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Onde o Marilyn queria ir era algumas horas de carro e mais uma hora de caminhada até chegar na cachoeira, ou seja, pegou a gente pra judiar mesmo.

Mas imagina, ele ainda um pouco vermelho da insolação, com o rosto cheio de protetor solar, que eu o obriguei a passar, sem camisa e ainda por cima sem parar de andar e de falar um minuto...

Não desejo isso pra ninguém.

Acho que eu nem ficaria triste se ele não tivesse me convidado, de verdade.

Mas não, eu fui, eu tive que vir.

Não é que eu esteja infeliz, mas meu deus, ele já estava velho, Johnny também, então para que andar uma hora só pra receber água na cara?

Não tem explicação.

- Já tá chegando? - acho que era a quinta vez que eu perguntava.

Já tinha mais de uma hora que estávamos andando, e nada de chegar na droga da cachoeira.

Marilyn parou de andar e se virou pra mim.

- Chloe, eu juro, se você perguntar de novo se a gente está chegando eu vou te esganar! - ele sorriu. - Talvez eu esteja brincando, mas minha nossa, olha a vista. - ele apontou. - Não é bonito?

- Um pouco. - bufei. - Mas quando é que a gente vai parar de andar mesmo?

Eu era um pouco sedentária, confesso, mas meu deus, não chegava nunca?

- Não importa. - ele revirou os olhos. - Vamos voltar.

Merda, ele saiu andando.

Ele tá bravo?

Eu me virei para o Johnny, ele está todo bonitão de regata, os braços bonitos de fora, e de óculos escuro mas soltou minha mão.

- Agora ele tá chateado. - ele se afastou um pouco de mim, pra ir atrás do amigo que realmente, deu meia volta, mas antes, sorriu pra mim. - Muito obrigado por isso, eu já não aguentava mais. Antes ele chateado com você, do que comigo. Agora, eu vou consolar ele.

- Tudo bem.

Minha consciência está menos pesada, mas meu deus, eu sinto que ele ficou chateado de verdade.

Mas por que não fomos em algum lugar de vinho ou algo assim já que ele gosta tanto?

Pouparia nosso tempo, e, ele não estaria tanto tempo tomando sol.

Seria muito mais produtivo.

Duas da tarde nós chegamos a um restaurante para almoçar.

Marilyn estava mesmo chateado comigo, então isso significa que ele está me tirando do sério.

Eu já tinha acabado de comer, Johnny também, mas estávamos esperando o inútil terminar de beber seu vinho.

- Vocês sabem... - ele tomou um gole. - Essa dádiva de bebida tem que ser degustada com calma, sem pressa.

- No seu tempo, Brian. - cruzei meus braços. - Não estamos com pressa.

Ele riu e deixou a taça de lado, ele apoiou os braços na mesa, e sorriu.

- O que vamos fazer mais tarde? - quis saber. - E isso inclui eu e Johnny, apenas. Sem ofensa, querida Chloe, mas você não está convidada.

- Saber disso me faz muito feliz, obrigada por dizer. - sorri. - Mas, por curiosidade, onde vocês vão mesmo?

Johnny tocou minha perna, mas eu não olhei pra ele.

- Johnny irá escolher. - Marilyn deu de ombro, fazendo descaso. - Mas saiba que meninas, uma específica, não estão convidadas.

john; johnny deppOnde histórias criam vida. Descubra agora