- Me fala, Izabelaaa - eu gargalhei.
- Garoto, sossega, eu ein. - ele riu.
- Me fala, 3 horas nesse carro já, cheio de estrada, vai me matar por acaso?
- Se continuar me enchendo, vou.
- Ta, mas me fala se a gente ta chegando pelo menos. - eu o olhei e ele ficou quieto - Posso escolher a música agora ou nem isso? - eu ri.
- Escolhe criança, escolhe.
- Aeee! - disse pegando o meu celular, que estava conectado no som.
- Menos Matuê.
- Oxi, por que? Tava colocando ele mesmo.
- Chato demais Gabriel.
- Ele é foda, filha, para.
- Defende tanto, me trai com ele, né? Certeza. - ele riu.
- Traio. Aquele dread, sabe? Não aguento. Espero que me perdoe um dia.
- Nunca. Cara feio, se quiser me trair, trai com o - ele me olhou com cara de 'han, continua"
- Olha lá o que cê vai falar - eu gargalhei.
- Com um cara bonito, pô. Horroroso daqueles. - ele colocou "Anos luz" e eu revirei os olhos - Tirou meu 50 Cent pra isso. - ele gargalhou. Vi a entrada de Visconde de Mauá e dei graças a Deus, depois de uns dez minutos, chegamos. Estacionei ali na pousada e nós descemos. Era lindo, parecia um hotel fazenda, mas ao invés de hotel, eram vários chalés espalhados. O nosso era o último, todo bonitinho, só quarto, cozinha e banheiro, tudo um coladinho no outro, sem parede. O que dividia o quarto com a cozinha, era o balcão, enquanto o banheiro ficava no canto, um pouco mais elevado e com uma parede toda de vidro do lado, com visão para aquele mato todo.
- Caralho, pretinha, nesse tu mandou bem. - disse fazendo um toquinho comigo.
- Quando não mando, né?
- Realmente, ta sendo difícil te alcançar - eu ri - Achei que a gente fosse pra praia,mas frio, banheira e minha preta era tudo o que eu precisava. - disse me abraçando.
- Tu falou que ia me fazer conhecer o mundo, eu prometi que estaria do seu lado, e nada mais justo que te levar também, né? Queria uma Grécia da vida? Queria - rimos - Mas o tempo não permitiu, muito menos o dinheiro - ele riu.
- Já ta ótimo, meu amor - beijou minha mão - Se me levasse pra passar o final de semana até na praia da barra eu ia gostar, tu sabe. - eu ri e selei nossos lábios. Aqui era na divisa de Minas com o Rio, bem serra mesmo. Nos colocamos as malas ali no canto e fomos dar uma volta, era tudo muito lindo. A cidade parecia de interior, com rua de paralelepípedo, arquitetura antiga e um climinha romantico. Nós almoçamos, voltamos pro quarto e eu deitei, enquanto Gabriel folheava o cartaz com as atrações que tinha aqui.
- Pico da Serra Pelada... - leu.
- Pelada?
- É, ta aqui ó - me mostrou.
- Selada, garoto - ele leu de novo, e riu.
- Tudo igual. Parece ser bonitão... vamos? - o olhei.
- Agora?
- É ué, ta de dia ainda, se a gente sair agora, da pra pegar o por do sol, andando devagar ainda.
- Ai, to cansada, dirigi 3 horas seguidas, homem.
- Quando a gente voltar, juro que te faço massagem - eu ri.
- Bora, vai - ele riu, eu levantei, colocamos uma roupa confortável, vulgo a roupa que a gente usa quando vai correr, e saímos.
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Talismã || Gabriel Barbosa.
FanfictionQuando a intimidade chega, ir embora é uma opção. Permanecer, também. Escolher ficar é para quem entendeu que a verdadeira magia não está no destino, aliás, não há destino; só existe eu e você.O resto é poesia para o nosso amor. Pra nossa dor. Pra n...