Acordei com a campainha tocando, toda torta na cama, só de calcinha e camiseta. Lembro nem como entrei em casa ontem e mais uma vez dei graças a Deus por não ter ressaca. Levantei e gritei um "Já vai", fui no banheiro, escovei os dentes, joguei uma água no rosto e saí correndo pra porta.
- Bom dia, Marcos. - ele riu e arregalei os olhos ao vê-lo com um buquê, cheio de girassóis.
- Bom dia, Iza. Estava com saudade de te trazer buquê - eu ri.
- Tu viu quem mandou?
- Não, veio com entregador. Mas aí do lado tem um bilhete, vai que o admirador se revela - eu ri.
- Ta bom, muito obrigada, viu Marcos? Bom sábado.
- Bom sábado, Iza. - eu fechei a porta meio besta ainda, era lindo, enorme. Peguei o bilhete que tinha do lado e abri com o coração na mão já.
"O que eu tenho que provar pra você acreditar? Que nada aconteceu, meu amor é teu, sem você acho que nem existiria eu. Olha bem no meu olhar você vai notar enfim, que dentro de mim, o amor se fez, desde o dia em que te vi pela primeira vez. O que eu não faria pra esse amor vencer? Que louco eu seria de perder você? Sem o teu carinho eu não sou ninguém Você me faz tão bem, você me faz tão bem.
Sinto sua falta, pretinha. Da notícias...
Gabriel Barbosa Almeida."
Eu tentei segurar o sorriso besta, mas foi impossível. Amar era foda, né? Te deixava otária toda vida. Era exatamente por isso que ainda não tinha o respondido. Não tinha culhão nem pra ouvir a voz sem amolecer. Mas sei que precisavamos.
Na real, eu só queria mesmo era ligar, falar que perdoo mesmo se ele realmente tiver me traído, voltar pra nossa casa. Porém, tenho dignidade, então apenas mandei uma mensagem.
Izabela
Oi...
Obrigada pelas flores rs
Pronto, estava ótimo. Deixei o celular ali e coloquei as flores em um vaso, na mesa da varanda. Tomei um banho gelado e fiz um café bem forte, pra curar a ressaca de vez. Estava enrolando pra pegar o celular, mas o fiz, vendo o nome dele na notificação. Eu nem tinha mudado ainda e confesso que a saudade bateu mais ainda.
Amor
Oi...
Que bom que respondeu
E que gostou das flores
Podemos conversar? Estou de folga hoje...
Ô misericordia...
Vai Izabela, uma hora tem que rolar, sem frescura.
Izabela
Podemos sim...
Onde?
Ansiosa que sou, larguei o celular ali e fui pro quarto, me trocando e colocando uma roupa pra correr. Fazia isso sempre que estava nervosa, ou querendo extravasar alguma coisa. E no momento, estava no misto dos dois. Antes de sair, olhei se ele tinha respondido. Ok. Iamos nos encontrar às 16h, no Seu Vidal, um restaurante aqui na Barra, que era bem na beirinha da praia e iamos direto. Ok, haja coração.
Ao invés de ir pra praia, como sempre faço, decidi correr em um parque que tinha perto de casa, que se eu fui duas vezes nesses dois anos que estou aqui, foi muito. Fiquei correndo ali na faixa, até ver uma menininha correndo na minha direção, ela não me era estranha, e assim que chegou perto, com o Gerson correndo atrás, a reconheci.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...