Quando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor.
Pra nossa dor.
Pra n...
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Acordei com a claridade no meu rosto, abri os olhos aos poucos, levantei ainda meio zonza e fechei a janela.
Vi que já tinha dado mais do que minha hora e fui para o banheiro, fazendo minha higienes. Fui pra cozinha, fiz meu café e tomei ali na varanda, olhando a vista. Meu Rio era lindo demais, pena que o horário não me permitia que ficar de muito mole observando.
Tomei banho, me arrumei e saí de casa torcendo para não estar trânsito, em vão, pois estava. Ê Riozão.
Apesar dos pesares, tinha sentido uma saudade do caramba da minha cidade. Voltei e voltei de vez.
Passei dois anos em Londres, que foram gostosos e de muito aprendizado, (e luta, que aquele frio não era mole não). Trabalhei de tudo que era possível quando cheguei, estudei tal qual uma cadela, consegui estagio na minha área e como não sou de ferro, curti pra caralho também. Mas nada como meu lugar.
Voltei há um ano na cara e na coragem, com uma mão na frente e outra atrás, mas por sorte (e merecimento, né?) consegui emprego rápido na minha área. E chamem essa pretinha de diretora de produção de moda com as vozes aveludadas.
Nesse tempo, eu e Gabi continuamos na mesma pegada, a distância nunca atrapalhou nossa amizade, inclusive, ela chegou a me visitar algumas vezes e agora moravamos bem perto uma da outra. A gata também tinha se formado em Moda e não contente em morar, também trabalhávamos perto, então era cerveja quase todo dia pós trampo, e cerveja quase todo final de semana na praia.
Depois daquelas férias em Santos, nunca mais vi o Gabriel, bom... pessoalmente, né? Até nos falamos por um tempinho, mas logo ele foi pro Internazionale naquele mesmo ano e que tinha começado a namorar com a Rafaella, apenas irmã do Neymar, poucas coisas. Eu, que tava longe e seguia apaixonadinha nele, fiz questão de esquecer. Silenciei de tudo, não lia nada, não queria saber de nada, só de seguir a vida, assim como ele também tinha seguido.
A gracinha durou até esse ano. Ele fechou com o meu Mengo e era impossível não ouvir falar dele nessa cidade, o cara chegou com tudo. Mas mesmo morando na mesma cidade, ainda não tínhamos nos encontrado e acredito que assim vá permanecer.
Dei um bom dia geral pro pessoal e entrei na sala que dividia com a Camilla, minha dupla.
- Bom dia, loirão. - Disse, sentando na cadeira. Ela era diretora da nossa equipe e por trabalharmos juntas nos projetos, dividíamos a mesma sala.
- E começa, mas vim te ajudar para não ficar pesado pra você. Já não basta semana que vem.
- Concordo com essa decisão? Não, você precisa descansar, amanhã já vai ser corrido demais. Porém, como a chefe aqui é a senhora e não posso te dar ordens, fico feliz que veio, porque to lotada até a bunda de tanta coisa. - Ela riu.
