- Ta na minha praia, Izinha. Eu que devia me sentir perseguido. Isso que da passar endereço pra fã. - Gargalhei. - Ta fazendo o que por aqui?
- Vim caminhar, mas já vou voltar, ta com cara de que vai chover e eu nem carteira trouxe. - Disse, sentindo um ventinho gelado.
- Vai nada, pô. Calor desses, céu aberto. Vem, bora tomar uma agua de coco.
- Ai, não vou negar não. Tô precisando. - Caminhamos até o quiosque, ele pediu duas águas de coco e sentamos em uma mesa pertinho da areia.
- Qual foi dessa carinha aí?
- Chamando de acabado ao vivo. - Ele riu.
- Não, você ta linda como sempre. Mas ta com cara de cansada, preocupada, sei lá.
- Pior que estou mesmo.
- Reunião?
- A própria. - Comecei a contar pra ele sobre o que tinha rolado, enquanto ele arqueava a sobrancelha em cada frase.
- Caralho, que filhos da puta. Deve ser insuportável lidar com essas situações.
- Demais, finalizo o dia desgastada. O bom é que não acontece muito, só com esse cliente em específico.- E como você ta se sentindo?
- Cansada, mas satisfeita, no final deu tudo certo, né?
- Você é foda, eu falo. Tem pra ninguém. - Colocou a mão na minha coxa, me arrepiei e ele deu uma apertadinha, a acariciando.
Ficamos conversando sobre o dia um do outro, ele comentou do quão nervoso estava com essa nova fase, até que senti uma gota no meu ombro.- Olha, meu bem... Como garoto do tempo, você é um ótimo jogador.
- Ih... Não é que tá chovendo mesmo? - Revirei os olhos e ele riu, vendo a chuva apertar. - Ó, vamos combinar assim. A chuva tá ficando forte e não rola da gente ficar aqui, quem dirá você ir embora. Meu prédio é esse da frente, a gente fica lá até passar, depois te levo pra casa como forma de desculpas por ter te contrariado.
- Não faz mais que sua obrigação me levando. - Ele riu. - Bora vai. - Levantei, abraçando meu corpo, que já estava gelado.
- Opa, valeu sim, chefe? - Disse,levantando e fazendo sinal pro dono do quiosque.
- Obrigada. - Sorri, acenando também.
- Que isso, voltem sempre.
- Pronta? -Esticou a mão.
- Pronta. - Dei a mão pra ele, nós esperamos o farol fechar e corremos, entrando no predio dele.
- Caraca, jurava que isso aqui era um hotel quando passava aqui na frente. - Disse, enquanto esperávamos o elevador.
- Parece, né? Fiquei gamadão quando vi.
- Gamadão - ri.
- Ih, garota, qual foi? - forçou mais o sotaque e eu. Gargalhei, enquanto entravamos no elevador.
- Fica à vontade. - Abriu a porta, me dando espaço pra entrar. - Quer uma toalha? Tomar banho?
- Não, relaxa. Na real, toalha eu aceito.
- Beleza, já volto. - Entrou no corredor, voltando com uma toalha e uma corta vento.
- Valeu. - Sorri,secando meus braços.
-Pode ligar a TV, escolher alguma coisa pra assistir, colocar música, sei la. Só vou jogar uma agua no corpo rapidão.
- Vai lá. -Sentei no sofá e peguei o controle, conectando meu celular e colocando um pagodinho.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...