Quarta-feira eu acordo com algo andando sobre minha cabeça. Sinto duas patinhas minúsculas se movendo entre os nós dos meus cabelos, eu abri os olhos e quando olho pra cima vejo aquele bicho em cima de minha cabeça.Eu dou um grito e levanto me debatendo e ela voa para longe.
-Que droga de pomba! - resmungo para mim mesma.
Me sento no banco e pego dentro da sacola o último pedaço de pão que tinha ali. Ele já tá velho e duro mais é o que eu tenho. Então começo a comer.
Mas não adiantou muito, à tarde tinha chegado e a minha barriga já estava roncando de fome novamente.
Como a Ally tinha me avisado, talvez ela não ia conseguir vir essa semana então, eu sai para caminhar e ir à procura de alguns recicláveis para poder vender e comprar algo.
Durante a semana eu fiquei vagando pelas ruas e a noite eu voltava para a praça. Eu não ficava lá durante o dia, porque o padre Tobias queria sempre me ajudar com alimentos, mais eu nao aceitava porque achava injusto ele ajudar somente que mim, sendo que tem moradores que estão a muito mais tempo que eu naquela situação. Então eu só voltava quando sabia que ele já tinha ido dormir.
A Ally não conseguiu vir mesmo durante a semana, ela deve estar muito ocupada. Até o pessoal do serviço comunitário não apareceu, eles vivem mudando de lugar e bairros.
Hoje é sexta to a uns 20 minutos caminhando. Meus dias são assim andando e andando. Observo onde eu estou, uma rua deserta, aqui parece ser um lugar com a qualidade de vida alta, dá para ver pelas casas lindas que tem por aqui.
Viro uma esquina e entro em outra rua, andando mais 15 minutos até que vejo uma árvore com muitas frutas. Eu fico ali olhando para aquela árvore por um tempo pensando como deve estar deliciosas aquelas maçãs.
Vejo que minha mão não vai alcançar uma fruta. Então eu penso em uma maneira de tentar pegar uma para comer, mas tá tudo fechado.
Sinto uma dor forte na minha barriga e me sento no meio fio e abraço meus joelhos. Com a dor sinto lágrimas se formando em meus olhos, eu nunca senti uma dor tão forte que nem essa. Além da dor me sinto muito fraca e com vertigem também.
Escuto um barulho alto olho para o lado e vejo o portão elétrico da casa se abrir. Em seguida um carro preto muito lindo sai e para na calçada em direção a rua.
Só que tem um problema, esse carro não faz como um todos que tem portão elétrico fazem, que é esperar o portão fechar para sair.
O portão nem começa a abaixar e ele arranca com o carro e vai embora. Eu vi ali minha chance e sem pensar duas vezes corro e consigo passar antes do portão fechar.
Eu tô assustada e em pânico, eu nunca fiz isso na minha vida mas a fome tá falando mais alto. Eu sinto uma tontura e me encosto no portão agora fechado e tento me acalmar.
Eu ainda estava com medo, mais não ia desistir. Eu levanto e vou até o pé de maçã. Pego uma fruta e começo a comer.
Comi umas três maçãs e velocidade extrema de tanta fome. Eu sei que não vai matar a fome que eu estou, mais pelo menos vai enganar.
Me sento encostada na árvore e meu olho vai até um corredor na lateral da casa. Me levanto e vou até la. Ali dá para os fundos da casa, lá eu vejo mais árvores. Eu vou caminhando lentamente com cuidado com medo que tenha alguém na casa ainda.
Chegando no final da casa vejo muitas árvores, uma piscina e algumas espreguiçadeiras, tambem tem uma churrasqueira. Em Silêncio retiro a mochila das minhas costas e vou até outra árvore essa era de laranja, pego algumas e vejo um cacho de bananas. Pego várias bananas do cacho quase enchendo a mochilas, afinal eu amo banana.
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Por Entre As Esquinas [CONCLUÍDO]
FanficInício 28/01/2020. *-* Finalizado 12/05/2020. *-* História de minha autoria -- Camila uma adolescente que vê sua vida mudar depois de um plano besta que acaba não dando muito certo. Expulsa de casa, ela tem que se virar nas ruas de Miami, com os per...