23. - Instinto de sobrevivência.

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Assim que Aaron saiu pela porta, Justin invadiu o meu quarto, parecendo um touro de tão furioso. Eu sorri animada pra ele, dando passos para atrás por instinto, mas apesar do meu super quarto cor-de-rosa ser enorme, não seria suficiente para fugir dele.

— Justin... — Chamei, assim que o mesmo avançou em minha direção e não parou. — O que você está fazendo?

Questiono, correndo através do quarto, porém não obtenho nenhuma resposta sua.

Inevitavelmente ele me alcança, obrigando-me a colocar-me contra a parede, ao lado da porta. O paro com a mão, juntando minhas sobrancelhas.

— O que você quer? — Questiono novamente, vendo a leve tombada de sua cabeça e um sorriso maldoso preencher completamente seus lábios. Devo dizer que foi a primeira vez que o vi sorrindo, é um sorriso carregado de maldade? É, mas ainda é um sorriso.

Justin não me responde, apenas se aproxima de mim e em um movimento rápido puxa minhas pernas, levando-me para cima. Meu rosto bate contra suas costas e parece que todo o sangue do meu corpo se concentra em minha cabeça. Sinto suas mãos segurarem minhas pernas e soco contra suas costas duras assim que observo o carpete rosa do meu quarto desaparecer e o piso de mármore dar as caras.

— Justin o que você acha que está fazendo?

— Te movendo. — Retruca ele e eu rio, segurando sua blusa.

— Pra onde?! — Exijo saber.

— Pra um lugar confortável, e bom, quente... aonde você vai ativar seu instinto de sobrevivência.

— O QUÊ?

Soco suas costas novamente, beliscando sua bunda, e ele retruca o movimento, dando um tapa estralado em minha bunda.

— Se beliscar de novo, leva tapa.

Só pra confirmar mesmo, eu dou outro beliscão, e recebo um tapa mais forte e estralado. Acho que vejo estrelinhas.

— Aí, seu idiota! Larga de ser grosso.

— Eu vou te amostrar o que é grosso. — Ele rosna entre dentes e eu arregalo meus olhos, não deixando de rir.

— Justin me coloca no chão, agora! — Grito, observando os quadros feios e sem sentindo nas paredes da mansão ultrapassar diante de nós.

— Mas por que? Você parece gostar de ficar por cima. — Ele sorri, não vejo, mas sei que o mesmo está sorrindo e rolo os olhos pra isso.

— Tem razão, eu adoro ficar por cima, porque você sempre joga de superior. Você desperta o pior em mim.

— Tipo seu lado stripper?

Eu bato em suas costas.

— Meu lado stripper está em mim, você só o coloca pra fora, seu cretino. Pare de ser tão chato que talvez eu paro de querer ficar por cima de você.

Ele treme com a risada sarcástica que saí de sua boca. Eu sei porque ele ri, há pelo menos três erros na minha frase, e a última que soa bem mal.

— Eu sou chato? Se tivéssemos em posições inversas você veria como você é inconveniente.

— Olha, se estivéssemos em posições inversas, eu ignoraria você a qualquer custo porque é exatamente o que uma pessoa psicologicamente sã faz quando não gosta de alguém. Você simplesmente é doido, com suas regras idiotas, seu comportamento hostil e paranoico, você realmente devia tentar se tratar, na boa, você tem algum problema sério, tem algo de muito errado com você.

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