63.

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Mais algumas semanas se passaram e posso falar tranquilamente que nunca fui tão feliz, parecia que o vento soprava ao meu favor, estava até estranhando. Carregava uma maçãzinha marrenta , que não abria as perninhas por nada. Minha barriga começou a dar as caras agora, mas ainda continuava bem pequena, dependendo da roupa mal dava pra ver. Pessoal jurava que era menino pelo formato dela, que estava mais pontudinha do que redonda. Mas a Dhio batia o pé dizendo que ia ser menina.

Hoje vai ser minha última consulta do mês, Gabriel tinha treino então não ia conseguir ir, mas vai me buscar na porta pois depois já vamos direto pra pousada, sim, ta chegando. Eu estava tranquila até ontem, agora que me dei conta que vou me casar esse final de semana, me veio um nervosismo da porra. Consegui tirar folga de duas semanas, começando por ontem. Hoje é sexta e sábado á tarde, estarei trocando votos com o homem da minha vida. Guenta coração, porque eu acho que não aguento.

(...)

Novamente eu acordando sozinha com o despertador, desliguei e levantei, indo para o banheiro. Fiz minhas higienes matinais, tomei banho, passei meus cremes e saí, enrolada na toalha. O Gabriel estava sentado na cama, com a cara amassada.

- Ai que carinha de bebê da mamãe - fui pra perto dele, apertei sua bochecha e dei um selinho nele, que riu.

- Gosta de me chamar de bebê, né?

- E tu não é não?

- Seu eu sou mesmo, mas não explana - eu ri, ele me deu mais um selinho e foi pro banheiro. Me troquei e fiquei ali pensando se não tinhamos esquecido de colocar nada na mala. Depois do casamento, já iamos direto pra lua de mel e eu estava com um cagaço de ter esquecido alguma coisa importante, mas seja o que Deus quiser, né? Arrumei o quarto e fui pra cozinha, estava cheia de fome. Logo ele apareceu, lindo como sempre, segurando o boné.

- Te olhando assim, de vestidinho, fazendo café da manhã, nem parece que é uma capetinha. - eu ri.

- De capetinha só meu noivo, já viu?

- Por foto, se é capetinha não sei, mas vi que é gatão.

- Mais ou menos, foto engana - ele riu, me abraçou por trás e deu um cheiro no meu pescoço. Nós tomamos café enquanto conversávamos, descemos as malas, trancamos tudo e fomos para a clínica.

- Acho que nunca estive tão ansioso na minha vida - disse, dando partida no carro, eu ri.

- Nem eu... Ansiedade em dobro. Primeiro pra consulta, depois ansiedade para o casamento.

- Aê maçãzinha do pai, será que você colabora hoje?

- Vai ser dramático que nem você, um ano pra abrir as perninhas. - passei a mão na barriga, as vezes sentia ele mexer, mas nada que fosse visível ou que desse pra sentir com o toque.

- Mas se for menina, continue assim, viu? Perninhas fechadas até os 30. - eu gargalhei.

- Para, garoto. - ele riu e beijou minha mão. - Eu nem sei o que eu quero.

- Ah, os dois iam ser foda. Se for um molequinho, vai ser bom por motivos óbvios. Mas se for menina, eu vou ser bem mais babão acho, garota vai montar em mim. Imagina, decorar os cabelo tudo. - rimos.

- Vai deixar o cabelo da minha filha parecendo uma festa, te conheço.

- Lógico fi, tem que colocar uns adereços, né? Se for moleque também, lançar vários cortes.

- Se tu colocar dread no cabelo do menino, Gabriel, juro que vai sair de casa você e ele - ele gargalhou.

- Não tinha pensado nisso, ein? Vou lançar. - eu ri - Mas sério, eu também nem consigo chutar. Se aquela teoria lá do formato da barriga for real, é menino, sem dúvida.

Talismã || Gabriel Barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora