60. - A eleita.

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Eu olhei para o vestido, olhei para o James, em seguida voltei o olhar ao espelho e concluí: vai ser ele mesmo.

— Você tem certeza? — Indagou ele, assim que confirmei que seria esse para a madame Sherman.

Fiz um bico em sua direção, puxando as alças do vestido para baixo.

— Por que isso? É um vestido lindo! Você disse.

— E é! Mas...

— Sem mais, Bieber. — Falei, convictamente. — Vai ser esse.

E puxei as cortinas, suspirando quando fiquei sozinha. Eu nem queria ir a esta festa, porém como vou, é melhor ir em grande estilo. Descobri logo que a madame Sherman fez uma exceção muito especial a Aaron Bieber assim que cheguei à loja, a julgar pelo seu ateliê aonde havia vestidos realmente de princesas envoltas das araras, e à medida das madames que também estavam lá. Fomos atendidos rapidamente, e por ela mesma, e a cada vestido que a mesma me amostrava, menos eu gostava, até que, impacientemente, James sugerisse que eu mesma escolhesse o vestido, o que foi uma boa ideia, porque escondido em meio a tanto rosam, vermelho, e babados, eu achei o vestido perfeito.

Com ele escolhido e os detalhes acertados, a madame Sherman nos levou até o fim da loja, aonde seu atendente bonitinho embalou o vestido numa grande caixa vermelha, com um laço gigante da mesma cor, e em seguida colocou numa sacola, logo com a madame Sherman nos enxotando da loja, dizendo que tinha muito o que fazer, e que Aaron estava devendo-a um favor gigantesco, e ao julgar pelas madames que chegavam à loja atrás dos seus vestidos, ela falava sério.

Contudo, nosso passeio ao shopping não havia acabado, de modo que eu preciso de um salto que combine com o vestido, e com esse simples pensamento puxei James ao encontro de uma loja, mesmo contra o seu forte protesto. E, assim, após uma vasta varredura, encontrei um salto perfeito. Mas realmente é uma pena que James esteja tão impaciente e mordazmente irritadiço, pois não consegui convencê-lo a andar pelo shopping mais tempo comigo, o que nos levou de volta a mansão Bieber, em uma noite inquietante, azulada, mordida, e carregada tristemente com as recentes novidades, do qual pessoalmente, os Bieber não levaram muito bem, bom, pelo menos alguns deles.

— Ei, como está com tudo? — Indaguei, curiosamente, e James deu de ombros.

— Está tudo bem. — Respondeu, indiferente, de olho na estrada.

— Mesmo? — Apertei, curiosa, e ele assentiu.

— Eu acho bom que meu pai siga em frente, Hadley, ele tem todo o direito de ser feliz, e, apesar da Ginger não ser a minha pessoa preferida no mundo, está tudo bem para mim, se é o que ele quer. A vida é dele, portanto, ele que escolhe. Além disso eles terão um bebê, certo? Isso é incrível, pode ser uma oportunidade de meu pai ser realmente melhor. — Consenti, fazendo um bico, porque a maturidade de James é incrível, e porque sei que interiormente com os outros irmãos a conversa não será tão fácil. — Mas sabe, só não entendo por que a Ginger...

— Por que? — Busquei resposta, alheia.

— É, a Ginger. Para mim meu pai nunca a amou — para mim também, para ser honesta — era sexo, desejo, preenchimento, qualquer coisa, menos amor, e agora, uau, eles se casarão e terão um bebê, o que é chocante.

Concordei. Pareceu-me isso também.

— Bem, talvez ainda seja isso. — Dei de ombros, meditativa. — Alguém me disse que seu pai tem um senso de justiça certinho — eu ri, mordendo minha boca — então talvez ele pense que agora que engravidou a Ginger, deva se casar com ela.

Nós dois rimos, mas James me fez uma careta bem pensativa.

No momento que chegamos em frente aos portões altos da mansão Bieber, James abriu a porta do seu carro.

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