Já se passaram dois meses e eu me encontrava com um maracujázinho na barriga e mais feliz que nunca. Apesar dele estar grande e saudável, minha barriga quase não dava sinal de vida. Por um lado era bom, porque podia esconder bem, nem o pessoal do trabalho sabia, a não ser Camila e Luan, claro. Por outro lado, queria me ver de barrigão logo, mas aparentemente e segundo a Karina, esse desejo só vai se realizar lá pelo sexto/sétimo mês. Tinha acabado de entrar no terceiro mês e com todo respeito, maracujá, mas estava dando graças a Deus que esse primeiro trimestre estava acabando. O tanto de dor que senti nesse período não esta escrito, cada dia era uma diferente. Costas, cabeça, enjoo, sono e nada de fome, por incrível que pareça. Voltei a sentir fome essa semana, porque antes, tinha que me forçar a comer as coisas, e sempre com a dieta em dia, até porque, com o outro lá no meu pé, não tinha nem como não seguir. Falando no bonito, nós estavamos mais tranquilos que nunca. Ele sabia que eu me estressava até com uma formiga passando do meu lado, e com isso, procurava não me irritar, e eu, sabendo que estava irritadinha por conta dos hormônios, procurava descontar o minimo nele, já que ele estava sendo um companheiro do caralho. Me ajudava em tudo e olha que ainda nem preciso, consigo fazer tudo tranquilamente. Mas nas noites de enjoo, que eu passava mais tempo no banheiro do que no quarto, ele ficava do meu lado até eu dormir, até aprendeu a fazer o chá do meu pai quando eu tinha dor de cabeça. Nos divertiamos demais juntos, se não fossem pelo fato da gente se agarrar em todo canto da casa, iriamos parecer mais melhores amigos do que qualquer coisa, e é o que somos mesmo, só que com algumas (e belas) vantagens. Gabriela já estava de 7 meses e era gostoso acompanhar tudo isso com ela, estando grávida também. Ela me dava conselhos sobre tudo, enquanto eu, a ajudava com qualquer coisa que ela precisasse. Falta 1 mês para o meu casamento com o Gab e está sendo tudo ao contrário do que imaginei, bem mais tranquilo do que pensava. Lógico que estava a maior correria pra tudo, mas nada que se arrancasse os cabelos, mesmo com o curto período pra organizar tudo. Decidimos fazer uma cerimonia bem reservadinha, em uma pousada lá em Arraial, só com o pessoal mais próximo mesmo (o que da parte do Gabriel, já era gente pra caralho, convenhamos) e isso tornou tudo mais fácil. O fato de termos gostos parecidos também deu uma agilizada na escolha da decoração e comidas. Quanto ao meu vestido, eu mesmo estou fazendo. Assim que começamos os preparativos, sonhei que estava em um bosque, andando de bicicleta, com um vestido de noiva. Sentido? Nenhum, mas o vestido era a coisa mais linda. Desde então passei horas fuçando na internet em busca de referências e rodei esse Rio de Janeiro todo procurando algo que fosse minimamente parecido, nada. Sabe quando você vê uma roupa que é a sua cara na loja, não compra por causa do preço e parece que mais nenhuma tem graça? Pois bem. Então decidi eu mesma ir a luta. Lembrava de cada detalhe dele e em uma madrugada em que minha, até então, sementinha, estava me judiando de tanto enjoo, comecei a desenha-lo. E ai lá vai eu atrás de tecido e mais tecido. Gabriel, que adora uma loucura, me apoiou pra caramba, mas eu estava com um puta cagaço de ficar feio. Já fiz todo estilo de roupa, mas a última vez que me arrisquei em um vestido de noiva, foi em um trabalho no primeiro ano da faculdade. Não contente, ainda quis fazer o vestido pra usar na hora da festa, já que sabia que o da cerimonia ia me incomodar pra fazer absolutamente qualquer movimento a mais do que andar e sentar. E desde então estou colocando nas mãos de Deus e ajustando os últimos detalhes deles.
(...)
Acordei com o despertador do Gabriel gritando mais que o tiozinho que vende Biscoito Globo na praia, enquanto ele parecia uma pedra dormindo, desliguei e o cutuquei.
- Hmmm - falou ainda de olhos fechados.
- Acorda, bonitinho. Treino começando já e você aqui ainda - ele se espreguiçou e voltou a me abraçar. - Bora que meu filho quer um pai gatão.
- Mas isso eu já sou, é só manter, precisa de treino não, deixa isso quieto - eu ri e selei nossos lábios, ele fez um biquinho e levantou, o segui, escovamos os dentes, fiz xixi e depois voltamos pra cama.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...