Capítulo 36 - Destruição

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Minha recuperação durou em torno de alguns dias. Durante esse meio tempo, Kakashi fez questão de estar comigo na maior parte do tempo, me apoiando em todos os sentidos. Se empenhando mais do que o necessário, o que surpreendeu não só a mim.
Graças as cirurgias, o tratamento e o repouso necessário, tanto meu pulso quanto meu ouvido voltaram a ficar cem por cento.
Então após mais alguns exames, pude finalmente receber a visita de Gaara e de seus irmãos.
No dia seguinte eu já estava liberada para voltar ao meu dormitório.
Só não estava liberada para voltar ao trabalho.
Devido ao acontecimento repentino, Gaara, Kankurō e Temari optaram por estender a estadia deles em Konoha por mais alguns dias, apenas por precaução, e só foram embora após se certificarem de que eu estava mesmo bem.

Estava dormindo quando acordei assustada devido a barulhos que pareciam estar vindo do corredor do prédio. Olhei ao redor para me certificar de que estava sozinha no quarto e em seguida afastei o cobertor e me sentei na cama.
Podia ter sido apenas um dos vizinhos derrubando algo, mas por via das dúvidas achei melhor ir verificar.
Ao sair do quarto, fui em direção a porta da entrada e enquanto eu me aproximava dela, podia escutar sons de correntes tilitando cada vez mais próximo de onde eu estava.
Algo me dizia que boa coisa não era.
Ter saído do país do vento parecia ter me deixado sujeita a perseguições.
Evitando ter um confronto frente a frente com quem quer que fosse o suposto inimigo, decidi voltar para o quarto.
Como não tinha tempo para mudar de roupa, permaneci de pijama mesmo.
Aproveitei apenas para pegar minha bolsa de armas e venenos, prendendo a mesma em minha cintura, e minha bolsa de primeiros socorros da qual prendi em minha perna direita.
Em seguida abri a janela e olhei para baixo, notando que não seria tão fácil sair por ali devido a altura.
Neste exato momento ouvi o trinco da porta sendo destruído com apenas um golpe desferido contra a porta.
- Nem pense nisso. - Disse uma voz desconhecida.
Olhei pôr sobre meu ombro para o homem alto e de cabelos brancos que me encarava enquanto entrava no quarto agora.
Em seu braço havia uma enorme tatuagem estranha.
- Quem é você e o que está fazendo aqui?
- Desculpe pela minha falta de educação bela dama. - Ele disse, tentando dar uma de educado. - Me chamo Mizuki e esses dois são Fujin e Raijin.
Olhei pôr sobre o ombro dele para os dois outros ninjas enormes que surgiram através da porta.
- Eu sou Fujin! - Disse um.
- Eu sou Raijin! - Disse o outro.
- Somos irmãos e estamos famintos! -
Os grandalhões disseram em uníssono de forma bem tola.
- Então você é a tão famosa ninja da areia... - Mizuki disse enquanto andava a passos lentos em minha direção.
Me mantive calma durante aquele diálogo. Embora estivessem em maior número, eu sentia que estava preparada para um confronto.
- O que fazem aqui?
- Vim para te pedir um favor.
Franzi o cenho ao ouvir aquilo.
- Pedir um favor? Pra mim?
O homem passou a se aproximar e aquilo me incomodou.
- Soube que é uma das melhores ninjas especialistas em medicina e em venenos de animais. - Começou ele. - Queria pedir a sua ajuda para encontrar alguns ingredientes.
- Irmão! - Berrou um deles, me assustando.
- O que foi irmão?
- Vamos voltar para a prisão depois de ajudar Mizuki?
- Não sei, mas tô com fome e você?
- Eu também estou.
Olhei para ambos, completamente confusa com aquela conversa.
- Vocês estavam presos...?
- Sim. - Respondeu Mizuki. - Fui forçado a ir para a prisão de Konoha por causa de um pirralho insolente.
Aquela história parecia ter menos sentido pra mim.
- Naruto quase acabou com a minha vida e eu vim dar um jeito nele.
Naruto...?
O homem sorriu após dizer aquilo.
- Orochimaru me ajudou. Me deu esse mapa. - Ele mostrou a tatuagem no braço. - Há um tempo atrás ele me disse que com isso eu teria a força que eu quisesse.
- E você acreditou nele?
Ele estreitou os olhos.
Claramente não havia gostado nada do meu tom de voz.
- Não deveria? Pelo o que eu soube, você também acreditava.
Aquele comentário me deixou desconfortável de repente.
- Eu não acreditava nele.
- Ah, é mesmo? Não foi o que eu ouvi falar. - Ele olhou ao redor. - Afinal, passou anos ao lado dele. Que hipócrita você hein...
Os irmãos desengonçados começaram a rir de mim.
Aqueles idiotas faziam parte do time de pessoas que achavam que eu havia sido subordinada de Orochimaru.
Mas não me importava.
Eu não ia perder o meu tempo tentando me explicar para eles.
Não valia a pena.
- Escutem. Perderam o tempo de vocês vindo até aqui, pois não irei ajudá-los.
- Você ouviu isso irmão?
- Sim e isso não foi nada legal...
- Não mesmo. Eu concordo com vocês dois. - Comentou Mizuki.
- O que iremos fazer com ela Mizuki? - Os dois perguntaram em uníssono.
O sorriso nos lábios de Mizuki me deixou em alerta.
- Iremos leva-la conosco. Será a nossa refém.
Os grandalhões passaram por Mizuki vindo em minha direção correndo após ouvirem aquilo.
Me virei em direção a janela, mas assim que fiz menção de me jogar por ela, ouvi um enorme estrondo que logo me impediu, me lançando com força para trás em meio a todos aqueles cacos de vidros.
Caí no chão com um forte impacto, sentindo minha audição falhar por alguns longos segundos devido ao estouro que ainda ecoava em minha cabeça.
Ao abrir os olhos, notei que havia muita fumaça ao redor agora.
O chão estava cheio de cacos de vidros e concreto que faziam parte de uma das paredes do meu quarto.
Quando menos esperei, um novo estrondo aconteceu, destruindo mais uma das paredes do quarto.
Precisei erguer meus braços sobre a cabeça para me proteger dos destroços que estavam sendo lançados por todas as direções.
- Mulher tola... Achou mesmo que iria conseguir fugir de nós?
Levei uma das mãos até minha bolsa de armas, retirando uma seringa que continha uma boa dose de veneno de escorpião.
- Mulher tola! Mulher tola! - Os dois idiotas repetiram.
Eu precisava pensar algo para mudar aquela situação...
- Vocês tem razão, eu fui tola mesmo. - Me sentei devagar. - Eu estou em desvantagem e vocês são fortes demais.
- Ora ora... Por essa eu não esperava. - Mizuki disse, realmente surpreso.
- Me levem com você. - Pedi. - Afinal, agora eu sei o plano de vocês.
- Você fez uma ótima escolha. - Mizuki deu um sinal com a cabeça para que os dois irmãos viessem até mim.
Neste exato momento respirei fundo algumas vezes.
Eu tinha apenas uma chance e estava contando com ela.
Quando os dois irmãos se aproximaram de mim, aproveitei para fincar a agulha da seringa na perna do que estava a minha direita, injetando todo o veneno nele.
Ele gritou.
Tão alto que achei que ia ficar surda.
- Fujin! - Gritou o outro enquanto me largava e ia até ele.
Aproveitei o momento de distração dele, para sacar outra seringa da bolsa.
Me levantei rapidamente e em seguida cravei a agulha nas costas do outro irmão, injetando todo o líquido dentro do corpo dele.
Ele também começou a gritar, se debatendo após alguns segundos ao sentir o veneno entrando em contato com sua rede sanguínea.
Enquanto eles se debatiam no chão, aproveitei para me afastar rapidamente. Entretanto, parei assim que senti algo sendo pressionado contra o meu pescoço.
Era algo bem afiado, pois em poucos segundos senti minha pele ardendo.
- Tão traiçoeira quanto uma cobra...
Odiei aquela comparação...
- Me solta.
Olhamos em direção a porta da entrada ao ouvirmos alguns murmúrios vindos pelo corredor.
Eram os vizinhos.
Aquelas explosões deviam ter chamado a atenção da vila inteira.
- Quietinha... Nem pense em fazer mais escândalos.
Senti a mão dele indo até o fecho do cinto que prendia a bolsa de armas em minha cintura.
- Você e os seus amigos irão voltar para a prisão...
Em silêncio, ele retirou a bolsa, jogando a mesma do outro lado do quarto. E em seguida desceu a mão até minha perna, retirando a outra, fazendo o mesmo.
- Você vai vir comigo. - Sussurrou ele, me puxando para trás.
Ao chegarmos até o lugar aonde ficava a janela, ele notou que seria impossível fugir por ali, já que haviam pessoas observando o local.
- Droga!
- Se renda. - Sugeri. - É a melhor opção que você possui agora.
- Calada. Você é insuportável.
- Olá, tem alguém aí? Ouvimos um estrondo vindo daqui.
Olhamos em direção a porta do quarto ao mesmo tempo.
- Mizuki.
- Eu falei para você calar a boca!
Senti ele pressionar ainda mais a arma contra meu pescoço, o que me fez tossir.
Eu precisava fazer alguma coisa... A pergunta era o que?
- Eu posso te tirar daqui.
- O que?
- Posso nos tirar daqui sem que vejam você. - Tentei ser convincente.
- Acha mesmo que irei cair no seu truque novamente?
- Ou confia em mim ou irá ser preso novamente.
- Olá?
Mizuki olhou em direção a porta novamente e em seguida pra mim.
- Eu não preciso da sua ajuda. Você é a minha refém e irá morrer comigo se alguém tentar me impedir.
Mizuki começou a me puxar em direção ao que antes era a janela.
- Não, me solte Mizuki. - Pedi, cravando as unhas no braço dele.
Mas ele não me soltou, me puxou até cairmos juntos.
Fechei os olhos.
Eu estava preparada para o impacto quando senti alguém me segurando nos braços.
Ao abrir os olhos, notei que era Asuma quem me segurava.
- Asuma...?
- Você está bem Hikari? - Perguntou ele, preocupado. - Consegue ficar de pé?
Balancei o rosto.
Assim que ele me colocou no chão, olhei ao redor a procura de Mizuki, mas para a minha surpresa, ele não estava em lugar nenhum.
- Aonde ele... - Parei de falar ao notar que Asuma havia desaparecido.
Cheguei a uma conclusão de que ele devia ter ido atrás de Mizuki.
- Você está bem senhorita? - Perguntou um dos vizinhos ao se aproximar.
- Sim. Eu estou bem, obrigada por perguntar... - Olhei para baixo, notando que meu pijama estava meio rasgado em algumas partes e em outras sujo com o meu sangue. - Não foi nada grave.
Olhei para cima, notando o enorme estrago que aqueles ninjas haviam feito em meu dormitório.
- Filhos da...

O Ninja Que CopiavaOnde histórias criam vida. Descubra agora