Passei o dia todo no escritório, produzindo algumas peças encomendadas. Cada dia que passava, mais demanda de trabalho eu tinha e já estava sendo bem reconhecida no meio da moda por causa dele. Esse ano Gael entrou na escolinha, então eu acordava cedo com ele, tomávamos café juntos, o levava pra escola, voltava e já ia direto pro escritório. Enquanto Gabriel buscava ele na volta do treino. Agora nossa rotina estava oficialmente estável, já que os dois anos dele também foram bem agitados. Não no mal sentido, mas foi o ano da descoberta. Nesse ano todo, descobrimos diversas coisas sobre ele:
1. Ele morre de medo de altura, já que na nossa primeira viagem de avião, quando fomos assistir a copa, ele foi a viagem de ida inteira chorando e voltou colado em mim e no Gabriel, sem olhar pra janela.
2. Ele era extremamente tagarela, falava sobre tudo.
3. Segundo Gabriel, quando ele fica emburrado faz a mesma cara que eu.
4. Ele amava esportes, todos, futebol, basquete, volei, até tênis o bichinho prestava atenção quando passava na TV.
5. Seu senso de humor era incrível, vivia fazendo palhaçada ou imitando as nossas.
O fato dele estar mais crescido também melhorou minha vida e do Gabriel como casal, tinhamos bem mais tempo pra nós dois, pra sair, se divertir. Ele se dava muito bem com o Pedro, então vira e mexe, nós cuidavamos dele pra Gabi e Rodrigo saírem e vice versa. E nem preciso falar do grude que ele era com os avós, né? Nunca vi igual, tio Valdemir ainda insistia que ele ia ser Santista, enquanto Tio Carlos até chorou quando ele aprendeu a cantar o hino todo do Flamengo.
- Oi mamãeee. - disse, abrindo a porta, ouvi Gabriel o gritando lá do corredor, enquanto ele fazia cara de quem tinha feito merda, ficando estático.
- O que eu falei pro senhor?
- Que a mamãe ainda tava trabalhando.
- E...?
- Que não era pra atrapalhar ela porque ela tava trabalhano.
- E você fez o que? - ele ficou pensando um pouco.
- Atrapalhei ela trabalhano?
- É, cabeça.
- Ahhh... Desculpa mamãe. - deu um sorrisinho e fechou a porta, eu ri, não aguento com esses dois. Terminei de fazer a barra do vestido, o guardei e sai, vendo os dois brincando com o Kanye no quintal.
- Mamããe - veio correndo até mim, na mesma animação de antes, o peguei no colo e o girei.
- Oi, meu bombom.
- Você sentiu saudade? - eu gargalhei.
- Eu que devia te perguntar isso, garotinho.
- Eu senti muita saudade, mamãe. - eu ri.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...