05. - Ponto final.

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Perambulei através do meu quarto, indecisa, questionando-me como farei isso da forma certa. Preciso de um plano, mas não tenho um ao certo, e para ser sincera, nesse momento em especifico, a única coisa que gostaria de fazer é me jogar em minha cama e adormecer por longas horas, contudo não acredito que isso será possível, não agora. Além disso, eu já dei tempo demais. Preciso ir agora e vou aproveitar essa oportunidade. Deveria ter tentado persuadir Aaron mais — penso, enquanto vou em direção as sacolas que Ginger comprou, e tento achar o vestido mais sensual, curto e escuro que consigo. Encontrei um; preto de veludo que contém um corte em V na frente, e as costas vários rasgos, deixando a pele a amostra.

Preservei a maquiagem, e conferi se o dinheiro estava em minha mochila, olhei rapidamente os horários no notebook e espiei meu reflexo no banheiro, isto em meia-hora. Não me importei com o fato deles estarem saindo em quinze minutos, eu não consigo me arrumar em quinze minutos, e se eles tivessem que me deixar por causa disso, estaria tudo bem para mim.

Suficiente satisfeita, e pegando tudo que necessitava, eu respirei fundo, ponderativa. Minhas identidades já eram, não sei o que Aaron fez com elas, mas é fato que as obtém posse, a arma também é inexistente, e por mais que seja só algo para me defender, não é tão importante. Eu tenho dez mil dólares, e sei que uma hora esse dinheiro vai acabar. Para onde vou? Vegas? E o que farei? Stripper pelo resto da minha vida? Por que? Por que preciso fugir? Porque esse homem não é confiável. E pelo visto, minha mãe também não é. Preciso ir embora, mas realmente quero ir? Eu tenho tudo que eu queria: um teto, um futuro, estabilidade e de sobra alguém para decidir as coisas por mim. Foi tudo o que quis a minha vida inteira, só um pouquinho de estabilidade. Por outro lado, o que eu tenho de verdade aqui? Meus pais estão mortos, essa não é minha casa, minha família parece ser péssima, e já sei que sou rejeitada. E por mais que as duas coisas não se comparem, são ruins.

Preciso de um momento para pensar, mas vou fazer isso enquanto ando. Saí do quarto em passos apressados, não encontrando Aaron pelo caminho. Passei pelo hall, desci as pequenas escadas e logo estava em frente a garagem, aonde os cinco Bieber se encontram. Cada um disposto ao lado de um carro reluzente diferente.

Para minha decepção, eles não haviam me deixando para trás. Jackson já estava em seu carro, um Mustang conversível cinza-acobreado.

— Até que enfim. — O mais novo bufou, entediado, adentrando uma BMW prateada.

Jason, Justin, James me olharam, um entre eles imparcialmente, enquanto os outros resetaram dar-lhe um olhar irritados. Eles não reproduzem muitas outras expressões em minha presença de qualquer forma.

— Você vai vestida assim? — Justin censurou assim que me viu, estreitando seus olhos de forma indignada.

Parei, levei uma mão a cintura, e o encarei cinicamente.

— Sim, vou. Me pareço como uma puta para você, lindinho? — Questionei, em menção ao que ele disse, olhando o meu vestido. Sua boca entortou em uma linha reta, e tive absoluta certeza que ele está com raiva.

Seu outro gêmeo riu, deslocando a atenção entre nós.

— Não o entenda mal, Hadley, ele só não quer que se vista como uma stripper, porque os outros garotos a olhariam, e isso o deixaria louco. — Arquei uma sobrancelha, rindo irônica. Ah, sim. Observei a cabeça de Justin girar em direção ao seu irmão gêmeo, e seus olhos o fuzilarem até a morte.

Por sua vez, Jason segurou o riso, ficando vermelho por causa disso.

— Bem, se ele sabe o que é um stripper clube, sabe também que lá nós não usamos nada. — Pisquei, e sua mandíbula travou, à medida que ele se aproximou.

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