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1 mês depois...

Ok, vida voltou ao normal do jeito que a tia gosta. Acabou a correria do trabalho, estava bem tranquilo, mas em compensação, depois que a Jack usou meus vestidos nos ensaios, o tanto de gente que me procurou pra fazer roupas também foi absurdo, a maioria do meio do carnaval mesmo. Desde passista a rainha de bateria, homem, mulher, e eu estava amando. Ficava meio corrido, mas era uma delícia. Tirando que chegar em casa e encontrar o Gabriel, ou pelo menos acordar com ele, tornava o dia bem mais leve, sério. Ele me estressa horrores, ama me encher o saco, mas o tanto que me faz bem e o tanto que nos damos bem, não está escrito. Apesar de morarmos juntos, continuávamos indo pros nossos rolês, principalmente pós jogos deles aqui no Rio, e toda semana iamos jantar na casa da Gabriela e do Rodrigo, ou vice e versa. Tirando quando eu não acordava de final de semana com a sala cheia de homem gritando por causa de videogame. E não tenho do que reclamar, era uma rotina gostosa demais.

- Bora comigo buscar o Thiago, amiga? - Camila disse, guardando as coisas. - Falo pro Giorgian arrastar teu homem pra lá também, a gente pede uma comida japonesa depois.

- Nossa, vamos, por favor. To com muita vontade de comer hot roll. - ela riu.

- Milagre, logo você que odeia.

- Não é? Mas ai, crocante, com molho tarê por cima, meu Deusss - disse animada, fazendo ela rir de novo - Tirando que to morrendo de saudade do meu loirinho.

- Ele também, viu? Sempre comenta. "Mamãe a tia Iza e o tio Gabriel ainda não me levaram no parque" - nós rimos.

- Caralho, eu esqueci total.

- Esse aí quando promete alguma coisa, só por Deus - nós arrumamos a sala, pegamos nossas coisas e descemos, entrando no carro dela e indo em direção a escolinha do Tiago. Assim que paramos na frente ali, ela saiu e eu fiquei no carro pra fazer uma surpresa. Ele saiu todo animado, abraçando a Camila e dando vários beijinhos no rosto dela, vejo essas coisas útero até coça de vontade. Eles vieram de mão dadas e ele entrou no carro cantarolando.

- Vamos pular, a parte que eu peço aquele vinho do bom, a taça não merece tirar seu batom, deixa comigo que pra isso eu tenho o doooom - entrou no banco de trás, jogando a mochila e sentando na cadeirinha.

- Garoto, isso é música de criança cantar? - eu disse, gargalhando, ele olhou pra mim, enquanto a Camila prendia o cinto dele e ria.

- Tia Iza!! Que saudade.

- Saudade, loirinho - disse, bagunçando o cabelo dele, que riu.

- Culpa do pai dele que ouve esse porre de música o dia todo. Você não canta isso na escola não, né Tiago?

- As vezes, mamãe - ela olhou pra cima com cara de "Mereço" e eu ri - Tia Iza, quando você vai me levar no parque?

- Semana que vem, meu amor.

- Você só promete, promete... Nunca leva eu - nós rimos.

- Juro que vou levar, baixinho. Como foi seu dia na escola?

- Muito legal!! A gente leu historinha, jogou futebol, fez naninha. Várias coisas.

- Nossa, realmente, várias coisas - eu disse e a Camila riu.

- É, e eu arrumei uma namoradinha. Mamãe eu arrumei uma namoradinha.

- Você o que? - ela disse.

- Arrumei uma namoradinha.

- Aé? Como ela chama? - eu disse, rindo da cara de indignada da Camila.

- Larissa. Ela é muito bonita titia.

Talismã || Gabriel Barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora