28 de Agosto.
Já se passaram quase dois meses e posso falar? Nunca estive tão feliz e completa. Gabriel conseguia deixar tudo tão bem e estável, que até estranhava. Brigamos, mas nada muito sério, ele é um besta, sempre que discutimos vem de piadinha e eu mais besta ainda, caio e acabo rindo. Fico supresa em como estamos grudados, não eramos dependentes um do outro, mas também não conseguimos ficar longe, juro que se ao todo, desde que estamos juntos oficialmente, dormimos 10 dias separados, é mentira. Quanto ao trabalho, continuava aquela loucura, chegava esgotada quase todos os dias, mas com aquela sensação de dever cumprido sempre, até porque, quem vê close, não vê corre, né?
- Cheguei, família - disse, assim que entrei na casa da tia Helena, tinhamos marcado de assistir o jogo juntas. Hoje ia ser Flamengo x Internacional, quartas de finais da liberta, porém, na casa deles, então o que nos restava era assistir pela tv.
- Chegou minha segunda filha desnaturada - eu ri e a abracei.
- Ta mais pra você, né tia? Não para em casa, pô.
- Ta de namoradinho essa aí. - Gabi disse e eu ri.
- Fica quieta garota. Estou conhecendo, apenas.
- Conheceu bastante então, né? Nem te vejo mais, só com esse tal de Luis.
- Ciumes aqui tem - eu disse e elas riram.
- Essa garota é amarga. Já se acertou com seu namorado pra estar cuidando da minha vida?
- Cuida da sua vida, velhinha - eu gargalhei.
- Brigaram de novo?
- Brigaram. É pirracenta essa garota, nunca vi igual - eu ri.
- Pirracenta nada, ele me estressa, ai eu surto e a culpa é minha? Nunca.
- Vocês são demais, não aguento - gargalhei.
- Mas to mesmo, to aproveitando, to amando, to transando bastante. Depois de 5 anos sem teu pai, tenho é que dar mesmo.
- Que isso, dona Helena - Gabi brincou e eu ri.
- Tia, eu to amando essa sua nova fase. Só tinha que ter acontecido a uns 8 meses atrás, quando estávamos solteiras também.
- Isso que eu falo pra ela. Do que adianta ter uma mãe da noitada, sendo que agora não sou mais da noitada?
- Aí, se não gostasse dos meninos, até mandava terminar - Nós rimos - Porque que vidinha gostosa, ein? Nossa senhora - nós rimos.
- Mas ta certa, mãezinha. Tem mais é que aproveitar mesmo, sair, beber, conhecer uns gatos.
- Isso tia, a senhora merece.
- To só esperando vocês me apresentarem pro Jorge Jesus, aí vou fechar o ano com chave de ouro. Aquele ali pego que não largo mais
- Não mãe, ele não da, judiado.
- Eu agradeço muito ao Jesus que eu gosto, ótimo técnico, mas ele é cansado tia, cancela.
- Cansadas são vocês, acho ele um gostosinho, isso sim - Nós gargalhamos. - Imagina aquele espanholzinho no ouvido.
- Meu Deus, minha senhora. Vou te dar um óculos - Gabi disse e ela revirou os olhos.
- Falaram, falaram, mas a data pra me apresentar não marcaram.Só vocês podem, é?
- A gente vai apresentar, tia. Próxima festa a senhora vai com a gente.
- Agora sim, disso que to falando - Nós rimos, abrimos alguns salgadinhos, pegamos cerveja e fomos pra frente da TV. Logo o juiz apitou e a bola começou a rolar. A postura que o time tinha tomado depois da chegada do Jesus era absurda, estava muito mais ofensivo e o primeiro tempo inteiro foi deles, tanto que no segundo, o Inter voltou com uma postura totalmente agressiva. Marcava e fingia falta, e tanto fez que em uma dessas, fez um gol em cima da gente. Nós ficamos recuados, perdendo total o ataque que criamos no primeiro tempo, mas em um passe da fada Bruno Henrique, Gabi que já tinha perdido dois gols no primeiro tempo, meteu marcha na rede. Meu moleque era decisivo demais e isso não era duvida pra ninguém. Estavamos na semifinal, essa liberta é nossa e quem falar que não, vai levar tapa.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...