11. - A verdade.

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A porta se abre, e nela se revela uma figura completamente loira, em um vestido de seda cor-de-pele e um batom extremamente vermelho nos lábios. Ela tem um ar prepotente e um sorriso mais do que malicioso beirando em seus lábios.

— Olá. Você é a Hadley, não é? — Ela perguntou, esticando a mão, do qual peguei. Em seguida, inclinei a cabeça para a taça de champanhe em sua mão, curiosa, interessantemente minha tia Sheron também é loira platinada que nem Ginger, e pelo visto tem o mesmo paladar em se embebedar antes da hora também.

Apertei os meus olhos. Vamos com calma, nada de julgamentos rápidos, até porque afinal eu vim aqui por um objetivo: conhecê-los.

Eu sorrio para ela, concordando com a cabeça.

— Você deve ser a Sheron. — Digo, vendo-a me medir dos pés à cabeça, e logo os seus olhos azuis vieram até mim, maldosos. Ela soltou minha mão.

— É isso mesmo. Por favor, entre. — Ela pediu, dando-me espaço. Soltei o ar pela boca, olhando o lustre gigante que obtém na sala de visita dos Kimball.

A casa é luxuosa e tem aspectos antigos, dos móveis a parede, e até mesmo o teto com ornamentos em aspirais. A casa é rústica, e eu definitivamente não entendo nada sobre mansões, nem sobre o design delas, entanto entendo de velharia, e a casa parece basicamente isso.

— Me acompanhe. — Instruiu, caminhando a minha frente, em passos preguiçosos, e da mesma forma eu fiz o mesmo.

Passamos pela cozinha, e ao final dela Sheron empurrou uma porta dupla, nos guiando através de um corredor, aonde obtém uma de jantar à primeira vista, e logo uma sala de estar, do qual ela estacionou. Já na porta francesa, observei a vidraça dupla de vidro do outro lado, do qual dá direto para o jardim.

— Sente-se aí, Hadley. — A mesma indicou o sofá e eu me sentei, acompanhando seus movimentos lentos através da sala de estar, ouvindo o barulho das árvores que chacoalham ao redor da casa assim como o seu salto fino que arrasta-se através do mármore.

— A sua casa é muito bonita. — Comentei, muito atenta aos seus movimentos. A mesma sorriu para mim, piscando o seu olho esquerdo.

— Eu sei, obrigada. Mas não é nada comparado a mansão Bieber, huh? Aposto que qualquer mansão perto dela parece pequena, não é? — Não sei o que responder de imediato a isso, porque é verdade, contudo, me recomponho, negando com a cabeça.

— Para mim são todas iguais... Realmente não vejo diferença nelas, são todas grandes... — Sheron riu, visivelmente se divertindo.

— Mmhum. — Logo negou, suspirando.

Tia Sheron se posicionou à frente de uma lareira, pegando uma foto que obtinha sobre ela, e logo abriu um sorriso de lado, encarando a foto em mãos.

— Você parece muito com a sua mãe. — Revelou, um tom repreendedor e amargurado escapando de sua boca.

— E isso é ruim? — Retruquei, arqueando minha sobrancelha.

— Depende do quanto você é parecida. — Ela disparou de volta, e eu pisquei devagar, a vendo caminhar até mim e logo esticar-me a foto.

Com cautela, apanhei o quadro de foto em mãos, vendo minha mãe bem nova. Ela estava vestida com roupa de ballett, e a mesma parecia ter por volta de quatorze ou dezesseis anos, praticamente a minha idade.

— Ela tinha dezesseis, e nessa competição em questão ganhou. — Tia Sheron respondeu, como se lesse meus pensamentos. Engoli a seco, fitando a foto. — Na sua idade sua mãe fazia ballet, ia a festas com os garotos mais bonitos da escola, dirigia um Mustang, almoçava no Steelsword todo dia, e fazia compras no Shortspine toda semana porque era obcecada consigo mesma. Ela precisava ter uma joia reluzente da Landblur para se sentir satisfeita. Charlie era e sempre foi a definição de garota perfeita. Ela obtinha tudo e todos aos seus pés... Como uma perfeita abelha-rainha que ela era...

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