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Antes que eu pudesse raciocinar direito eu já estava correndo para o banheiro e vomitando na privada.

Que belo bom dia.

E que coisa nojenta.

Ouvi os passos de Johnny atrás de mim e cuspi uma última vez antes de fechar a tampa da privada e apoiar minha cabeça nela.

- Eu não gosto disso, Johnny...

Levei a mão até minha barriga, massageando pra ver se o mal estar passava pois parecia que tinha um monstro se revirando na minha barriga.

Que horror...

Ele se abaixou ao meu lado e beijou meu rosto, levando a mão a minha barriga também.

- É o nosso bebê dando bom dia...

Me afastei e me levantei no mesmo momento.

Eu não... Eu não quero...

Fui até a pia, abri a torneira e fiquei olhando a água descer pelo ralo.

Eu não vou conseguir.

Eu não consigo fazer isso.

Quando as mãos de Johnny tocaram meus ombros eu estremeci e quis me afastar, assustada, mas ele não deixou.

- Ei, ei... - chamou, me virando pra ele. - Olha pra mim. - eu não fiz, ele então segurou meu rosto e ergueu. - O que você quer fazer?

- Como assim?

- Você quer fazer um aborto?

- Eu...

- Quer continuar com a gravidez?

- Eu... Eu não sei.

- Você tem que saber, querida. Eu só não quero ver você assim, angustiada. Eu apenas que o seu bem.

Droga, eu não mereço ele.

Que ele me perdoe por todas as coisas ruins que já fiz ele passar, todas as vezes que fui idiota e tóxica com ele.

Ele não merece.

Ele não me merece.

- O que... O que você acha que eu devo fazer?

- O que quiser. A escolha é sua.

Eu não queria que a escolha fosse minha. Queria que alguém escolhesse por mim por que assim eu apenas sofreria as consequências.

- Podemos ir ao médico?

- Sim, claro. - ele soltou meu rosto e ajeitou meu cabelo. - Vou fazer o seu café da manhã, ok?

- Uhum, obrigada... Eu te amo.

- Eu também te amo, Chloe.

Graças a Deus ele ainda me ama.

Eu não aguentaria passar por duas tragédias.




Depois do café fomos até hospital da última vez.

Primeiro falamos com o médico de plantão e olhando a minha ficha ele explicou sobre a anemia e falou um monte de baboseira sobre me alimentar bem.

Não prestei atenção nisso.

Porém quando ele falou sobre a gestação eu apertei com força a mão do Johnny.

- Tem algum obstetra por aqui? - ele perguntou ao médico acariciando a minha mão. - Gostaríamos de conversar um pouco.

Sim, sim. Conversar.


Dez horas da manhã fomos chamados na sala da obstreta, o nome dela era Sol, ela se apresentou assim, e eu ainda não tenho uma opinião formada sobre ela.

john; johnny deppOnde histórias criam vida. Descubra agora