Talismã || Gabriel Barbosa.

54.

Acabei dormindo na casa do Gabriel de ontem pra hoje, finalmente voltamos a rotina normal. Ele me deixou no serviço de manhã e olha, dou graças a Deus pela manhã ter sido uma delicia ao lado do meu benzinho, porque o resto do dia foi bicuda atrás de bicuda. A marca se envolveu em uma polemica com uma influenciadora lá do Sul, e mesmo a treta acontecendo em outro estado, refletia muito aqui na sede. Então estava a maior loucura, todo mundo estressado, correndo, fazendo as coisas na pressa. A reunião que eu tive também não foi aquelas coisas, não curtiram tanto o que nós criamos, isso significava que seriam mais horas e horas com o Luan dentro de uma sala, pensando no que fariamos e em como fariamos. Saí de lá esgotada, pedindo arrego, cervejinha e massagem nos pés.

- Boa noite, Marcos - sorri.

- Boa noite, Iza - disse, abaixando e pegando mais um buque, esse era enorme, muito grande mesmo, de rosas vermelhas, com um bilhetinho e uma caixinha preta. - Não perdoou o rapaz ainda? - rimos.

- Pior que perdoei, Marquinhos, mas... sei lá, Gabriel é doido. - rimos. - Foi ele que veio entregar de novo?

- Foi. E eu sabia que vocês tinham se acertado já, menino chegou aqui com sorriso de orelha a orelha, e ainda ganhei uma camisa original e ingresso pro camarote, acredita? - eu gargalhei.

- To feita com você dois. Deixa eu subir lá que eu to morta de fome e ainda tenho que fazer a janta.

- Vai lá, menina. Parabéns viu? Que você dois sejam muito felizes.

- Somos e seremos mais ainda, Marquinhos. Obrigada de novo, viu? - ele piscou e eu subi, ainda boba com o buquê. Cheguei em casa, coloquei a bolsa na cadeira, o buquê ali na mesa, peguei o bilhete e a caixinha, abrindo o envelope primeiro.

"Fui lá na Bahia de São Salvador peguei um axé nos encantos de lá, voltei pro meu Rio do meu Redentor pra ver meu amor que é lá de Irajá. Tô cheio de saudade do nosso calor e tudo que eu quero é chegar e poder, te amar, te abraçar. Matar a vontade que tanto senti, sem o teu carinho não dá pra ficar, rezei para o nosso Senhor do Bonfim e trouxe uma fita pra te abençoar, e tive a certeza que a gente é assim, um longe do outro não dá pra ficar. não dá pra separar. Eu vou seguindo a trilha do amor enquanto essa paixão me guiar deixo o coração me levar, deixo o coração me levar. Eu vou seguindo a trilha do amor, onde você quiser vou estar sem você não dá pra ficar, sem você não dá pra ficar."

O tanto que eu acordei feliz com você ao meu lado hoje não está escrito, juro que esse vai ser o último buquê do mês, porque sua casa já deve estar cheirando a cemitério kkkkk mas só queria comemorar nosso recomeço, inclusive, às 19h estou aparecendo aí. E o presente é do tamanho do seu anelar esquerdo, viu? Não é um anel de noivado ainda, mas se quiser usar no lugar da nossa antiga aliança, pode... Entenda essa dica como quiser.

Amo você, minha preta <3"

Esse menino era terrível, sério. Se eu tive um dia ruim, já não me lembro. Peguei a caixinha e abri, era um anel lindo, fininho, com uma rodinha vazada no meio. Eu coloquei no meu dedo só pra ver se ele não estava brincando e realmente servia direitinho. Sorri e pensei em mandar mensagem, mas assim que olhei a hora, imaginei que ele já estivesse chegando, então resolvi deixar pra agradecer pessoalmente. Tirei meu tenis, coloquei um chinelo e fui pra cozinha preparar a janta. Comecei a fazer macarrão a carbonara e logo ouvi a porta abrir.

- Querida, cheguei. - disse e eu ri, virando pra ele.

- Oi, coisa linda - ele se aproximou de mim, me puxando pela cintura, selamos nossos lábios diversas vezes, ele segurou minha mão.

- Hmmm, sua mão ficou bonita assim, combinou com a sua pele.

- Quando você erra, né Barbosa? - ele riu e eu selei nossos lábios - Muito obrigada, meu amor. Eu amei. Não sei onde enfiar a cara quando você me da presente. - ele riu e sentou ali na bancada, enquanto eu voltei a prestar atenção no molho ali.