22 de Novembro.
Levantei com uma vontade absurda de ir no banheiro, não pregava o olho de tanta cólica, virava de um lado, de outro, enquanto Gabriel dormia que nem uma pedra. Desconfiava do que ia acontecer hoje, mas queria esperar o máximo possível pra ter certeza. Passei a noite toda com uma cólica leve, piorou um pouco quando deitamos, mas nada de contração... até eu levantar agora pra ir no banheiro. Me deu uma contração absurda, eu respirei fundo e fui beber água. Ok, achei o primeiro defeito dessa casa, cada degrau que eu descia era uma dor diferente. Fui pra cozinha e bebi água, sentindo mais uma contração absurda. Subi pro quarto, com mais dor do que desci, entrei no quarto e sentei na cama, pegando o celular pra ver a hora. Tinha acabado de dar meia noite, e assim que senti mais uma contração, comecei a cronometrar.
- Amor?? - ouvi o Gabriel me chamar.
- Oi, amor - virei pra ele, que me olhava com uma carinha de sono.
- Ta tudo bem? - acariciou minha cintura.
- Tudo amor, só estou sem sono - dei um sorrisinho, ele ficou me observando.
- Cê acha que me engana, né? - eu não aguentei e ri.
- Pior que sei que não. - respirei fundo, parando o cronometro, 30 segundos de contração.
- O que você ta sentindo, amor?
- Contração, forte, mas não sei o tempo ainda. Acho que é de treinamento amor, pode voltar a dormir que ta tudo bem - o dia dele tinha sido cheio, bichinho tinha acabado de chegar em casa praticamente.
- Não, vou ficar com você, vem cá, deixa eu cronometrar, senta aqui - ele sentou na cama e arrumou os travesseiros pra eu encostar. Eu sentei e deitei em seu peito.
- Quando tiver, me avisa. - disse, acariciando meu cabelo.
- Pode começar então - ele riu fraco e começou a cronometrar.
- Quer que eu canto pra você, pra distrair?
- Não amor, obrigada, ta? - nós rimos - Passou. - ele parou o cronômetro. Ficamos conversando, as contrações estavam vindo de 8 em 8 minutos, durando uns 40 segundos cada. - Amor, mais uma - disse, estava sentindo que essa estava durando bem mais. - Amor, passou de 40 já né? - ele não respondeu. - Amor? - o olhei, ele estava dormindo, segurando o celular e acariciando meu cabelo ainda, ri e peguei o celular. Comecei a cronometrar e estava durando 1 minuto cada. Levantei e fui pro banheiro, liguei o chuveiro no quente pra dar uma aliviada e fui tirando a roupa. Fiz um coque alto nos dreads e entrei. Fechei os olhos e respirei fundo, logo ouvi a porta do box abrir.
- Foi mal por dormir, amor - riu.
- Tudo bem, tu ta cansado, bichinho. Pode voltar pra cama, inclusive.
- Ta doida? Deixar você aqui sofrendo sozinha? Jamais. Ta dando uma aliviada?
- Pior que não...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...