Por Entre As Esquinas [CONCLUÍDO]

Epílogo - parte 2

Camila

Um mês se passou e eu não o vi mais. Pelo menos sua voz eu escutava do meu quarto quando ele buscava as crianças na casa da minha mãe. Eu estava desde então, e não voltei ao nosso apartamento.

Ele vinha uma vez por semana, pra ser mais exata todo sábado cedo. Ele pegava as crianças e voltava somente domingo a noite.

Ele queria aproveitar esse tempo já que em alguns dias ele voltaria a fazer shows.

Eu sabia exatamente o horário que ele vinha e hoje, eu já estava em minha cadeira posicionada ao lado da porta com o ouvido praticamente colado na porta se madeira.

Alguns segundos depois a campainha toca, sei que é ele. E sua voz já entra pelos meus ouvidos.

-Bom dia dona Sinu?

-Bom dia Shawn, as crianças ainda não acordaram.

-Não tem problema, eu aguardo. Posso entrar?

Não. Não mãe, não deixa!

-Claro! - droga.

Escuto os passos deles e fico tensa. Ele ainda não perguntou sobre mim. Será que ele tinha desistido. Eu torcia pra que não.

Volto a prestar atenção neles.

-Shawn você se importa de ficar aí sozinho? Eu preciso ir até o mercado comprar uma mistura para o almoço.

Eu não acredito que minha mãe vai fazer isso!

-Claro que não. Já sou de casa né e vai ser um prazer esperar.

Droga. Ele no mesmo ambiente que eu, praticamente sozinhos. Isso não vai prestar.

Sinto meu coração acelerar e saio de perto da porta assim que escuro a porta da frente bater. Vou até a janela e abro um pouco da cortina e vejo minha mãe sorrindo olhando para o mesmo lugar que eu estava.

Droga ela armou isso!?

-Aí eu pergunto, pra que inimigo? - falo comigo mesma.

O silêncio dominou o lugar, e eu lembrei de uma coisa. Eu não tinha trancado a porta, e se ele quisesse ele entraria aqui sem pestanejar.

Rapidamente levo minhas mãos até o aro de impulsão da cadeira e vou rapidamente até a porta.

No momento que levo a mão até a chave a porta é aberta e eu depois de tantos dias o vejo. Congelo e arregalo os olhos pelo susto.

-

Você por um acaso iria trancar a porta? - eu engulo em seco e ele sorri - Acho que não deu tempo!

Ele entra no quarto e fecha a porta atrás de si com os olhos fixos em mim.

-O que quer aqui? - pergunto em um tom de voz firme.