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Meu pai estava observando a tatuagem em meu braço.

- E por que você tatuou isso mesmo? - quis saber. - Eu sei que você ama ele mas você não passou a odiar?

Sim, eu passei. Como todo mundo passou e acredito que com motivo, mas já não sei de mais nada.

- É. - falei. - Mas não tente entender a mente de um bêbado.

- Você vai tirar?

- Não, mesmo não gostando mais dele ele foi muito especial para mim e irei guardar como lembrança.

- Tudo bem. - meu pai falou. - Se você quer assim, que assim seja.

- Ficou boa. - minha madrasta falou. - Achei um pouco precipitada, mas tudo bem.

Tudo bem, mesmo.

;;;

Já eram quase oito da noite quando a Lauren bateu na minha porta e falou comigo.

- Estamos indo para o restaurante, quer ir?

- Não quero, Lauren. - falei. - Estou sentindo dor de cabeça ainda.

- Quer que eu traga um remédio para você?

- Não precisa. - falei. - Daqui a pouco vou descer para comer algo e tomo um remédio.

- Está bom. - falou. - Voltamos mais tarde, amo você.

- Também amo você, Lauren. Até mais tarde e se cuida.

- Pode deixar.

Depois dos meus pais saírem ainda fiquem vendo um pouco de televisão enquanto não sentia fome e quando senti, sai do meu quarto e fui para a cozinha. Mas antes que pudesse abrir a geladeira a campainha tocou.

Fui até a porta bufando e esperando que não seja alguém que goste muito de conversar pois minha cabeça deve explodir a qualquer momento e eu não quero que ninguém veja.

Quando abri a porta primeiro eu fiquei surpresa e depois eu me lembrei da roupa que eu estava vestindo, droga. Eu estava vestida é claro, porém com muito pouco pano e isso incluía um shorts e um top, que coisa.

Enfim, do outro lado da porta estava Johnny Depp e claro e não tive como disfarçar minha cara de surpresa. O que ele queria aqui?

- Você deixou seu casaco no meu carro. - ele disse depois de um tempo já que eu não falei nada. - E eu vim devolver.

- Obrigada. - falei pegando o casaco que ele me estendia.

Ele estava usando óculos e um chapéu. Suas roupas eram todas escuras e ele usava um coturno e eu sentia cheiro de tabaco.

Eu sempre o achei muito bonito desde quando eu vi seu primeiro filme: A fantástica fábrica de chocolate. E conforme ele foi ficando mais velho ele foi ficando melhor, é igual vinho.

Depois de ter visto seu primeiro filme eu me apaixonei por ele e passei a ver todos que ele já tinha feito e cada vez ficava muito apaixonada. Sempre o acompanhei e fui muito feliz por isso, mas acontece que teve todo o caso dele com a sua ex mulher e eu me desencantei.

Eu sempre o achei incrível e maravilhoso porém depois de tudo que eu li e vi passei a não gostar mais. É claro que não sei o que de fato aconteceu, mas sua ex companheira apareceu machucada, o que eu deveria pensar?

Mesmo com tudo isso algo dentro de mim dizia que ele não seria capaz de tudo isso, ele é um amor com todos, um anjo. É claro que ele tem um temperamento forte e já estive em diversas discussões, mas agressão eu não sei se ele seria capaz.

Johnny ainda estava em frente a minha porta, me olhando.

- Olha... - comecei dizendo. - Me desculpa por ter te chamado de escroto, não foi nada legal da minha parte. - falei. - Você está certo, eu não te conheço e não sei nada da sua vida e por isso não tenho direito de julgá-lo.

Eu vi o olhar de surpresa no seu rosto e quis rir, acho que ele achou que eu não iria me desculpar.

Na verdade, eu não iria mesmo só que eu ainda o amava tanto como ator que eu não poderia saber que um dos meus ídolos me odeia.

- Tudo bem. - ele disse. - Eu entendo você e aceito suas desculpas.

Eu afirmei com a cabeça, grata por ele ter me desculpado.

- Então tá bom. - falei e comecei a fechar a porta. - Adeus. - antes que eu batesse a porta ele a segurou, impedindo que ela se fechasse. - Algum problema, Johnny Depp?

- Você acha mesmo que eu a agredir?

Ele quer mesmo saber o que eu acho? O que aconteceu com ele? Ele mandou em ir me ferrar ontem mesmo...

- Você quer mesmo saber o que eu acho? - perguntei ainda surpresa. - Sério?

- Sim. - ele falou. - Eu quero.

- Bom. - respirei fundo. - Eu não acho que você seria capaz de tal coisa, mas tem fotos dela com o rosto machucado e...

- E...? - quis saber. - Continua.

- Não é nada. - falei. - Você não deveria levar em conta o que eu digo, não devo me meter na sua vida.

- Tudo bem. - ele respirou fundo e deu um passo pra trás. - Eu gostei do fato de você ter tatuado meu autógrafo, mesmo você não estando cem por cento consciente é claro. - falou. - É como se eu visse que ainda tem pessoas que gostam de mim e provavelmente ainda acreditam em mim.

Ele deve se sentir muito sozinho e não deve aguentar mais tanto julgamento, eu até o entendo um pouco. Deve estar sendo muito difícil.

- Obrigada?

- Logo você vai ver a verdade.

E saiu andando.

Eu o observei andar até o elevador e logo tratei de entrar e fechar a porta.

- De que verdade ele está falando?


;;;



Meu pai e Lauren chagaram a meia noite, eu estava na sala vendo um filme e comendo pipoca.

- Eu trouxe torta pra você, Chloe. - minha madrasta falou. - Eu mesma que fiz, sei que você ficou com inveja ontem por eu ter feito e dado uma para os vizinhos.

- Não foi bem inveja mas tudo bem. - me levantei e segui ela até a cozinha para pegar logo um pedaço de torta. Eu amava a torta de morango da Lauren, era a minha sobremesa preferida. Eu não sei o que ela coloca de diferente eu só sei que a dela é única. - Obrigada, mãe.

- Não há de que querida. - ela deixou o pacote no balcão e me deu um beijo na cabeça. - Deixe um pedaço para o seu pai, você sabe como ele é.

- Está bom. - dei risada. - Eu sei.

Euamava muito meus pais e era muito grata por eles, muito grata mesmo.

john; johnny deppOnde histórias criam vida. Descubra agora