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- Eu quero me matar. - falei. - Eu nunca mais vou sair daqui.

Eu estava andando de um lado para o outro no quarto.

Eu tinha tomado um banho e me trocado e talvez, me acalmado um pouco.

Eu estava a ponto de surtar.

- O que você disse exatamente? - minha amiga quis saber.

- Muitas coisas.

É. Muitas coisas, muitas coisas mesmo.

- Tipo o que? - ela insistiu.

Antes que eu respondesse, ouvi o estrondo alto de um trovão lá fora. O tempo não estava tão bonito quanto ontem, tinha amanhecido muito cinza e o mar estava agitado.

Iria chover e muito.

- Eu disse que o amava umas cem vezes!

- E daí? - ela bufou. - Até eu sei disso, você é fã dele amiga, que exagero.

- Você não entende! - falei exasperada. - Eu não queria ter falado tantas vezes e não tão bêbada. A minha sorte, é que eu não tentei me jogar para cima dele.

Eu acho.

- Isso é bom. - ela falou. - E está tudo bem, meu pai é tranquilo. Ele não vai te tratar diferente, você sabe.

- Eu não sei de mais nada. - parei de andar e olhei pra ela. - Ele está aqui?

- É claro que está, bobinha. - ela riu. - Para onde ele iria?

Eu fugiria, se pudesse.

- Bom, eu não vou sair daqui nunca mais. - declarei. - E digo sério.

- Você só pode tá brincando né?

- Não, estou falando sério.

- Você vai morrer de fome, é?

- Não, esperava que você trouxesse algo pra mim por que você sabe, amigas.

- Não conte com isso. - ela se levantou. - Sim, deixarei você morrer de fome a menos que você deixe de ser besta e viva normalmente. - ela afagou meus braços e me abraçou. - Está tudo bem. Agora, que já conversamos, Astaria ainda não está se sentindo bem, acho que foi algo que ela comeu. Vamos ir ao médico levar ela, você quer ir?

- Ele vai?

- Sim, acho que sim.

Me sentei na cama.

- Já que ele vai, eu não vou.

- Tudo bem. - ela suspirou. - Espero que quando nós voltarmos, você tenha parado com essa besteira e, volte a viver normalmente. Bom, amo você e vai comer algo, nos vemos mais tarde.

- Tudo bem, amo você. - falei. - Estarei aqui aguardando vocês.

- Claro que vai.

Vi quando ela revirou os olhos e se despediu saindo do quarto.

Lily-Rose era incrível e uma ótima amiga. Acho que, não sei o que faria se eu estivesse no lugar dela. As coisas não dariam muito certo, então eu era muito grata por tê-la. Muito mesmo.

Mais tarde, quando já fazia algumas horas que eles tinham saído, eu desci para comer algo.

A casa estava muito silenciosa e eu estava com um pouquinho de medo já que, é um lugar desconhecido e eu estava sozinha.

Me arrependi de ter falado que queria ficar, era melhor ter enfrentado ele do que ficar sozinha aqui.

Eu fui lá fora por um momento e de fato o céu de cinza escuro me assustava, por que eu sabia que iria ser uma chuva das grandes. Esperava que eles voltassem antes de começar a cair os pingos, eu não sabia se sobreviveria a uma tempestade sozinha.

john; johnny deppOnde histórias criam vida. Descubra agora