59.

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Resolvi ir até o shopping caminhando mesmo. Lembrar da reação dele ontem me deixa um pouco mais tranquila sobre essa loucura toda. Fui em uma lojinha de roupa infantil, comprei um body escrito "Hello, daddy" , um sapatinho de crochê branquinho e uma caixinha de madeira.

Peguei mais um teste de gravidez e na volta pra casa, passei em um restaurante de comida japonesa que a gente sempre pedia, encomendei as coisas certinho e fui correndo pra casa, vendo que já estava escurecendo. Cheguei, tomei banho, coloquei uma blusa dele, um shorts de malha curtinho, soltei o cabelo deixando ele bem armado e liguei para o restaurante, torcendo para eles chegarem a tempo.

Fui pro banheiro e fiz o teste, torcendo pra esse, pelo menos, dar certo. Assim que o resultado apareceu, limpei e fui arrumar a caixinha. Organizei tudo bonitinho, body, sapatinho, um envelope com o exame e colei o teste na tampa da caixa, no lado de dentro.

Logo a comida chegou, arrumei a mesa ali fora na varanda e assim que terminei, ouvi a porta abrindo. Saí correndo pra sala e sentei no sofá, fingindo que estava mexendo no celular.

- Eaí, meu amor - disse, jogando a mochila no chão e deitando no sofá, com a cabeça na minha perna.

- Oi, coisa linda - apertei suas bochechas, fazendo ele fazer peixinho e selei nossos lábios.

- Saiu mais cedo hoje?

- É, saí. Terminamos a reunião, não tinha mais nada pra fazer, viemos embora, né?

- Aí o Luan te trouxe?

- Uhum... Pedi uma barquinha pra gente comer, ta com fome?

- Porra, demais. Leu meus pensamentos.

- Tua noiva é foda, né? Pode falar - ele riu e revirou os olhos, levantando e me dando mais um selinho.

- Da pro gasto.

- Atrevido - joguei a almofada nele, que riu e me deu a mão, segurei e ele me puxou, me abraçando por trás. Fomos caminhando até a varanda.

- Fiquei com saudade hoje - beijou meu ombro.

- Eu também, meu amô. Passar o final de semana colada em você e depois voltar pra realidade é ruim demais - ele riu.

- Porra, nem me fala. Pô preta, que mesa bonita. Vai pedir minha mão em casamento? - nós rimos.

- São os planos - sentei ali na mesa, ele sentou na minha frente e já foi pegando os palitinhos. - Nossa amor, ta grávido? - brinquei e ele riu.

- Acho que estou, porque a fome que to sentindo ta valendo por dois, viu?

- Devia ter feito o teste no meu lugar ontem.

- Verdade, né? Aquele dia lá eu bem vi que você gozou dentro e se fez de maluca - eu gargalhei.

- Você é idiotinha demais, garoto. Fico impressionada. - ele riu.

- E tu bem gosta.

- Suporto. Só aceitei casar porque acho sua bunda show, de resto, vou aturar - ele riu.

- Digo o mesmo. - joguei um hot roll nele, que riu e comeu.

- Meu Deus, o homem ta passando fome. Mister não ta deixando vocês pararem pra almoçar? - ele riu.

- Pior que ta, não sei o que aconteceu hoje. Na real, sei sim. Treino foi pesadão. Ele ta focado no mundial esse ano, todos nós estamos, né? Sabemos que temos outros campeonatos pra participar, mas o Mundial ficou com aquele gostinho, né? Ai estamos pegando mais pesado do que o normal.

- Gostinho que eu inclusive já consigo sentir, esse ano vem.

- Que assim seja, viu pretinha? - beijou minha mão, começamos a comer, enchi antes que ele, então só fiquei tomando suco e o observando, imaginando como seria a carinha do nosso baby, se ia me puxar, puxa-lo, ou ser a mistura dos dois. Se ia ter esse bom humor e simpatia dele, se ia ser tão marrento/a quanto.

Talismã || Gabriel Barbosa.Onde histórias criam vida. Descubra agora