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- Izabela, se você não estiver pronta em dez minutos...

- Calma leão, to terminando o cabelo, rapidinho.

- Ta indo pra desfile de moda, fia?

- Não, mas vai que nosso lugar é bom e o Anthony Davis me nota?

- Credo Izabela. Se tu me troca por um cara desses eu fico puto, falo logo. Cara não tem a decência de fazer a sobrancelha, não da não.

- Acha que todo mundo é vaidosinho que nem você, bonito?

- É o minimo, né? Não to nem pedindo muito, só raspar o meio só mano, que isso. Já pensou, cê acorda, vira pra dar bom dia e tromba logo com uma taturana na cara do maluco? Para, cê tem bom gosto e eu sou a prova - eu ri.

- Tu fala como se fosse SUPER possível, né?

- E não é não? Olha pra você, filha - me abraçou por trás. - Olha essa pele, esse corpo, esse olhar, esse cabelo, e pra matar ainda tem esse sorriso, da não. - eu ri e virei pra ele.

- Bestinha - o enchi de selinhos.

- Também te amo muito, muito mesmo, mas a gente pode ir agora? - eu ri e revirei os olhos.

- Vamo garoto, vamo - passei mais um pouco de perfume, dei uma conferida no espelho e saimos. Pegamos um taxi na frente do hotel e em menos de 15 minutos estavamos lá. Era diferente de tudo o que já tinha visto ou ido, principalmente em questão de esporte. Era enorme, muito bem estruturado, com telão por toda parte e estava lotado! Se eu achava que nosso amor por futebol era grande, é porque ainda não tinha visto pessoalmente o amor desse pessoal por basquete. Ficamos na arquibancada do meio, nem alto, nem baixo, dava pra ver perfeitamente e porra, acho que estava tão ansiosa quanto o Gab. Assim que chegamos estava tocando 50 cent, então já entramos daquele jeito, né?

No começo teve uma puta homenagem pro Kobe de novo e enquanto a equipe do Giannis usava a camisa com o numero 24, o mesmo de Kobe, a equipe do Lebron usava o número 2, que era o da Gianna, filha dele. O jogo começou e bom, só tenho uma coisa a dizer: foi do caralho. Os caras jogavam demais, estava super disputado mas o time do Giannis estava na frente, porém o Kawhi, do time adversário, tava se destacando totalmente. E porra, quanto homem grande tinha naquela quadra, juro que o mais baixo devia ter no mínimo 1.85. Aquilo era um show a céu aberto, meus amigos, bom, a céu aberto não porque a quadra tinha teto, mas sei lá, porra, era tão foda que eu não conseguia descrever. Gabriel não estava muito diferente de mim, na real, estava bem pior, vidrado no jogo, gritava o nome dos jogadores, xingava (em português, óbvio) comemorava cesta tal qual comemorava os gols do Santos e Flamengo. Sempre soube que ele gostava de basquete, tanto que assistiamos quase todos os dias da semana, mas nunca tinha o visto assim. Confesso que em diversos momentos do jogo, me peguei o observando, era gostoso demais ver a pessoa que você ama feliz e saber que fez parte desse momento, ou que contribuiu para que ele acontecesse. É, Leizinho, você estava certo, uma eterna apaixonada não tem jeito. Foram quatro periodos, e no ultimo, o time do Lebron virou o jogo, ganhando de 157 à 155.

- Ta, essa foi a melhor noite da minha vida. - o olhei - Depois do nosso casamento, obviamente - eu ri e o empurrei de leve, que me puxou e passou o braço pelo meu ombro.

- E eu achando que só o futebol ia me fazer sentir essa emoção, o que foi aquele Kawhi?

- Aquele cara é absurdo. Acho que foi uma das melhores viagens que a gente fez.

- Eu também acho, aqui é muito foda, né?

- Demais. Melhor coisa é poder sair, sem ninguém reconhecer, fazer o que quiser sem ninguém estar cuidando sempre.

Talismã || Gabriel Barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora