Capítulo 72 - Descontrole

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  Levei as duas mãos até a cabeça ao sentir um ruído ensurdecedor do nada.
— É uma pena eu ter que dar um fim em você, mas é por uma causa justa. — Ele fez uma pausa dramática antes de continuar. — Mas vou te poupar do sofrimento, irei te matar rapidamente e antes de matar o seu bichinho de estimação. O que você acha?
Minha cabeça parecia que ia explodir, e as vozes duplicadas só estavam piorando a situação.
Cai de joelhos no chão.
— Pobrezinha…
Uma pancada extremamente forte foi o que eu senti na região das minhas costas.
Ao tentar me mexer, senti uma dor intensa nas costelas o que me deixou quase sem ar.
Assim que ele se aproximou, Daisuke usou um dos pés para apoiar sobre as minhas costas doloridas.
— Eu vou sumir com o seu corpo sem deixar nenhum rastro.
Puxei uma de minhas kunais, porém ele a pegou, jogando longe, aproveitando para fazer o mesmo com a minha bolsa de armas.
— Nada do que fizer irá adiantar.
Olhei em direção a vila por um momento, me perguntando o que é que eu estava fazendo.
Um chute dele me fez rolar pelo chão, me deixando de barriga pra cima.
— Agora está na hora de acabarmos com isso.
Daisuke voltou a pôr o pé sobre o meu ombro direito, me mantendo presa no chão. Em seguida pegou sua Wagasa, disparando ela contra mim.
Entretanto, consegui escapar no último minuto com o restante das minhas forças.
Me rastejando pela terra enquanto tentava fugir dele, porém, ele me alcançou num piscar de olhos me fazendo deitar no chão novamente.
Em seguida ele subiu em cima de mim, levando as mãos ao redor do meu pescoço quando fiz menção de que ia começar a gritar.
— Sem escândalos querida…
Ele começou a apertar com tanta força que me fez chorar tamanho ao desespero naquele momento.
Perdi o resto do ar que ainda me restava devido a força que eu estava fazendo enquanto me debatia sem parar em baixo dele.
Quando fechei os meus olhos, senti algo estranho, eu estava morrendo mas o  sentimento que eu estava sentindo não tinha nada haver com isso.
Era puro e forte, estranhamente familiar mas eu não saberia explicar.
Era como se alguém estivesse me dizendo que ainda mais havia chego a minha hora.
A imagem do filhote surgiu em minha mente e não só a dele, a de Kakashi também.
Ambos me olhando enquanto pareciam felizes juntos.
Eu não ia me entregar, não era a hora.
Um grito.
Não o meu e sim o de Daisuke que agora me encarava sentado no chão ao meu lado.
Comecei a tossir sem parar enquanto tentava respirar finalmente.
— O que você fez garota?!
Olhei para as mãos dele, os dedos estavam completamente queimados agora.
Quando enfim senti forças para me levantar e ir até ele notei que havia algo errado, pois ele estava sorrindo.
— Eu não faria isso se fosse você.
Olhei na direção em que ele apontava.
Ficando surpresa ao ver o clone dele segurando uma Wagasa apontada para o meu filhote.
— Deixe ele fora disso!
— Se tentar alguma gracinha ele morre.
Daisuke se levantou e em seguida tirou uma kunai do bolso, lançando a mesma no chão ao meu lado.
— Se ajoelhe.
Fiz o que ele me pediu.
— Está vendo essa kunai? Pode pegar, ela é sua agora.
Com a mão trêmula peguei a arma, seguindo as orientações dele.
— É com essa arma que você irá tirar a sua própria vida. E lembrando que se tentar alguma coisa, ele é quem irá pagar.
Fiquei sem saber o que fazer.
Ele queria que eu tirasse a minha própria vida.
Olhei para a kunai por um breve momento e em seguida voltei a olhar para Daisuke.
— É mais fácil do que parece querida.
Eu estava desesperada, porém, a imagem que vi pelo canto dos olhos me deixou espantada.

“Genma…?!”

Para a minha surpresa, Genma estava escondido atrás de uma árvore que ficava perto de onde estava o clone de Daisuke.
Não foi preciso muito esforço para entender qual seria o plano a partir de agora.
Eu só precisaria ganhar tempo.
— Talvez eu estivesse errada esse tempo todo.
— Ah, é mesmo? E porque diz isso agora?
— Eu estou me intrometendo no que não é da minha conta. — Respondi. — Eu posso te ajudar a conseguir o que quer para me redimir.
Ele riu brevemente, apoiando a Wagasa fechada sobre um dos ombros.
— Essa foi a coisa mais engraçada que eu já ouvi. Você com certeza está delirando devido ao medo que está sentindo.
Quando Genma finalmente pegou o filhote tirando o mesmo daquela zona de perigo, passei a me levantar novamente.
— O que pensa que está…?
Daisuke precisou sair do caminho ou teria sido atingido com a kunai que eu havia lançado contra ele.
— Ok. Você fez a sua escolha, escolheu a sua vida pela do cachorro idiota!
Esperei até que o meu inimigo me desce as costas para ir até ele com uma de minhas seringas.
Assim que consegui cravar no pescoço dele, ele gritou tirando a mesma rapidamente.
— Que merda é essa?! — Ele gritou olhando para a seringa que agora estava pela metade.
— Cala essa boca… A sua voz é irritante.
Ergui meu punho ameaçando a bater nele, foi quando ele ergueu a Wagasa novamente, então com um simples movimento consegui desviar tirando ela da mão com facilidade devido as queimaduras.
Em seguida dei um golpe na nuca dele usando a Wagasa.
Daisuke agora estava no chão, agonizando de dor.
O outro clone passou a vir em minha direção mas foi desfeito graças a algumas senbons que haviam sido lançadas contra ele.
— Espere! Não me mate, por favor!
Ouvir ele implorando pela própria vida após tudo o que havia feito foi nojento.
— Cala essa boca.
— Por favor… Por favor…
Peguei a Wagasa e bati no peito dele com toda a força que consegui naquele momento.
Ele gritou e em seguida começou a tossir sangue sem parar.
— Olha só quem está implorando pela vida agora. — Eu disse, mas não reconheci a minha própria voz naquele instante.
Joguei a arma dele longe e em seguida me aproximei dele a passos lentos.
Durante o caminho, senti que minha mente começava a ficar mais leve de repente, como se eu estivesse entrando em um estado meditativo.
Eu estava me movimentando mas não parecia que era eu quem estava dando os comandos para o meu próprio corpo.
Quando finalmente cheguei até ele, Daisuke passou a gritar ainda mais alto, se debulhando em seu próprio sangue.
Essa cena foi a última coisa da qual o meu cérebro conseguiu registrar antes de tudo desaparecer ao meu redor.

O Ninja Que CopiavaOnde histórias criam vida. Descubra agora