O Ninja Que Copiava

Chave

Coloquei Hiro no chão e em seguida peguei um pouco de comida e água para dar á ele, pensando em onde Genma poderia estar já que ele parecia meio ansioso para almoçar comigo.
Olhei ao redor notando uma sacola sobre a mesa então me aproximei para dar uma olhada nela, dentro havia comida e embaixo dela estava um pequeno bilhete.

"Aqui está o seu almoço, precisei ir resolver um problema mas te vejo mais tarde. G."

- Resolver um problema...? Espero que não tenha sido nada grave...
Aproveitei para almoçar e limpar toda aquelas tintas do pêlo de Hiro.
Em seguida fui para o escritório de Tsunade, a porta estava aberta e tanto ela quanto Shizune pareciam estar bem concentradas no trabalho. Bati levemente na porta atraindo a atenção delas.
- Hikari e aí como foi na academia? Os alunos conseguiram te enlouquecer?
Dei um breve sorriso ao ouvir aquilo.
- Foi tudo tranquilo, digamos que eles são mais maduros do que pensei.
Tsunade olhou para Shizune e deu um sorriso.
- Menos mal, é bom saber que podemos contar com você para lidar com esse tipo de coisa também, desculpe não ter conseguido avisar antes.
- Imprevistos acontecem, por isso fique tranquila. Os alunos e eu nos divertimos.
- Então já que está aqui, pode nos ajudar com essa bagunça?
- Claro.
- Organize esses relatórios para mim por favor. Em ordens de níveis.
Fui até a mesa dela para pegar uma enorme pilha de papéis.
- Aliás... antes que eu me esqueça Kakashi me pediu para te entregar isto... - Ela disse enquanto me mostrava uma chave com um pequeno chaveiro no formato de um cachorro.
- Está é...
- Sim, a chave da casa dele. Pedi para ele realizar uma missão fora de Konoha, e pode ser que ele demore alguns dias para voltar.
- Entendo. - Eu disse enquanto pegava a chave da mão dela. - Mas ele não precisava deixar a chave, eu podia simplesmente voltar para o meu dormitório.
- Bom, já sabe como Kakashi é... - Ela disse dando um breve sorriso. - Aliás, é bom ver que ele se preocupa bastante com você...
Senti meu rosto corar ao ouvir aquilo, olhando para a chave em minhas mãos.
- Não sei se isso é uma coisa boa.
- Porque acha isso Hikari? - Shizune perguntou meio confusa.
- Eu não quero ser um peso para ele, sinto que quanto mais nos aproximamos, mais eu o deixo preocupado comigo.
- Hikari você não era assim.
Olhei para Tsunade ao ouvir aquilo, sentindo o tom sério de sua voz derrepente.
- Você sempre foi destemida e confiante.
- Você tem razão... talvez eu tenha mudado um pouco com o tempo. Eu só não sei como agir direito quando estou com ele.
- Kakashi é bem compreensível, vendo ele hoje, nem parece aquele garoto bravo e extremamente perfeccionista que um dia ele já foi no passado.
Fiquei em silêncio enquanto tentava imaginar como ele deveria ter sido quando mais novo.
- Todos mudam ao crescer senhora, porém tenho que admitir que há algumas excessões. - Shizune disse apoiando o queixo sobre a mão com uma expressão engraçada, e me perguntei sobre quem ela havia lembrado ao falar aquilo.
- Sim, depois me lembre de mostrar os álbuns de fotos da nossa vila para Hikari.
- Obrigada, eu iria adorar ver como eram todos quando mais jovens.
- Principalmente o Kakashi sensei certo?
Olhei para Shizune ao ouvir aquilo, tentando disfarçar minha expressão.
- Shizune! - Eu disse enquanto voltava a olhar para a pilha de papéis.
Shizune deu uma risada e em seguida cruzou os braços.
- Não precisa ficar tão vermelha.
- Ora Shizune... Pare de pegar no pé dela, mas pode deixar que irei mostrar todas as fotos que temos dele.
- E-escutem vocês duas, precisamos nos concentrar no trabalho agora.
- Senhora Tsunade a sala de reuniões já está pronta. - Um dos ajudantes de Tsunade disse após bater na porta.
- Certo, já estou indo. - Ela disse ao se levantar. - Vamos Shizune.
As duas foram em direção á porta, mas antes de saírem Tsunade parou e se virou para me olhar por sobre o ombro.
- Só mais uma coisa... um conselho meu, siga o seu coração também de vez em quando.
Fiquei olhando para ela por um breve momento enquanto ela se virava novamente para a porta. Notei que Tsunade estava sorrindo ao me dar aquele conselho.
Coloquei as mãos em meu peito e em seguida olhei para a chave que estava reluzindo com o brilho do sol em uma delas.
Me assustei ao ouvir alguém bater na porta derrepente. Guardei a chave em minha bolsa tentando me recompor do susto.
- Pode entrar.
A porta se abriu segundos depois, revelando a pessoa que eu menos esperava ver naquele momento.