Capítulo 3 - Ponto Fraco

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Perdi a noção de quanto tempo ficamos em silêncio observando a paisagem ao nosso redor.
O clima entre nós já não estava mais tão estranho como há alguns minutos atrás.
Embora eu quisesse lhe fazer mais algumas perguntas a respeito de seu amigo naquele momento, optei por não fazer. Não era um assunto simples para ele ficar relembrando agora, então eu precisava respeitar aquilo.
Havia um momento certo para tudo na vida.
- Eu vou buscar mais água no rio. Quer que eu encha a sua garrafa também? - Perguntei, prestes a me levantar.
Foi quando ele me segurou pelo braço.
- Talvez fosse melhor eu ir junto. Afinal, esse é considerado um trecho perigoso.
Olhei para sua mão por um breve momento, antes de continuar.
- Não está me subestimando, não é mesmo? - perguntei com um leve humor em meu tom de voz.
- Não, jamais... - Ele me soltou imediatamente. - Não foi a minha intenção. Mas me grite se ver qualquer coisa fora do normal. Está bem?
Assenti e em seguida me levantei.
O rio não ficava muito longe dali.
Enquanto caminhava arrisquei a olhar para trás, me sentindo levemente sem graça ao notar que ele me observava.
Parecia estar mesmo preocupado.
Havíamos conversado tão pouco, mas era como se eu já o conhecesse a minha vida toda.
Minha mente continuava inquieta desde o momento em que ele havia desbloqueado as memórias daquela noite. O que era compreensível devido ao meu "problema de memória".
Perdida em pensamentos enquanto estava abastecendo minha garrafa com a água do rio, passei a sentir uma estranha tontura do nada, tão intensa que acabei me sentando no chão para não correr o risco de cair dentro do rio.
- O que está acontecendo...? - Sussurrei para mim mesma enquanto erguia o rosto para olhar ao redor.
Foi neste exato momento que notei um vulto estranho se movendo dentro da floresta, do outro lado do rio.
Cheguei a esfregar os olhos, numa tentativa de conseguir enxergar com mais clareza, e quando voltei a olhar em direção ao vulto ele havia desaparecido.
Talvez tivesse sido coisa da minha cabeça...
Então, numa tentativa falha de me levantar acabei caindo sentada no chão novamente. Sentindo meu estômago começando a ficar embrulhado de repente.
Quando finalmente percebi que podia estar sob efeito de algum tipo de ninjutsu, era tarde demais. A lâmina fria de uma kunai estava sendo pressionava contra a pele do meu pescoço. Eu mal tive tempo de pensar em fazer alguma coisa antes de ser encurralada daquela forma.
- Atacando pelas costas... É um covarde mesmo... - Me mantive imóvel enquanto tentava lidar com aqueles sintomas dos quais conseguiram me enfraquecer ao ponto de não conseguir nem erguer os braços para usar um jutsu de substituição.
Devido a minha ousadia acabei levando um soco no rosto que por um breve momento fez minha visão escurecer.
- Cuidado com a língua ou pode acabar ficando sem ela. - Um homem me alertou, em tom de voz ameaçador após me puxar pelos cabelos.
Após conseguir me recompor daquela agressão, levei minha mão direita até uma pequena bolsa que ficava atrás da minha cintura, da forma mais discreta possível.
- O que você quer...? - Perguntei para tentar distraí-lo. - Dependendo do que for eu posso te ajudar a conseguir.
O cretino manteve-se em silêncio enquanto pressionava ainda mais a lâmina.
- A única coisa que me interessa neste exato momento é te matar, pois não tem nada mais prazeroso do que isso para mim.
Passei a respirar devagar devido aquela arma estar começando a cortar a minha pele. Eu podia sentir um fio de sangue deslizando pelo meu pescoço lentamente. Enquanto ele se divertia dizendo aquelas coisas, minha mão finalmente alcançou uma das seringas que estava na minha bolsa.
- Como é o seu nome? - Perguntei, com o tom de voz sob controle. Eu não queria aborrecer ele. - Se vai me matar, eu mereço ao menos saber disso, não acha?
Ploc.
A seringa agora estava destampada e pronta para ser injetada.
- Pode me chamar de Anjo da Morte. Pois será para o inferno que irei te mandar hoje.
Para a minha própria surpresa comecei a rir do que ele havia dito. Então, se a minha intenção não era irritá-lo eu havia falhado na missão. Agora ele estava bravo e cortando ainda mais a minha pele com a lâmina afiada daquela kunai.
- Eu vou te matar!
Então antes que ele pudesse ir em frente com a ideia, saquei a seringa e com um movimento rápido injetei a mesma sobre a minha própria perna.
- O que é isso?!!! - Perguntou ele exaltado enquanto puxava a seringa agora vazia da minha mão. - Esta tentando se matar?! Por um acaso você é louca?!
Por sorte havia conseguido injetar todo o líquido dentro do meu corpo antes dele pegar a seringa. Só havia um probleminha, eu não havia conseguido olhar para a cor do líquido da seringa, então estava torcendo para aquela ter sido a seringa certa, pois dentro da bolsa haviam 3 tipos de misturas químicas, utilizadas para 3 tipos de situações completamente diferentes...

O Ninja Que CopiavaOnde histórias criam vida. Descubra agora