53. - Inconstante.

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— Eu fui estúpido e idiota, e não pensei nas consequências disso, naquele momento, elas nem importava, eu só queria desesperadamente e completamente, me afastar de você. Eu precisava disso, ou achava que sim, honestamente, era só a sensação de medo falando mais alto que a razão. Não conseguia combater você a altura, não conseguia driblar o meu pai, e sabia que não podia fazer nada contra você com minhas próprias mãos, não tinha coragem para isso. Fui um covarde.

Isso ambos concordamos.

Eu sinto as lágrimas caírem sobre meu rosto, enquanto calada, escuto cada palavra que saí de boca, e parece incessante o que ele tem para falar. As informações adentram e permanecem anestesiadas em algum lugar, ao mesmo tempo que as peças vão se encaixando rapidamente, em palavras ditas, coisas feitas, avisos, tudo conectado, é um grande quebra-cabeça aonde eu sou a vítima, eu sou a pessoa usada, enganada e machucada. Exclusivamente eu. Isso me faz rir, soltar uma risada seca e sem humor, enquanto inutilmente tento secar as lágrimas que caem. Me sinto inútil e fraca fazendo isso. Chorar não irá me ajudar em nada, não a resolver, não a superar, não a lidar com isso. Mas não posso evitar, o que posso fazer além de chorar e praguejar alto? Eu não tenho essa resposta.

A única coisa que sei é que estou constantemente sendo usada pelas pessoas que estão ao meu redor, de todas as formas possíveis. Não é diferente do strip club, a única diferença é que é meninos bonitos que me rodeiam, e a grande maioria deles, eu gosto. Mas é isso que dá ser compreensiva, ser amiga, ser gentil, bondosa e burra. Porque é isto que sou, uma grande idiota para todos eles. Fui mole demais, me abri rápido demais, me deixei levar rápido demais. Pelas palavras, pelas situações, pelos sentimentos, pelas sensações... Todas as vezes, a culpa foi minha. Isso não estaria acontecendo se eu tivesse mantido Justin Bieber afastado, deveria ter respeitado a muralha que ele colocou entre nós, mas ironicamente, foi ele mesmo que a quebrou, sempre puxado contra mim, ferozmente.

Eu aperto meus olhos em sua direção, ouvindo suas desculpas, ele não para de dizer isso, mas isso não me diz nada, não significa nada. Deveria? Para ele significa. Justin Bieber não pede desculpas, ele não se sente mal pelas besteiras que faz, ele só é maldoso e está tudo bem para ele, já havia entendido isso há muito tempo, e estupidamente aceitei. Qual é, não é como se eu não soubesse o tipo de cara que ele é, a que ponto podia chegar para ter o que queria, ele vazou nudes de uma garota sem remorso, quebrou a mandíbula de cara por causa de uma explosão, e pode ter transando com a própria cunhada, isso me enjoa, mas mesmo assim escolhi fechar os olhos. Não posso mudar as pessoas, não posso mudar o que elas fazem, eu não posso. Me apeguei a isso, como se pudesse apagar o que ele fez. Não apaga, não muda. Está ali, sempre, a verdade. Se viveria em cima dela seria a questão, e eu fiz minha escolha.

Abri minha boca sem coragem para perguntar, porque por mais que precise de respostas, realmente não quero ouvir. É doloroso saber, é doloroso imaginar, porque só é a confirmação que eles estavam o tempo todo brincando comigo.

— Naquele dia, quando saiu para ir na festa da praia com a Bethany e encontrou o Rexford, ele drogou você para levar até a balsa de Albacore, e teria ido até o final se seu amigo não tivesse se intrometido. — Meus olhos piscam devagar sobre isso, e eu me lembro, me lembro de Dorian também, de Cole, do Raphael, e do que aconteceu depois. Ele já sabia, por isso hesitou, por isso sempre hesitou. Dec, ele me salvou... — Com isso, seu amigo fez ele adiar o que pretendia, e depois ele continuou constantemente de alguma forma, tentando alcançar você.

Assenti com a cabeça, aturdida de certa forma, mas muito ciente do que estou escutando.

— Me diz... Qual era o plano? O que ele faria comigo? — Quero saber, porque a palavra "susto" que saiu de sua boca não me diz muita coisa.

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