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- Esse aqui é meu pai, Sergio, e essa aqui minha mãe, Tatiana. Meu pai era melhor amigo do tio Carlos e minha mãe, da tia Helena - mostrei a foto dos quatro. - Os pais da Gabi já namoravam e decidiram juntar os meus, mas foi peleja. Minha mãe estava querendo entrar na faculdade de direito, toda certinha. Enquanto meu pai, não queria saber de namorar não, queria curtir e foda-se - Ele riu - Aí um dia eles se encontraram no ônibus, ficaram se olhando, flerte daqui, dali, mas nenhum chegava no outro, segundo eles, foi assim durante umas boas semanas, ela indo pro curso do vestibular e ele indo trabalhar. Até que finalmente os pais da Gabi convenceram eles de irem em uma festa juntos, chegando lá, não deu outra né? Não se desgrudaram mais desde então. 10 anos depois, o resultado foi esse .- Mostrei uma foto minha bebê e ele riu.

- Tu parecia uma trufinha. - Rimos. - Muito linda.

- Linda sempre fui, a prova é essa.

- Nem tem como negar.

- Aqui, eu e Gabi. - mostrei a foto de nós duas, abraçadas no meio da rua, ela sorrindo e eu fazendo pose.

- Nossa, nada muda né? - eu ri e assenti - Vocês nasceram na mesma época?

- Sim, elas ficaram grávidas ao mesmo tempo. Gabi é dois meses mais velha só. Olha essa. - disse rindo, mostrando uma foto minha, com meus pais, eu com uns 3 anos e todos vestidos com a camisa do flamengo, ele riu.

- Porra, eu e quem daqui um tempo. - Ri.

- Minha meta é essa mesmo - Ele riu e beijou meu ombro.  - Hoje ta fazendo 4 anos que eles faleceram, por isso estou nostálgica assim. Hoje já estou conformada que a missão deles na terra já foi cumprida, e agora eles estão cuidando de mim em outro plano, mas falar pra você que a saudade é foda. - Ele ouvia tudo atento, prestando atenção nas minhas palavras.

- Ôh minha preta, por que não me falou antes? - Acariciou minha mão.

- Não sei. Acho que não queria atrapalhar a vibe pré liberta. - Ele riu fraca e me puxou para o meio de suas pernas.

- Seus problemas são os meus, suas tristezas são as minhas e você sempre pode me procurar quando estiver assim. Eu te quero do meu lado em todos os momentos, não só os bons. Assim como eu desabafo com você sobre tudo, quero que se sinta a vontade pra fazer o mesmo, ok? - Assenti e ele encheu meu rosto de beijos.

- Posso usar aquele Vale Cafuné hoje? - Disse me referindo aos vales que ele me deu quando me pediu em namoro, ele riu.

- Hoje é de graça, guarda o vale pra uma próxima. Vem cá - Levantamos, comemos os lanches e deitamos no sofá, comigo abraçada tal qual uma criancinha no peito dele. 

- Quer assistir o que? - Perguntou.

- Irmão do Jorel - Ele riu,  colocando o desenho. Ficou me mimando o resto da noite toda, até descer só pra comprar doce no mercado, desceu. 

Coisas pequenas que me faziam dar valor demais ao o que a gente tinha. Nós ficamos assistindo TV e trocando carinho até umas onze horas, depois ele me ajudou a arrumar a caixa que ainda estava no chão, escovamos os dentes e deitamos, em menos de 5 minutos ele apagou e eu fiquei fazendo carinho no seu rosto, só observando aquela perfeição em forma de homi.

(...)

Acordei com o Gabriel sentado na cama, olhando pra janela. Estava clareando ainda e deduzi ser umas cinco da manhã.

- Amor? - ele me olhou. - Madrugou?

- Te acordei, pretinha? Desculpa, levantei pra ir no banheiro e perdi o sono - Dessa vez, eu que o analisei.

Talismã || Gabriel Barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora