29 - PRIMEIRA VEZ PARTE 2

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Acordo no meio da noite e sinto um vazio ao meu lado, abro os olhos e vejo o lugar que ela estava vazio, me levanto em um solavanco e chamo o seu nome.

-Camila? - Falo com a voz um pouco rouca por ter acabado de acordar - Camila? - chamo novamente nada dela responder.

Decido levantar e procurar por ela. O primeiro lugar que eu procuro um lugar bem óbvio para nós dois. Onde seria? Se você pensou quarto de música, acertou. Mas ela não estava lá. Começo a ficar preocupado.

-CAMILA? - chamo um pouco mais alto.

Vou até o quarto de hóspedes mas também está vazio, nenhum sinal dela.

Decidi olhar a parte de baixo. Descendo as escadas vejo que está tudo escuro ainda, nenhuma luz acesa e nenhum sinal dela.

Vou até a cozinha, lavandeira e na sala de tv. Mais nada.

Me sento no sofá com desespero aparente pensando que ela tinha me largado, que me deixou sozinho ali naquela casa, depois de ser entregue a mim.

Levo as mãos ao rosto, até que escuto uns dedilhar de piano soando pela casa.

-Não acredito que ela achou! - me levanto e vou em direção ao lugar exato de onde esse som vem.

Chegando lá encontro a cena mais linda da minha vida.

Ela apenas com uma blusinha preta, e calcinha sentada do banquinho com as pernas cruzadas como índio dedilhando as teclas do piano de calda que ficava dentro da biblioteca.

Eu me encostei no batente da porta e fiquei observando ela tocar. Me aproximei dela sem perceber e decidi pegar meu celular e gravei um vídeo.


-Ai... - leva a mão ao peito - Que susto!

-Desculpa te assustar. - dou uma risada anasalada - Vejo que encontrou meu outro cantinho secreto.

-Outro?

-Sim. O primeiro é o quarto de músicas.

-A sim. Desculpa por isso que eu acordei no meio da noite com sede e na hora de subir eu vi essa porta e fiquei curiosa.

-Sem problemas. você pode ir a cada canto dessa casa, fica à vontade.

-Era impressão minha ou você tava gravando?

-Pois então... Culpado! - sorriso sem graça por ter sido pego no flagra.

-Posso ver? - ela pergunta.

-Claro! - tiro o celular do meu bolso e mostro o vídeo para ela.

-Ficou bom. - ela fala e me devolve o celular - Você se importa se eu postar esse vídeo?

-Claro que não. - abro o celular na página no YouTube e vou em meus vídeos, clico em enviar vídeo, seleciono o vídeo que gravei dela e aperto para enviar - Pronto, postado.

-Obrigado. É... - sinto que ela quer falar alguma coisa, mas esta com receio de falar

-Que foi?

-Canta pra mim? - ela pede.

-Eu... Cantar... Tipo, agora?

Eu sempre ficava meio tímido quando cantava, ainda mais pra ela. Naquele dia ela estava desacordada então me senti mais a vontade.

Por Entre As Esquinas [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora