12.

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- Ta na minha praia, Izinha. Eu que devia me sentir perseguido. Isso que da passar endereço pra fã. - Gargalhei. - Ta fazendo o que por aqui?

- Vim caminhar, mas já vou voltar, ta com cara de que vai chover e eu nem carteira trouxe. - Disse, sentindo um ventinho gelado.

- Vai nada, pô. Calor desses, céu aberto. Vem, bora tomar uma agua de coco.

- Ai, não vou negar não. Tô precisando. - Caminhamos até o quiosque, ele pediu duas águas de coco e sentamos em uma mesa pertinho da areia.

- Qual foi dessa carinha aí?

- Chamando de acabado ao vivo. - Ele riu.

- Não, você ta linda como sempre. Mas ta com cara de cansada, preocupada, sei lá.

- Pior que estou mesmo.

- Reunião?

- A própria. - Comecei a contar pra ele sobre o que tinha rolado, enquanto ele arqueava a sobrancelha em cada frase.

- Caralho, que filhos da puta. Deve ser insuportável lidar com essas situações.

- Demais, finalizo o dia desgastada. O bom é que não acontece muito, só com esse cliente em específico.

- E como você ta se sentindo?

- Cansada, mas satisfeita, no final deu tudo certo, né?

- Você é foda, eu falo. Tem pra ninguém. - Colocou a mão na minha coxa, me arrepiei e ele deu uma apertadinha, a acariciando.
Ficamos conversando sobre o dia um do outro, ele comentou do quão nervoso estava com essa nova fase, até que senti uma gota no meu ombro.

- Olha, meu bem... Como garoto do tempo, você é um ótimo jogador.

- Ih... Não é que tá chovendo mesmo? - Revirei os olhos e ele riu, vendo a chuva apertar. - Ó, vamos combinar assim. A chuva tá ficando forte e não rola da gente ficar aqui, quem dirá você ir embora. Meu prédio é esse da frente, a gente fica lá até passar, depois te levo pra casa como forma de desculpas por ter te contrariado.

- Não faz mais que sua obrigação me levando. - Ele riu. - Bora vai. - Levantei, abraçando meu corpo, que já estava gelado.

- Opa, valeu sim, chefe? - Disse,levantando e fazendo sinal pro dono do quiosque.

- Obrigada. - Sorri, acenando também.

- Que isso, voltem sempre.

- Pronta? -Esticou a mão.

- Pronta. - Dei a mão pra ele, nós esperamos o farol fechar e corremos, entrando no predio dele.

- Caraca, jurava que isso aqui era um hotel quando passava aqui na frente. - Disse, enquanto esperávamos o elevador.

- Parece, né? Fiquei gamadão quando vi.

- Gamadão - ri.

- Ih, garota, qual foi? - forçou mais o sotaque e eu. Gargalhei, enquanto entravamos no elevador.

- Fica à vontade. - Abriu a porta, me dando espaço pra entrar. - Quer uma toalha? Tomar banho?

- Não, relaxa. Na real, toalha eu aceito.

- Beleza, já volto. - Entrou no corredor, voltando com uma toalha e uma corta vento.

- Valeu. - Sorri,secando meus braços.

-Pode ligar a TV, escolher alguma coisa pra assistir, colocar música, sei la. Só vou jogar uma agua no corpo rapidão.

- Vai lá. -Sentei no sofá e peguei o controle, conectando meu celular e colocando um pagodinho.

Talismã || Gabriel Barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora