Acordei com uma dor insuportável sobre minha cabeça que ao menos deixava-me levantá-la com calma, obrigando-me afundar meu rosto no travesseiro a fim de despistar o peso, o que de fato ajudou por tempo até eu notar que eram onze horas da manhã. Onze. Levanto-me com tudo, pensando por um momento, logo voltando-me a me deitar. São onze horas. Não dá para me preocupar agora, não agora. Tento lembrar exatamente do porquê minha cabeça está zumbindo tanto, mas não tenho uma resposta clara de imediato. Por um momento penso que estou louca, mas não, não estou e definitivamente não foi um sonho. Os espasmos em meu corpo é prova suficiente disso, além da camiseta desconhecida sobre mim. Bem, desconhecida não.
Retorço-me sobre minha cama, sentindo minha boca seca. Meu corpo está em um estado tão deplorável de fadiga que mal consigo ficar de os olhos abertos. Argh, que droga. Mal consigo me lembrar de como cheguei a esse estado e tudo sobre a noite de ontem é um eterno borrão, alguns flashbacks incompletos que não faz sentido nem fodendo. Isso que dá sair em uma terça-feira à noite com uma Teryn bêbada e me embebedar até não me lembrar mais. Como cheguei a esse ponto? Eu realmente me entedio com minha falta de senso, sério, eu faltei em meu serviço, o serviço que para começo de conversa eu acabei de começar. Merda! O que eu vou falar para meu chefe? Aliás, será que é melhor eu simplesmente nunca mais aparecer lá? Porque definitivamente uma boa desculpa eu não tenho.
Rosno, sentando-me sobre minha cama, massageando o meio de minha testa enquanto toda a minha cabeça lateja. É, ficar reclamando não vai resolver o meu problema. Eu preciso de um banho, definitivamente. Levanto-me da minha cama, arrastando-me para o banheiro, deixando que a água caía sobre meu corpo enquanto deslizo sobre a parede, tentando recuperar minha dignidade. Bons minutos depois, eu saio, indo para meu closet. Coloco qualquer coisa que me cubra e volto novamente para minha cama, voltando a dormir. O dia não parece estar bonito para ser vivido hoje. Entretanto, para meu azar, outras pessoas não pensam o mesmo que eu.
Ouço a porta sendo batida, mas não movo um músculo ou minha boca para atendê-la.
— Hadley, você está acordada? — Reconheço a voz de Jason do outro lado, contudo não me mexo, não estou a fim. — Haaadley? — Ele chama, mexendo na maçaneta, o que me faz notar que ela está trancada, mas eu não me lembro de ter trancado, na verdade eu não me lembro de nada... De qualquer forma.
— Não, não estou. — Resmungo, voltando a fechar meus olhos.
— Hadley, qual é, abre a porta, eu só quero falar com você. — Eu não respondo, porque simplesmente não quero conversa.
— Não quero, volta outro dia.
— Hadley... Eu estou em meu horário de almoço em Easton Park, então facilita para mim e abre a porta antes que eu arrombe ela. — Eu ergo minha sobrancelha, sentando-me sobre a cama.
— Você nem seria louco. — Digo firmemente, ouvindo uma risada maldosa sua.
— Eu vou contar até três. — O mesmo diz, fazendo uma pausa e eu espero, olhando para a porta. — Um.
Ele diz e eu olho para o despertador na minha cômoda, voltando meu olhar a porta.
— Dois.
E novamente uma pausa.
— Você tem certeza que quer assim? — Ele questionou e nem atrevo-me a responder. — Beleza então.
É o que diz após meu silêncio e no segundo seguinte, eu ouço um estrondo sobre minha porta, um, dois e no terceiro minha maçaneta apenas saí voando da minha porta que se arreganha com os chutes de Jason sobre sua botina. Entreabro minha boca incrédula, abrindo meus braços.
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Black Sea
FanficHadley Haighet passou sua vida inteira fugindo, esgueirando-se dos segredos obscuros de sua mãe, que em uma bela noite a arrastou casa a fora, dizendo que tinham que partir. Agora com quase dezessete anos, a mesma não via nada no seu futuro que não...