

Quando estava sentado na cama ao lado dela e segurando sua mão no dia que ela desmaiou de bêbada, eu me peguei a observando e fazendo carinhos indefesos em sua mão.

Agora na festa que eu vi ela toda debilitada confesso ter ficado sem reação. Quando abri aquela porta e escutei ela falando pra eu sumir da sua vista, eu me senti um lixo. Mais o sentimento que prevaleceu foi de pena, pena de ver uma garota tão nova nisso.

Eu tava ansioso pra chegar segunda logo para poder ir até o abrigo, e ver se ela estava bem. Quando a vi sentada na frente da igreja eu fiquei feliz e outra vez me peguei a observando de longe.

Quando vi que Ally estava indo até ela eu me adiantei e me ofereci pra ir. Ela não queria deixar, não sei o porquê mais de tento eu insistir ela deixou.

Eu não sabia com quem iria me meter, mais eu queria conhecê-la melhor, saber da sua história e sobre sua vida o porquê dela entear nesse mundo.

Ela estava meia arisca, podia até sentir que ela estava com um pouco de medo. Mais não iria desistir. Só não toquei no assunto do fim de semana porque sabia que não era o momento.

Depois de algumas trocadas de
Farpas ( eu sempre falei ferpas e estava totalmente errado ) acabamos em uma conversa civilizada. Confesso estar gostando da sua companhia ela até que é legal, e pela primeira vez estou ao lado de uma garota apenas conversando sem interesse algum. Me admirou isso.

Me despedi dela com um beijo no rosto, eu me surpreendi com minha atitude não sou muito de fazer isso sem outras intenções a meu favor.

-Você e a Mila conversando isso é uma novidade! - Ally fala assim que entra na Kombi e liga o motor.

Confesso ser engraçado Ally daquele tamanho todo dirigindo uma Kombi, mas ainda bem que ela não pode ler pensamento se não ela iria me matar.

-Ela é bem arisca, parece ter medo das pessoas. - me ajeito no banco do passageiro e coloco o cinto.

-Ela tem seu motivo.

-E qual é Ally?

-Esquece. Eu não vou falar.

-Mais porque?

-É a coisa dela. E se você saber de algo vai ser por ela e não por terceiros.

Acabei desistindo, sabia que Ally iria manter sua palavra e não falar nada. Fazer o que, agora é fazer que ela me conte. Isso atiçou minha curiosidade e não vou sussegar até saber.

Depois que chegamos no abrigo me despedi da Ally e fui direto para meu carro. Ao pegar a avenida principal peguei um trânsito infernal, teve um acidente e a pista ficou parada uns vinte minutos.

Aproveitei que estava ali só na companhia do meu rádio e liguei pra Zayn.

-Zayn?

-Oi Shawn.

-Tá afim de um churrasco fim de semana? Você trás sua namorada aí vou poder conhecê-la.

-Putz Shawn. Vou ter que ir em outra cidade buscar umas peças para meu carro. Volto só semana que vem.

-Ah tudo bem Zayn, fica pra uma próxima.

-Eu vou chegar domingo a tarde. Topa assistir uma corrida a noite?

-Claro. Te encontro lá.

-Fechou então. Até mais Shawn.

-Até Zayn. - desliguei.

Por Entre As Esquinas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora