O dia foi tão corrido que mal pude sentir o quão cansada estava da noite de ontem. Não cheguei em casa trançando as pernas, como sexta, mas cheguei bem tarde. Dormi poucas horinhas e já acordei pra ir pro trabalho e só estava sentindo as consequências disso agora, voltando pra casa. Assim que cheguei no prédio, o Marcos veio na minha direção, dessa vez, com um buquê de rosas amarelas.
- Já pode montar uma floricultura, né? - eu ri.
- To pensando seriamente nisso, viu Seu Marcos? - ele riu. - Obrigada.
- Magina. Essas chegaram depois que você saiu, ai guardei.
- Admirador secreto veio atrasado, favor avisar que saio às 8h - ele riu.
- Pode deixar. Ah, tem uma moça te esperando ali no hall.
- Me esperando? - estranhei - Ué... enfim, obrigada, Seu Marcos, você é um lindo - ele riu e eu entrei na torre do meu prédio, vendo a tia ali sentadinha.
- Aaah não creio. - disse, assim que a vi, ela riu e levantou. - Por que não me avisou que vinha? Tinha saído mais cedo do serviço. - a abracei.
- Passei por acaso, amor. Vim deixar a Dhio na casa do Luan e aproveitei pra ver como você tava. Atrapalho? Porque qualquer coisa volto outra hora.
- Não tia, nunca. Vamos subir pô. Você já aproveita e janta comigo.
- Um convite desses não se nega não - eu ri e nós subimos pra casa, coloquei as flores ali no vaso, torcendo pra ela não perguntar sobre. Não ia saber responder não, ia falar o que? "Ah tia, teu filho aqui ó me mandando coisa, vê se pode". Graças a Deus ela ignorou. Coloquei o bilhetinho de hoje no bolso e voltei ali pra sala com ela.
- Eaí, como você ta? - perguntei.
- Com saudade, né sua cretina? - eu ri - Sumiu pra caramba, eu ein.
- Ah tia... Ta corrido, ta corrido. - disse, o que não deixava de ser verdade. - Fico lá na empresa de tarde, chego em casa, vou costurar roupa pra ela, durmo, vou pra empresa, chego em casa, vou desenhar roupa. - rimos.
-Sei, viu? Mas sério agora, nós estamos bem, com saudade, mas bem. E você, meu amor? - acariciou meu cabelo.
- Ah, eu to bem, tia. Cansada só, mas to bem. Estava com saudade também. Vai ficar pra jantar, né? Porque vou caprichar, ein - ela riu.
- Lógico, convidou, agora vai ter que fazer - eu ri, nós fomos pra cozinha, comecei a fazer escondidinho de frango, no fim ela acabou me ajudando. Gostava pra caramba de passar meu tempo com a tia, ela era mãezona demais, muito gente boa e tinha o jeito todinho do Barbosa. Sentamos ali pra comer.
- Estava com medo de você estar meio assim, acredita? - ela disse.
- Não tia - ri - O que aconteceu não interfere na nossa relação. Nem na minha com a Dhio ou com o tio. Vou visitar vocês qualquer final de semana pra matar a saudade.
- Vai sim, eles comentam de você direto, principalmente a Dhio. Fico feliz por isso, nós gostamos de você pra caramba, ainda bem que nada muda.
- Não, pode ficar tranquila quanto a isso.
- Mas você ta bem mesmo, meu amor?
- Eu to ótima, tia...
- É que tu ta magrinha, mal tocou na comida, ta abatida.
- Nossa, acabou comigo já - nós gargalhamos.
- Você me entendeu, palhaça - eu ri.
- Não, eu to bem sim. Não 100%, mas bem, melhorando aos poucos.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...